Observatório Socioeconômico do Noroeste Fluminense

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Roberto Moraes entrevista Grupo EBX

O Blog do Professor Roberto Moraes (http://robertomoraes.blogspot.com/), referência para o debate qualificado sobre a nossa região, entrevistou de forma inédita o Grupo EBX responsável por uma série de investimentos massivos no norte e noroeste fluminense. Os esclarecimentos prestados servem para formar uma visão de conjunto dos dos desafios e ameaças sócioambientais representadas por esse crucial emprendimento econômico:

Blog: O grupo confirma a tese de que a localização do empreendimento no Açu deveu-se, basicamente, ao fato desta ter sido a única área disponível (e a preço barato) de todo o litoral na região Sudeste, para o empreendimento que exige extensa área?

Grupo EBX: Devido à vocação portuária da região, a LLX deu início à construção do porto de minério de ferro que, posteriormente, veio a se transformar no Superporto do Açu. Por conta deste projeto inicial e da capacidade de atração de investimentos, a LLX adquiriu áreas na região.
"Empresas do século XXI não podem ter os vetores ambiental e social apenas como metas a serem atingidas. É preciso que seja uma vocação, que esteja no DNA da corporação"

Blog: Pelo que consta, a definição de que a fazenda Caruara (de aproximadamente 5 mil hectares) - uma das duas inicialmente adquiridas pelo grupo - para ser área de preservação permanente se deveu a exigência do Inea e não a uma decisão do grupo. O que tem a falar sobre isto?

Grupo EBX: Por decisão exclusivamente voluntária do grupo, será criada uma RPPN na área da Fazenda Caruara. O pedido formalizado ao INEA no último dia 18 de fevereiro. Quando formalizada, a Reserva Particular de Patrimônio Natural Fazenda Caruara será uma das maiores RPPNs de restinga, um dos principais ecossistemas da Mata Atlântica. O Grupo EBX identificou uma oportunidade de recuperar e manter esta área protegida e com manutenção das espécies nativas.
"A EBX iniciou um novo estudo que será apresentado ao INEA até o final de março que vai englobar toda a infraestrutura necessária para a instalação do Distrito Industrial, assim como a sinergia entre os impactos".

Blog: Como o grupo explica a falta de sinergia nos projetos do grupo que foram chegando ao conhecimento da população de forma avulsa e estanque? O que será ou está sendo feito para superar esta situação?

Grupo EBX: Em 2008, o Grupo EBX realizou, de acordo com o cenário da época, uma primeira avaliação ambiental estratégica no território. Recentemente, ao analisar as possibilidades de instalação de outros tipos de indústrias e empreendimentos, a EBX iniciou um novo estudo que será apresentado ao INEA até o final de março. O estudo de impacto ambiental vai englobar toda a infraestrutura necessária para a instalação do Distrito Industrial, assim como a sinergia entre os impactos.

Blog: Você tem dito por diversas vezes que os investidores capitaneados pelo grupo EBX, já têm incorporado no seu DNA, a concepção de que cerca de 15% dos investimentos devem ser reservados para a questão ambiental e social. Se o investimento for de US$ 5 bi, os 15% alcançariam a quantia de US$ 750 milhões, se for de US$ 30 bi, 15% daria US$ 4,5 bi. Como isto se dará na prática? Como serão feitas as escolhas, sem considerar as exigências já constantes da mitigação e compensação ambientais e sociais definidas e determinadas no processo de licenciamento?

Grupo EBX: Todos os empreendimentos do Grupo EBX possuem em seu modelo econômico uma série de investimentos socioambientais que independem das obrigações legais. Estamos implementando no Açu o conceito de Gestão Integrada do Território – GIT – por que entendemos que uma empresa do século XXI não pode se preocupar apenas com o terreno onde será implantado o empreendimento, mas com todo o território ou região onde se localiza. Empresas do século XXI não podem ter os vetores ambiental e social apenas como metas a serem atingidas. É preciso que seja uma vocação, que esteja no DNA da corporação. É isso que trazemos no DNA do Grupo EBX.

Blog: O EIA/Rima do Estaleiro da OSX traça dois cenários de crescimento populacional. Um prevê em 2015 uma população em SJB de 732 mil habitantes e em Campos 1,1 milhão de habitantes. O outro estima uma população de 299 mil habitantes em SJB e de 751 mil habitantes em Campos. Com qual delas o grupo efetivamente trabalha? Com explica as contradições dos números na sua relação com a PEA (População Economicamente Ativa).

