Observatório Socioeconômico do Noroeste Fluminense

domingo, 23 de maio de 2010

Inclusão social no Brasil cresce mais que PIB, revela estudo

A inclusão social no Brasil- especialmente a partir de 2003, com o governo Lula- tem progredido em ritmo mais acelerado do que o do crescimento econômico. Estudo divulgado ontem no XXII Fórum Nacional, do Instituto Nacional de Altos Estudos, sediado no Rio de Janeiro, mostra que entre 2001 e 2008, o Índice de Inclusão Social (IIS) cresceu em média 5,3% ao ano, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) per capita teve uma média de 2,3% no período.
O estudo, elaborado pelo diretor técnico do Fórum, Roberto Cavalcanti de Albuquerque, criou o IIS com base em parâmetros como emprego e renda, educação e acesso a computador, televisão e telefone.
Os dados, na avaliação do deputado Vicentinho (PT-SP), revelam na prática todos os esforços do governo Lula no sentido de promover a inclusão social de milhares de brasileiros que em governos anteriores ficaram à margem das políticas públicas.
"Com o governo Lula, tivemos o maior processo de inclusão social de nossa história. Isso é resultado da política de distribuição de renda implantada pelo governo petista. Essa política é multiplicadora, alimenta o crescimentoo econômico com inclusão social em todas as regiões brasileiras", comentou Vicentinho.
InclusãoNa análise do deputado José Airton Cirilo (PT-CE), as políticas sociais inclusivas do governo Lula vão muito além do crescimento econômico. "Estamos falando de desenvolvimento humano. O governo Lula tem focado, desde o início do seu governo, a redução do quadro histórico de desigualdade e disparidade social do Brasil. As pesquisas mostram que estamos no caminho certo", avaliou. O parlamentar citou o programa Luz para Todos como um dos mais impactantes na vida das populações mais isoladas. "A universalização do acesso à luz elétrica tem trazido milhares de famílias do século 19 para o século 21", disse.
EstudoO estudo de Roberto Cavalcanti avaliou a inserção social em 50 áreas geográficas, considerando as cinco regiões do país em seu aspecto rural, urbano e metropolitano, e ainda os 26 estados e o Distrito Federal. O lugar mais bem avaliado foi o Sul metropolitano (que corresponde às grandes Curitiba e Porto Alegre), que registrou IIS de 8,30. Isso o classifica entre as dez áreas de inclusão média-alta (entre 7,50 e 8,50). Depois vem Santa Catarina (8,25) e o Distrito Federal (8,16). São Paulo tem um índice de 7,87 e o Rio de Janeiro 7,52, na décima posição. Nenhuma região teve índice considerado alto (superior a 8,50). A média de todo o país foi 6,56.
De acordo com o estudo, o campo foi o lugar onde há mais exclusão. O IIS do Brasil rural foi 4, o 48°-pior da lista. As menores taxas foram as do Nordeste rural (3,14), e do Norte rural (3,75). A melhor colocação de uma área rural foi 32°, com o Sul rural (5,68). O estado menos inclusivo é Alagoas (4,36).
Os números mostram, porém, que é na área rural que a exclusão social tem diminuído mais rapidamente. O índice do Brasil rural cresceu em média 9% ao ano entre 2001 e 2008 e o do Nordeste rural, 7,9%. No Sul metropolitano, o ritmo foi de 4,2% no período. No Brasil, o ISS variou 5,3% ao ano.www.ptnacamara.org.br

segunda-feira, 17 de maio de 2010

A Recuperação do Emprego na Região Norte Fluminense


O ano de 2010 apresenta uma trajetória de emprego positiva, especialmente nos municípios de Campos e Macaé. Depois de amargar saldos negativos em 2009, Campos com 183 e Macaé 87 vagas destruidas, esses municípios mostram uma boa dinâmica de geração de trabalho.Em abril, Campos dos Goytacazes gerou um saldo de 917 e Macaé um saldo de 896 novas vagas.As ocupações que predominaram em Campos dos Goytacazes são ligadas à contrução civil e ao setor de serviços. Os investimentos públicos em casa populares e infraestrutura no município de Campos são fundamentais nesse processo dinamico. Em Macaé, as ocupações responsáveis pelo saldo positivo estão relacionadas à indústria de transformação e as atividades de serviços. A melhor dinamica na geração de emprego em Macaé, confirma a trajetória de recuperação da economia nacional.O gráfico a seguir, apresenta a trajetória de emprego nos quatro meses do ano para Campos e Macaé.

