Observatório Socioeconômico do Noroeste Fluminense

sábado, 24 de abril de 2010

2010: economia nacional tem crescimento acelerado

A atividade econômica cresceu 7,3% no primeiro bimestre, em comparação ao período janeiro/fevereiro de 2009, segundo o Indicador Serasa Experian de Atividade Econômica que aponta, mensalmente, a evolução do Produto Interno Bruto (PIB).
De acordo com o levantamento da empresa de consultoria Serasa Experian, entre os destaques do bom desempenho da economia estão os aumentos dos investimentos produtivos e do consumo das famílias.
A produção industrial cresceu aceleradamente e, ainda que em ritmo menor, a agropecuária e os serviços também cresceram.
O gerente de Indicadores de Mercado da Serasa Experian, Luiz Rabi, esclareceu que a expressiva evolução dos investimentos está associada à compra de máquinas e equipamentos para a modernização do parque fabril e também ao maior dinamismo da construção civil.
“Além dos projetos vinculados ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que se refletem em obras de infraestrutura, temos em andamento as construções de residências”, observou o economista.
Com base nos indicadores utilizados para os cálculos da pesquisa, Rabi prevê que o Produto Interno Bruto crescerá 6,2% em 2010. É crescimento superior aos previstos pelo Banco Central (5,8%) e pelo Fundo Monetário Internacional (5,5%).

quinta-feira, 22 de abril de 2010

OIT: as políticas públicas que salvaram o mundo da crise.

OIT diz que medidas de resposta à crise salvaram 21 milhões de empregos nos países do G20, mas que o mercado de trabalho continua fraco

GENEBRA (Notícias da OIT) - As políticas econômicas adotadas pelos governos do G20 para responder à crise salvaram ou criaram quase 21 milhões de empregos em 2009 e 2010, de acordo com um estudo realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) para a reunião de Ministros do Trabalho e Usando o G20 que será realizada em Washington em 20 e 21 de Abril.
O relatório da OIT, intitulado "Acelerar a recuperação de postos de trabalho nos países ricos do G20: lições de experiência", teve contribuições importantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Será apresentado por Juan Somavia, Diretor-Geral da OIT, durante a reunião do G20 na terça-feira. "Este encontro, promovido pelo presidente Obama na Cúpula de Pittsburgh, destaca importância que os líderes do G20 têm atribuído ao emprego de alta qualidade como eixo de recuperação", disse Juan Somavia. "Olhando adiante, precisamos de um quadro de trabalho orientado para um crescimento que seja forte, sustentável e equilibrado." O estudo da OIT assinala que a desaceleração no mercado de trabalho que se acumulou desde 2008 manteve-se elevada no primeiro trimestre de 2010, embora a economia tenha começado a recuperar-se. Outros fatores são o emprego informal e a pobreza em alguns países em desenvolvimento e economias emergentes, e um crescimento geralmente débil dos salários reais em todos os países. O relatório também assinala que o ritmo pelo qual as mulheres e homens que buscam mais e melhores trabalhados encontrarão um emprego produtivo dependerá da solidez da recuperação, tanto em termos de produção como de emprego, o que, por sua vez, dependerá do conjunto de políticas que os países adotem de maneira individual ou coletiva.
Em conclusão, o relatório assinala que o cancelamento da medidas de estímulo lançado em 2009 não deve ocorrer prematuramente, embora reconheça a necessidade de atingir o nível de consolidação fiscal. Em muitos países, o crescimento continua frágill e a demanda do setor privado, fraca. As medidas de apoio ao emprego e proteção social devem ser mantidas até o impulso o crescimento do emprego ganhar maior abrangência. Outros aspectos destacados no relatório: a) medidas discricionárias de estímulo fiscal podem ter criado ou salvo 8 milhões de empregos em 2009 e 6,7 milhões em 2010. b) os estabilizadores automáticos, como subsídios de desemprego ou impostos, podem ter salva ou criado 6,2 milhões de empregos nos países do G20 em 2009. c) Portanto, cerca de 21 milhões de empregos foram criados ou salvos, equivalente a 1 por cento do emprego total no grupo G20. d) Em 15 dos países do G20 para os quais existem dados, foram perdidos mais de 6 milhões de empregos na indústria de transformação, de 2.8 milhões na construção e 2,3 no comércio nos dois anos anteriores ao terceiro trimestre de 2009. Durante o mesmo período, houve um aumento do desemprego nas seguintes áreas: serviços públicos, educação, administração pública e da saúde. e) A perda de postos de trabalho tem sido mais pronunciada entre os homens do que entre as mulheres na maioria dos países. e f) Nos dois anos anteriores à segunda metade de 2009, a taxa de desemprego dos jovens aumentou em 12 dos 14 países do G20 para os quais existem dados. A resposta política dos países do G20 à crise global tem sido rápida, decisiva e de grande escala, de acordo com o relatório da OIT. O relatório assinala que desde o final de 2008, as medidas de política monetária destinadas a estabilizar as economias enfraquecidas foram seguidas por medidas fiscais para sustentar o emprego, gerar novas atividades e proteger os trabalhadores e seus familiares. O relatório mostra que os países continuam a se adaptar e introduzir medidas para superar a crise, enquanto tentam equilibrar a pressão para reduzir o déficit orçamentário com a necessidade de não revogar os estímulos fiscais muito rapidamente. O relatório leva em conta os diferentes contextos nacionais, examina uma série de medidas em resposta à crise e destaca algumas lições sobre como estimular a procura de trabalho, aumentar a proteção social e promover o emprego e a qualificação profissional. A partir destas lições, o relatório da OIT aponta seis desafios políticos para conseguir uma recuperação sustentável no mercado de trabalho: -Impedir a retirada prematura dos incentivos especiais, embora reconheça a necessidade de uma consolidação fiscal. -Apoiar a recuperação e definir um modelo de globalização inclusiva através de melhores ligações entre o emprego, proteção social e políticas macroeconômicas, e construir um crescimento equilibrado da economia mundial com base no crescimento das economias nacionais. -Reconhecer a relação entre políticas de emprego e proteção social, e analisar os benefícios da implementação de uma abordagem global em que as iniciativas estejam estruturadas para tirar partido das sinergias potenciais. -Consolidar, de maneira gradual, um piso básico de proteção social em todos os países para apoiar um desenvolvimento econômico e social mais equilibrado. -Aproveitar ao máximo as possibilidades que os empregos verdes e as tecnologias de energia limpa podem gerar para proporcionar emprego sustentável e benefícios ambientais. e -Manter a coordenação da política internacional.