Grupo EBX: O EIA/RIMA da Unidade de Construção Naval da OSX considera dois cenários para diversos aspectos, o de operação plena do Complexo Industrial do Superporto do Açu (longo prazo) em 2025, e o de evolução da construção e operação do Complexo Industrial do Superporto do Açu (curto/médio prazo), isso explica a diferença entre os números expostos. Os dois cenários devem ser considerados como possíveis, levando em conta que estes são cenários estabelecidos em função do desenvolvimento das fases de implantação e operação do Complexo Industrial do Superporto do Açu. Essa estimativa leva em conta também a migração de mão-de-obra não qualificada atraída pela possibilidade de obtenção de emprego, daí a contradição dos números em relação à PEA.

Blog: Nas audiências públicas do estaleiro da OSX você, representando o grupo EBX, citou a questão do alto número de homicídios em Campos (na faixa de 280 assassinatos por ano) maior, proporcionalmente, do que na região do Complexo do Alemão no Rio. Como julga que os empreendimentos do grupo podem melhorar este quadro, se pelas estimativas de emprego no EIA da OSX, a diferença entre o número da criação de novos empregos e a população em 2025 em Campos é possível identificar pela comparação com a PEA, uma desocupação ou desemprego, superior a 50 mil pessoas, número bem superior ao que existe hoje?

Grupo EBX: Todos os empreendimentos do Grupo EBX que serão implantados no município de São João da Barra incrementarão significativamente a arrecadação municipal da região. Com este aumento, espera-se que o poder público invista não só em segurança pública, reduzindo o índice de criminalidade da região, mas também invista em outros serviços, oferecendo serviços de qualidade à população da região.

Blog: O que pode dizer sobre a localização do condomínio “Cidade X”, seu processo de licenciamento e sua integração com a cidade de SJB?

Grupo EBX: O condomínio que o Grupo EBX pretende construir no município de São João da Barra está em fase de concepção do projeto. A medida vai refletir no aumento da arrecadação e do efeito renda, armas do poder público de combate aos baixos índices de qualidade de vida. O Grupo EBX será mais um parceiro que se somará na união de esforços entre poder público, sociedade local e ONGs em prol da gestão integrada do território, cujo objetivo é construir soluções sustentáveis para o desenvolvimento de todo o território onde o Complexo Industrial do Superporto do Açu será sediado.

Blog: Em reunião recente entre o governador Cabral, Eike Batista e a prefeita Carla Machado tratou-se da questão da área do Açu para a Codin, uma parte para o distrito industrial do município e ainda, uma estrada-parque ligando o CliPa ao balneário de Grussaí, por dentro da Reserva de Iquipari. O que está decidido sobre estas questões e ainda sobre as áreas a serem desapropriadas?

Grupo EBX: O Distrito Industrial de São João da Barra foi criado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro visando o desenvolvimento econômico do estado e deste município. Desta forma, foi identificado que algumas áreas nesta região passariam por processo de desapropriação. Este processo está em andamento sob responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (CODIN). Quanto à “estrada-parque”, ainda não há definição sobre sua criação.
"A modalidade em que será implantado o Corredor Logístico (aberto ou fechado), bem como se este será objeto de concessão com a instalação de praças de pedágio ainda serão discutidas oportunamente pelo Governo do Estado"

Blog: O Porto do Açu terá também como objetivo atuar como “hub-port” para distribuir, por navegação de cabotagem, cargas para outros portos brasileiros?

Grupo EBX: A LLX, foi criada com o propósito de prover o país com infraestrutura e competências logísticas, principalmente no setor portuário. Desta forma, seus projetos possuem localização estratégica e profundidade adequada aos maiores navios, utilizando a mais moderna tecnologia portuária. Isso resulta em operações eficientes e de baixo custo, inclusive, com diminuição de gargalo logístico nos portos do país.

Blog: Como vê o gargalo da incapacidade da BR-101 e as dificuldades com a ligação ferroviária para a montagem da modal com o corredor logístico? Este corredor seria para uso de toda a população ou apenas do grupo? Haverá pedágios?