sábado, 15 de maio de 2010



Trabalhador pobre foi quem mais ganhou entre 2002 e 2008, diz estudo do Ipea

Os trabalhadores com menor salário e menos qualificação foram os mais beneficiados com aumento da renda, no período 2002/2008, segundo estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e divulgado ontem (13).“A Evolução Recente dos Rendimentos do Trabalho e o Papel do Salário Mínimo” mostra que os ganhos do salário mínimo, sobretudo a partir de 2004, foram os fatores que mais contribuíram para o aumento da renda. Mostra também que os trabalhadores mais qualificados perderam renda, excetuados aqueles que atuavam em setores favorecidos por investimentos estatais, como infraestrutura e energia.Num período em que a renda média nacional do trabalho aumentou 7,58%, os pequenos agricultores acumularam ganhos de 21,15%; os salários dos trabalhadores domésticos cresceram 15,36%; os trabalhadores não brancos obtiveram alta de 17,92%; aqueles com até quatro anos de estudo tiveram aumento de 12,39%; os trabalhadores das áreas rurais aumentaram seus ganhos em 28,15%; e os nordestinos passaram a ganhar 19,69% a mais.
Ao contrário destes, os trabalhadores mais qualificados sofreram perdas salariais entre 2002 e 2008. Quem tinha mais de 11 anos de estudo perdeu 12,76%. Professores e profissionais das áreas de ciências biológicas e de saúde foram os que mais perderam. Médicos e enfermeiros, por exemplo, amargaram perdas que somaram 5%. Os professores com formação superior tiveram perda de 2,6%.
“O salário desses profissionais destoa do nível de escolaridade e destoa também do resto. Com isso, conclui-se que não há valorização dos profissionais que cuidam da nossa educação e da nossa saúde”, assinalou Sandro Carvalho, pesquisador do Ipea.
Para o pesquisador, a tendência, no curto prazo, é de que não haja aumento da demanda por profissionais mais qualificados, por causa da atual estrutura da economia do país, voltada para a exportação de commodities, e da desestabilização das economias da Europa e dos Estados Unidos, países compradores de produtos industrializados brasileiros. “As empresas brasileiras não exigem grande qualificação. Tem havido um aumento da oferta, mas não há, em contrapartida, um aumento da demanda por esses profissionais de nível superior”.Segundo Sandro Carvalho, para que a mão de obra qualificada seja mais valorizada é preciso que o país desenvolva uma política industrial. “Não podemos ficar presos a essa condição de fornecedores apenas de matéria-prima e de serviços com pouca qualificação. É preciso investir na qualificação e, ao mesmo tempo, em uma política para aumentar a demanda por essa qualificação”.Brasília Confidencial

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Economia do Norte Fluminense

Economia do Norte Fluminense
Esse projeto visa apoiar, através de análises econômicas conjunturais, o processo de gestão das organizações governamentais e não governamentais oriundas dos municípios que compõem a região norte fluminense.


O NOVO CICLO DE CRESCIMENTO ECONÔMICO NA REGIÃO NORTE FLUMINENSE: UMA PROPOSTA DE INSERÇÃO
A Região Norte Fluminense começa a se acostumar com cifras na casa dos bilhões de reais, em função dos investimentos na indústria petrolífera e, mais recentemente, nos projetos em andamento no complexo portuário do Açu e nas expectativas em relação aos futuros projetos relacionados à construção de termoelétrica, refinaria e outros negócios da mesma magnitude. Tal fato, além das potenciais oportunidades, reforça uma grande preocupação, já que a economia regional baseada em atividades tradicionais é o contra ponto do atual processo que se inicia com base na tecnologia de ponta.Verdadeiramente esse processo gera externalidades positivas e negativas e a grande questão consiste na seguinte interrogação: “como qualificar o ambiente socioeconômico para internalizar os benefícios das externalidades positivas e combater os reflexos das externalidades negativas”? De certo, as praticas correntes precisam ser repensadas. Propostas como investimento em educação, capacitação profissional, investimento em infraestrutura e planejamento público, são temas de ampla abrangência que auxiliam somente bons discursos. Na verdade é essencial formular estratégias dirigidas a problemas práticos de maneira que ações integradas possam resolver gargalos específicos.Mais especificamente, uma visão fundamental está definida na flexibilização da teoria da localização e inovação de Michael Porter, que consiste nas seguintes etapas: identificação dos recursos tangíveis e intangíveis localmente (naturais, tecnológicos, financeiros, humanos, gerenciais, culturais, históricos, etc.); construção de programa de capacitação do ambiente sociocultural com base na metodologia da pesquisa-ação; indução a formação de clusters industriais; gerenciamento das ações integradas para garantia do processo de reprodução.Afirmo não tratar-se de simples importação de modelo. Na verdade a presente formulação já está adaptada e ajustada a nossa realidade regional, enquanto que o processo de abordagem para capacitação do ambiente exige a formação de equipes com conhecimento de natureza multidisciplinar.Esta formulação constrói as condições para capacitar os atores produtivos, segundo um modelo de organização produtiva de natureza coletiva com a associação de conceitos fundamentais, tais como: cadeia produtiva, economia de aglomeração, divisão do trabalho a partir do território, cooperação e reciprocidade. Paralelamente, a integração das organizações governamentais e não governamentais ocorre em função do processo de articulação das equipes condutoras da metodologia da pesquisa ação.Na verdade, a presente formulação cria condições para inserir empresas e trabalhadores locais no novo ciclo de crescimento econômico, aproveitando os benefícios inerentes às externalidades geradas pela internalização das economias externas e internas das grandes empresas responsáveis pelos investimentos exógenos. O esforço de integração, por sua vez, promove ações endógenas que são responsáveis por um desenvolvimento econômico local sem os males do crescimento concentrador de riqueza.
Esse projeto visa apoiar, através de análises econômicas conjunturais, o processo de gestão das organizações governamentais e não governamentais oriundas dos municípios que compõem a região norte fluminense.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Evento cívico de qualidade