19.04.2010

sábado, 10 de abril de 2010

Qual é o Papel do Governo no Desenvolvimento Regional?

Do importante blog do economista e professor da UENF Alcimar das Chagas Ribeiro http://economianortefluminense.blogspot.com/ trazemos o debate sobre:

Qual é o Papel do Governo no Presente Processo de Transformação da Região Norte Fluminense?
É inegável que o radar do país e de uma parte do mundo está dirigido para a Região Norte Fluminense. É fácil entender tal alternativa, já que 85% do petróleo se desenvolve por aqui e o País é uma referência em tecnologia de exploração e produção de petróleo em águas profundas, o que possibilitou a descoberta de petróleo na camada pré sal. Complementarmente, a construção de um sofisticado complexo portuário no Açu em São João da Barra, cujo investimento já passa de R$ 1 bilhão, indica a forte transformação que já se iniciou. O interesse da China, uma das maiores potencias econômicas do mundo, no minério de ferro e, naturalmente, no complexo logístico em construção, mostra bem o novo momento econômico da região.Entretanto, esses indicativos devem se constituir em elementos fundamentais de reflexão, especialmente, para os governantes. É preciso responder a pergunta: Qual é o papel do governo numa conjuntura onde consistentes investimentos exógenos perturbam o ambiente socioeconômico, gerando ameaças e oportunidades? É inegável que esses ambientes não possuem as condições ideais de inserção. Nesse caso, a formulação de políticas públicas para facilitar os processos de adaptação é essencial e deve se sobrepor às questões de política partidária. As presentes ações públicas, observadas em decorrência da transformação indicada, parece seguir outras orientações, o que deixa uma lastro de preocupação. (02/04/2010)