Grupo EBX: O Corredor Logístico é um conceito utilizado para concentrar a infraestrutura de transporte e energia num único eixo, simplificando seu processo de instalação, operação e manutenção. A modalidade em que será implantado (aberto ou fechado), bem como se este será objeto de concessão com a instalação de praças de pedágio ainda serão discutidas oportunamente pelo Governo do Estado. Quanto à dificuldade com a ligação ferroviária, este assunto é discutido atualmente com a proprietária do ramal de interligação com o Corredor Logístico.
"Cláusula de confidencialidade em alguns contratos que não permitem a divulgação dos nomes da empresa em negociação".

Blog: Os projetos da OGX e da UTP (Unidade de Tratamento de Petróleo) podem gerar acordos e negócios com a Petrobrás? A visita de Paulo Roberto Costa, diretor de Abastecimento da Petrobras, às obras do CliPa teria esta expectativa?

Grupo EBX: A LLX possui cerca de 70 memorandos de entendimentos com empresas que querem se instalar ou movimentar cargas no Superporto do Açu. São empresas de diversos setores: petróleo, automobilístico, tecnológico, entre outros. No entanto, há uma cláusula de confidencialidade em alguns contratos que não permitem a divulgação dos nomes da empresa em negociação.

Blog: Há ainda, aqui na região e também fora, grandes desconfianças sobre o grupo empresarial e seus investimentos no Açu. Muitos falam sobre o forte marketing do grupo que fariam suas ações subirem para a venda, saindo depois dos projetos. Nesta linha, diz-se que ao final, o grupo teria interesse mesmo, só na área de petróleo. Como responde a isto?

Grupo EBX: O Grupo EBX desenvolve seus negócios de forma bastante transparente. Atualmente investimos nos setores de Mineração (MMX), Logística (LLX), Construção Naval (OSX), Energia (MPX) e Petróleo e Gás (OGX). Em operação, o grupo possui um empreendimento de mineração e em 2011 duas termelétricas iniciam suas atividades.

Blog: O grupo EBX desde IIIª Conferência Local de Controle Social realizada, em dezembro, na Uenf, sobre o Complexo do Açu, impactos e oportunidades, passou a falar em Gestão Integrada do Território (GIT) e numa interlocução mais direta com a sociedade, instituições de ensino, a Rede Blog (objeto inclusive de um convite para visita especial ao porto). A razão disto seria a observação que a relação exclusiva com as gestões públicas locais é insuficiente? O grupo também observa a pouca, ou nenhuma integração, entre as prefeituras da região?

Grupo EBX: O Grupo EBX, tendo em vista o grande investimento em andamento na região, se sente responsável por comunicar-se diretamente com a sociedade de modo geral. Os projetos são de grande visibilidade, desta forma, é fundamental a inclusão da sociedade representada por seus diversos setores na discussão sobre aspectos inerentes aos processos de licenciamento, implantação e operação destes empreendimentos e suas responsabilidades socioambientais.

Blog: O grupo EBX vai efetivamente participar da viabilização do projeto de um hospital-escola na localidade do Cajueiro, no município de São João da Barra?

Grupo EBX: O Grupo EBX avalia todas as possibilidades de investimentos e parcerias nas regiões em que atua.

Blog: Como o grupo EBX vê a possível redução drástica do volume dos royalties para a região e o conseqüente aumento das demandas para as compensações sociais e de infraestrutura sobre o grupo EBX?

Grupo EBX: As compensações sociais e ambientais já implantadas e as que são previstas para serem implementadas pelo Grupo EBX são, em sua grande parte, estruturantes para a região. A demanda por compensações existe e é incorporada aos projetos conforme seu desenvolvimento.

Blog: Como vê a capacidade das instituições de ensino da região em dar conta das demandas de formação/qualificação e pesquisas para os projetos que o grupo desenvolve na região?

Grupo EBX: As instituições de ensino da região já desenvolvem diálogo aberto com o Grupo EBX com a finalidade de compreender a demanda de cursos de formação/qualificação de profissionais para atender à demanda na região. Hoje, a empresa desenvolve parceria com diversas instituições, entre elas, Sesi, Senai, IFF, Uenf, Isecensa e outras universidades.

Blog: Empreendimentos de grande porte trazem ônus e bônus em qualquer lugar. Será que este do Açu poderá ser diferente dos demais com ônus e bônus sendo repartidos entre a população e o investidores? Nesta linha, você acha que Eike e os demais investidores morariam na Cidade X?

Grupo EBX: Atualmente o Grupo EBX realiza investimentos sociais e ambientais como, por exemplo, investimentos sociais na pesca, programas de qualificação profissional e criação da Casa do Diálogo em São João da Barra para receber as sugestões e críticas da população.
"O Grupo recebeu um voto de confiança da população por conta de seus investimentos estruturantes e de suas grandes possibilidades."