Acabou de se realizar um super evento: o lançamento da obra Economia do Norte Fluminense do professor e pesquisador da UENF Alcimar das Chagas Ribeiro. Na verdade, o que aconteceu na noite de hoje no Trianon foi muito mais do que isso. O caráter extra-ordinário da ocasião vem da oportunidade raríssima de comprometimento público de várias instâncias da elite pensante campista e regional. A mesa foi composta pelas mais importantes instuições públicas de conhecimento: UFF, UENF e IFF. FIRJAN e SEBRAE também se fizeram representar. A participação do governo municipal foi interessante pois demonstrou o seu "melhor", ou seja, os agentes governamentais responsáveis pela formulação e planejamento do desenvolvimento regional: os secretários de desenvolvimento/petróleo e finanças; os presidentes da FUDECAM e CIDAC.Houve consenso em vários tópicos de discussão, mas principalmente sobre a novas oportunidades e desafios para região: os complexos portuários do Açú e de Barra do Furado e, é claro, a indústria do petróleo. Pois bem, a maior fonte de recursos e nosso maior problema. A secretaria de finanças confirma: os recursos dos royalties correspondem a 70% do orçamento municipal de Campos (em Macaé seria 60%), que por sua vez prefaz 1/3 do PIB municipal. Em suma, o panorama econômico traz potencialidades econômicas e grandes investimentos. Contudo, os desafios e riscos de "externalidades negativas" são eminentes. O planejamento estratégico de nosso desenvolvimento deve construir mecanismos para maximizar o aproveitamento dos recursos naturais e, ainda, assimilar a vocação regional em termos de logística.Mas nada disso se converterá em desenvolvimento social sem o investimento em capital humano. Por isso o questionamento do professor Silvério (UENF) foi decisivo: quais são os beneficiários "de sempre" dos ciclos econômicos? Para que haja consistente desenvolvimento humano (com o crescimento dos indicadores de renda, escolaridade e longevidade) essa riqueza em potencial tem que ser socializada com os cidadãos da região. Para tanto, além de aproveitar a "massa crítica" do saber acadêmico concentrado na região, o caminho fundamental é o da formação qualificada da mão de obra local. O professor Romeu (IFF), partindo da diferenciação entre nível de escolaridade e capacitação, fez uma proposta-desafio aos membros da mesa: uma urgente e sistemática pesquisa sobre o perfil da capacitação exigida dos nossos profissionais. Desafio que foi assimilado com promessa de encaminhamento. Outra proposta encaminhada com consenso foi a necessidade de se criar um fórum permanente de discussão sobre desenvolvimento, para que o conhecimento produzido possa ser socializado e a opinião pública possa cobrar do poder público as políticas necessárias.Pois bem, como constatou o presidente da FUNDECAM: "Levando em consideração o volume de recursos (royalties) que circula aqui, nosso índice de desenvolvimento é vergonhoso." Para que essa vergonha não se reproduza como uma maldição regional é absolutamente decisivo que obras como essa do professor Alcimar das Chagas Ribeiro se multipliquem. Criando condições para que possamos cobrar de modo informado e qualificado a responsabilidade dos gestores públicos.Parabéns professor Alcimar e seu blog http://economianortefluminense.blogspot.com/