Ainda sobre o papel do governo no combate às ameaças e capacitação para aproveitar as oportunidades
Seguindo a discussão sobre o papel do governo no processo adaptativo da Região Norte Fluminense à presente transformação econômica, duas notícias corroboram com a necessidade de reflexão proposta na postagem anterior. A primeira diz respeito à dinâmica econômica da China, segundo a agência Reuters. No primeiro trimestre desse ano, o país manteve o vigor econômico do setor industrial, refletido no crescimento das exportações e das importações. Os analistas se preocupam, já que o fato pode motivar um possível aperto monetário para inibir pressões inflacionárias. Importante é que este país tem potenciais interesses comerciais, envolvendo a região e dá mostras de substancial robustez econômica. Tal aspecto representa uma oportunidade fundamental para a região e precisa ser pensada estrategicamente.
Uma segunda notícia, diz respeito a forte concentração de terra no país, o que contribui para o aniquilamento de 30 milhões de brasileiros que vivem no campo. Segundo pesquisa do IPEA, esses brasileiros vivem em condições precárias e sofrem com a ausência de moradia, dificuldade de acesso a saúde e educação. Como o trabalho é regulado pela informalidade, a remuneração é insuficiente para dar dignidade a esse exército de trabalhadores, homens e mulheres excluídos. Uma indagação surge nesse momento: No ambiente de transformação econômica da Região Norte Fluminense, orientado por alta tecnologia própria das atividades de petróleo e logística portuária, como se insere o trabalho no campo? a atividade rural pode ser uma ameaça ou uma oportunidade? Qual é o papel do governo nesse aspecto? (03/04/2010)

terça-feira, 6 de abril de 2010

Renda do brasileiro bate recorde em 2009

Renda do brasileiro bate recorde em 2009, conclui pesquisa

A renda média das famílias brasileiras em 2009 alcançou o recorde de R$ 1.285,00. A conclusão é da pesquisa Observador Brasil 2010, feita pela Cetelem (financeira do grupo francês BNP Paribas) e pelo instituto de pesquisa Ipsos.
O gasto total das famílias foi o maior desde 2005, alcançando R$ 1.066,25. Por outro lado, o brasileiro poupou mais em 2009. Os recursos destinados a aplicações, poupança e investimentos alcançaram em média R$ 535,31, o que equivale a R$ 220,00 mais do que em 2008. Sobre as intenções para os próximos 12 meses, 76% dos entrevistados afirmaram que pretendem aumentar as economias.
A região Sul foi a que mais poupou, aplicou ou investiu dinheiro em 2009, totalizando uma média de R$ 848. Logo depois, ficou a região Nordeste, que guardou R$ 832 por mês. Em comparação com 2008, a região Nordeste foi a que mais ampliou investimentos em 2009, uma diferença que chegou a R$ 637.
Nos últimos cinco anos, tem diminuído o número de pessoas que precisou atrasar algum pagamento. Em 2009, apenas 3% declararam ter atrasado uma prestação, enquanto em 2005, o índice era de 9%.
De acordo com a declaração dos entrevistados, também sobrou mais dinheiro no final do mês, alcançando R$ 138,16, em 2009, contra R$ 108,25, em 2008.
A comparação é ainda mais expressiva ao avaliar os dados históricos: em média, o que sobrou no fim do mês no ano de 2009 mais que dobrou em relação a 2005, quando chegou a R$ 67,3.
Consumo
Segundo apurou a pesquisa Observador 2010, a pretensão de compra em 2010 se manteve estável para todos os itens pesquisados. Isso sugere que a crise econômica pouco afetou as ambições de compra do consumidor.
Na região Nordeste, destaque para o aumento de quase 10 pontos percentuais na pretensão de gastos com lazer e viagem. Este item também aparece com destaque nas regiões Norte e Centro-Oeste, juntamente com telefone celular e computador para casa. Na região Sul, há destaque para a pretensão de compras de carros.
A intenção de pagar à vista segue estável na maioria dos itens pesquisados. Segundo o estudo, em 2009, em geral, as pessoas se sentiram mais seguras para comprar itens financiados.
A pesquisa identificou uma tendência de crescimento de compras financiadas de eletroeletrônicos, principalmente de televisão, fogão e geladeira, além de carro.
Do total de entrevistados, 65% assumiram se sentir seguros para financiar a compra de alimentos, seguido por roupas, com 52%. Para a compra de carros, 17% informaram se sentir muito seguros para assumir um financiamento.

Fonte: Folha on line 06/04/10