Blog: Todas as cidades ou regiões têm defeitos e virtudes. Após a convivência de mais de três anos em nossa região, na visão do grupo EBX, quais seriam nossos maiores defeitos e virtudes? O que mais surpreendeu o grupo?

Grupo EBX: O Grupo recebeu um voto de confiança da população por conta de seus investimentos estruturantes e de suas grandes possibilidades. Procuramos responder a esta confiança com seriedade, parceria e responsabilidade socioambiental.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

MTE: Boletim do Observatório do Mercado de Trabalho



BOLETIM DO OBSERVATÓRIO DO MERCADO DE TRABALHO
Resumo dos Principais Indicadores do Mercado de Trabalho
Nº. 10
Dados CAGED – Dezembro de 2010
Nova Meta para 2010 2.500.000
Empregos gerados no 1º Semestre 1.473.320 (+4,46%)
Empregos gerados em julho 181.796 (+0,53%)
Empregos gerados em agosto 299.415 (0,86%)
Empregos gerados em Setembro 246.875 (0,71%)
Empregos gerados em Outubro 204.804 (0,58%)
Empregos gerados em Novembro 138.247 (0,39%)
Empregos gerados em Dezembro 407.510 (-1,15%)
Acumulado do ano 2.524.678
Empregos gerados: 2003 a Dezembro de 2010 15.048.311
EMPREGO FORMAL - Dezembro
ADMITIDOS 1.230.563
DESLIGADOS 1.638.073
SALDO -407.510
DESTAQUES SETORIAIS DAS ADMISSÕES OCORRIDAS
Serviços Comércio: 483.006
Indústria de
Transformação: 360.666
Construção Civil: 190.520
• Das admissões ocorridas em dezembro, os setores que mais se destacaram foram os de Serviços (39,3%),
Comércio (29,3%), Indústria de Transformação (15,5%) e Construção Civil (10,7).
• Considerando o número de desligados, os únicos setores que elevaram o nível de emprego foram o Comércio
(+14.411 postos ou + 0,18%) e os Serviços Industriais de Utilidade Pública (+557 postos ou + 0,15%).
• A Indústria de Transformação (-152.978 postos ou -1,90%) foi o setor que registrou a maior perda de postos
de trabalho.
DESTAQUES REGIONAIS DAS ADMISSÕES OCORRIDAS
Sudeste: 669.361
Sul: 242.201
Nordeste: 172.540
• As regiões que mais admitiram em dezembro foram o Sudeste, o Sul e o Nordeste, com respectivamente, 54,3%,
19, 6% e 14%.
• De janeiro a dezembro de 2010 todas as cinco regiões geográficas do Brasil obtiveram expansão do emprego,
com as 27 Unidades da Federação apresentando desempenho positivo.
DESTAQUES ESTADUAIS DAS ADMISSÕES OCORRIDAS
São Paulo Minas Gerais Rio de Janeiro Rio Grande do Sul
378.586 143.349 119.927 93.634
• Das admissões ocorridas em dezembro, o estado que mais contratou foi São Paulo, com 378.586
empregos, o que corresponde a 30,7% dos admitidos.
• Em 2010, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro foram os estados que mais geraram vagas de
emprego formal, respectivamente 726.449, 296.230 e 217.805 postos de trabalho.
• Considerando o saldo de empregos em dezembro nos estados, a queda do emprego foi mais
acentuada em SãoPaulo (-159.579 postos ou -1,38%) e MinasGerais (-50.797 postos ou -1,33%).
Em dezembro, como ocorre tradicionalmente em todos os anos devido à sazonalidade negativa - tais como a entre safra agrícola,
o término do ciclo escolar, o fim do consumo exacerbado do final de ano, dentre outros -, o nível de emprego apresentou uma
redução de 1,15%.
2,5 milhões de trabalhadores conquistaram novos postos de trabalho com carteira assinada no
Brasil em 2010. Em 8 anos foram criados 15 milhões de novos empregos!
NÚMERO DE ADMITIDOS POR GÊNERO
Masculino Feminino Total
751.502 479.061 1.230.563
SALÁRIO MÉDIO REAL DE ADMISSÃO POR GÊNERO (JAN – NOV DE 2010)
R$ 871,47 R$ 759,95 R$ 832,43
• Dos admitidos em dezembro, 61% foram do sexo masculino e 39% do feminino.
• Considerando o saldo negativo de emprego por sexo, 71,97% (-293.299) foram de
trabalhadores de sexo masculino, e 28,3% (-114.211) do sexo feminino.
NÚMERO DE ADMITIDOS POR FAIXA ETÁRIA
Ate 17 anos 43.809 3,56%
18 a 24 anos 433.693 35,24%
25 a 29 anos 252.452 20,51%
30 a 39 anos 297.659 24,18%
40 a 49 anos 142.566 11,58%
50 ou mais 60.384 4.9%
TOTAL 1.230.563 100%
• Das admissões ocorridas em dezembro, 35% das vagas foram preenchidas por trabalhadores
na faixa etária de 18 a 24 anos. Os trabalhadores com 50 anos ou mais foram os que menos
preencheram postos de trabalho em dezembro (4,9%).
DADOS PME3 – DEZEMBRO 2010
TAXA ESTIMATIVAS
Atividade 57,2 %
Desocupação 5,3 %
Nível da Ocupação 54%
POSIÇÃO NA OCUPAÇÃO
Empregado Com Carteira Setor Privado 47,0 %
Empregado Sem Carteira Setor Privado 11,7 %
Militar ou Funcionário Público Estatutário 7,7 %
Conta Própria 18,1 %
Empregador 4,5 %
RENDIMENTO MÉDIO REAL (R$)
Empregado Com Carteira Setor Privado 1.404,70
Empregado Sem Carteira Setor Privado 1.072,00
Militar ou Funcionário Público Estatutário 2.703,20
Conta Própria 1.263,10
TOTAL 1.515,10
INDICADORES PNAD 2008/2009
2008 2009 2008 2009
PIA (1000 pessoas) 160.600 162. 807 Taxa de Desocupação 7,1% 8,3 %
PEA (1000 pessoas) 99.500 101. 110 Taxa de Atividade 62,0% 62,1 %
Ocupados 92.395 92. 689 Nível de Ocupação 57,5% 56,9 %
Desocupados 7.106 8. 421 Rend Médio Mensal4 R$1.036,00 R$ 1.111,00

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Corredor Logístico do Açu em discussão

Aspectos do Corredor Logístico do Porto do Açu: como discutir os impactos?

Atendendo ao convite da Câmara Municipal de São João da Barra, representantes do Governo do Estado do Rio de Janeiro apresentaram, em linhas gerais, o projeto do corredor logístico que será responsável pelo fluxo de produtos e matérias primas para o Porto do Açu e partindo deste para diversas regiões do Brasil. Sem dúvidas, um grande projeto de infra-estrutura logística que integra os modais rodoviário, ferroviário e marítimo, além da construção de linhas de transmissão, no contexto do espaço territorial dos municípios de São João da Barra e Campos dos Goytacazes.

Pela ótica da engenharia, pode-se observar um grande esforço técnico norteando o projeto. Entretanto, a busca de bons termos em situação dessa natureza, exige a conjugação de outros elementos de cunho multidisciplinar. A pouca ênfase nessa visão aflora algumas contradições que merecem uma discussão mais aprofundada.

A primeira diz respeito a desconsideração das condições sócio-culturais do ambiente de operação. O conjunto de investimentos destinado para o município é muito importante, já que vai garantir a formação de riqueza e, fundamentalmente, um forte processo de crescimento econômico. Entretanto, tratar a distribuição da riqueza é essencial para inibir os malefícios do crescimento concentrado. A audiência focou o projeto especificamente nos aspectos de engenharia e descuidou da discussão sobre a inserção dos produtores rurais no mesmo processo.

Outro equívoco que se relaciona com o primeiro, é a forma de condução de problema tão complexo, envolvendo a construção do corredor logístico e o processo de desapropriação dos produtores rurais envolvidos. Dado a natureza do problema, a visão precisa ter uma dimensão sistêmica, integrando as secretarias estaduais de agricultura, desenvolvimento econômico, transporte, meio ambiente e outras relacionadas, além do empreendedor. A visão por uma via única repete as velhas falhas do sistema de acumulação capitalista de concentração de riqueza.

Um terceiro equivoco pode ser verificado na composição do comitê para discussão dos impactos socioeconômicos em decorrência do projeto. As cadeiras pertencem aos políticos dos Governos do Estado e do Município, decisão que deixa de fora a sociedade civil e seu conhecimento técnico. Historicamente este modelo não tem ajudado na solução de problemas importantes para a sociedade.

Nesta audiência, ficou patente a ausência de conhecimento no uso de terminologias importantes como: distrito industrial, desenvolvimento econômico, agricultura familiar, pertencimento territorial e organização da produção agrícola. O Legislativo, disposto a intervir nesse processo, precisa exigir a participação efetiva do conhecimento técnico local na busca de soluções para problemas que poderão afetar, profundamente, as bases desta sociedade.

Postado por Alcimar das Chagas Ribeiro http://economianortefluminense.blogspot.com/

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

IBGE confirma relação direta entre qualificação e emprego

Pesquisa do IBGE confirma relação direta entre qualificação e emprego

Em matéria que deve estar na edição impressa, desta sexta-feira, o Globo Online acaba de divulgar pesquisa do IBGE que mostra que a formação universitária e a qualificação profissional de outros níveis, aumentou em muito, a empregabilidade no Brasil:"Emprego: taxa de desocupação é de apenas 3,1% para quem tem faculdade, diz IBGE""O diploma da faculdade já garante a milhares de brasileiros o pleno emprego. Levantamento exclusivo do IBGE, nas seis principais regiões metropolitanas do país, mostra que a taxa de desemprego da população que tem nível superior atingiu em 2010 seu menor nível em oito anos: 3,1% - quase a metade da média nacional (6,7%). Segundo especialistas, é o mesmo que dizer que praticamente não falta trabalho - ainda que, muitas vezes, fora da área da formação - para quem passou pelos bancos universitários. O aumento da qualificação fora da universidade também chama a atenção. Segundo o IBGE, o país encerrou 2010 com 7,6 milhões de pessoas, 34,1% do total de trabalhadores nessas seis regiões metropolitanas, com algum curso de qualificação concluído ou em andamento. É mais que o dobro dos 3,7 milhões de trabalhadores nessa condição em dezembro de 2002.
Se desejar ler a matéria na íntegra clique aqui.

Postado por Roberto Moraes http://robertomoraes.blogspot.com/

sábado, 5 de fevereiro de 2011

IPEA: Investimento em educação multiplica PIB



Em seu Comunicado nº 75, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela a importância que os gastos sociais adquiriram no Brasil para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a redução das desigualdades. Segundo o estudo, que usou como base dados de 2006, cada R$ 1 gasto com educação pública gera R$ 1,85 para o PIB, e o mesmo valor investido na saúde gera R$ 1,70. Foram considerados os gastos públicos assumidos pela União, pelos estados e municípios.Os chamados gastos sociais fizeram o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescer 7% entre os anos de 2004 e 2008, segundo o estudo "Gasto com a Política Social: Alavanca para o Crescimento com Distribuição de Renda" produzido pelo Ipea e divulgado quinta-feira. Durante o período, o PIB do País teve avanço real de 27%, segundo o instituto.


Ao comparar tipos diferentes de gasto social, o Comunicado concluiu que aquele destinado à educação é o que mais contribui para o crescimento do PIB, haja vista a quantidade de atores envolvidos nesse setor e os efeitos da educação sobre setores-chave da economia. “O gasto na educação não gera apenas conhecimento. Gera economia, já que ao pagar salário a professores aumenta-se o consumo, as vendas, os valores adicionados, salários, lucros, juros”, explicou o diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Jorge Abrahão.


Abrahão apresentou o estudo ao lado de Joana Mostafa, técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea. Por sua vez, quando se calcula o tipo de gasto social que tem o maior efeito multiplicador na renda das famílias, em primeiro lugar aparece o Programa Bolsa Família (PBF). Para cada R$ 1 incluído no programa, a renda das famílias se eleva 2,25%. “A título de comparação, o gasto de R$ 1 com juros sobre a dívida pública gerará apenas R$ 0,71 de PIB e 1,34% de acréscimo na renda das famílias”, acrescenta o Comunicado, intitulado Gastos com política social: alavanca para o crescimento com distribuição de renda.


O texto afirma ainda que 56% dos gastos sociais retornam ao Tesouro na forma de tributos. “O gasto social não é neutro. Ele propicia crescimento com distribuição de renda. Ele foi muito importante para o Brasil superar a crise de 2008. Esse gasto tem uma grande importância como alavanca do desenvolvimento econômico e, logicamente, do bem-estar social”, concluiu Abrahão.