Observatório Socioeconômico do Noroeste Fluminense

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Ensino técnico e profissionalizante no NOF

Com base em pesquisa* realizada pelo Observatório Socioeconômico do Noroeste Fluminense, no período de junho a julho de 2011, notou-se a pequena oferta de cursos técnicos na região Noroeste Fluminense, predominando o número de cursos de caráter profissionalizante não-técnico.


Gráfico 1. Comparação entre a oferta de cursos técnicos e profissionalizantes no NOF.
Fonte: Autoria própria, 2011.

Observa-se também uma correlação entre a maior oferta de cursos na área de Ambiente, Saúde e Segurança (27%) e a expansão do setor de serviços médicos na região. 


Gráfico 2. Oferta de cursos técnicos e profissionalizantes por eixos tecnológicos no Noroeste Fluminense
Fonte: Autoria própria, 2011.

Apesar disso, apenas um dos cursos ofertados é técnico (Técnico em Enfermagem no SENAC de Itaocara), evidenciando uma carência nesse setor, especialmente em instituições que os ofertem a título não oneroso.
Na área de Indústria, somando-se os eixos Controle e Processos Industriais, Produção Industrial e Produção Alimentícia, há uma concentração de 22% dos cursos ofertados. Não sendo, porém, uma área de destaque na região, seja no PIB, seja na oferta de empregos, há poucos indícios de fixação dessa mão de obra no NOF.
Por fim, a distribuição territorial dos dados coletados pode ser observada no gráfico abaixo:


Gráfico 3. Distribuição dos cursos técnicos e profissionalizantes ofertados no NOF por município.
Fonte: Autoria própria, 2011.

* Este trabalho foi desenvolvido por bolsistas do Instituto Federal Fluminense e apresentado na III Mostra de Extensão do IFF, UFF e UENF, em outubro de 2011. Ele é parte de um projeto de pesquisa e divulgação de informações sobre o mercado de trabalho e o ensino técnico e profissionalizante no Noroeste Fluminense.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Emprego no Noroeste cresce 120%

Em julho de 2011, as admissões de empregos com carteira assinada superaram os desligamentos em 341 empregos no Noroeste Fluminense, ante 154 no mesmo mês de 2010. Assim, o aumento foi de 121,4%, enquanto no Estado do Rio houve recuo de 22,1% e no Brasil redução de 22,7%, na comparação destes mesmos períodos.

Pádua, Itaperuna, Bom Jesus do Itabapoana, Aperibé e Cambuci foram os municípios que apresentaram os melhores saldos na flutuação de emprego em julho último. Tiveram a mais, respectivamente, 115, 111, 57, 25 e 13. Os aumentos de empregos mais expressivos em relação a julho de 2010 foram registrados em Pádua (342,3%) e Aperibé (257,1%).

De janeiro a julho de 2011, o saldo da flutuação de empregos na região apresentou 1.370 admissões, ante 1.177 no mesmo período de 2010, o que representou um aumento de 16,4%, enquanto no Estado do Rio houve aumento de 10,8% e no Brasil recuo de 3,7%, na comparação destes mesmos períodos .

Os municípios do Noroeste que apresentaram os melhores saldos na flutuação de empregos no acumulado deste ano foram: Itaperuna (394), Pádua (288), Bom Jesus do Itabapoana (222), Itaocara (166), Aperibé (106) e Miracema (100).

Na comparação com janeiro a julho de 2010, os municípios que mais evoluíram na contratação de empregados nos sete primeiros meses de 2011 foram: Itaocara (1.744,4%), Aperibé (171,8%), Bom Jesus do Itabapoana (155,2%), Pádua (64,6%) e Miracema (58,7%).

Ocupações que apresentaram os maiores saldos na flutuação de empregos nos municípios que registraram mais empregos de janeiro a julho de 2011:
Itaperuna: Auxiliar de escritório em geral (46), Desossador (34), Técnico de enfermagem e Montador de equipamentos eletrônicos (26 cada ocupação) e Empregado doméstico (20);

Pádua: Cortador de pedras (46), Trabalhador de serviços de limpeza e conservação de áreas públicas (39), Pedreiro (35), Agente de saúde pública (30) e Servente de obra (26);

Bom Jesus do Itabapoana: Faxineiro (25), Pedreiro (24), Auxiliar de escritório, Varredor de rua e Servente de obras (20 cada ocupação);

Itaocara: Professor de nível médio no ensino fundamental (23), Auxiliar de pessoal (20), Vendedor de comércio varejista (19), Servente de obras (15) e Operador de computador (8);

Aperibé: Costureiro de peças sob encomenda (17), Auxiliar de pessoal (16), Auxiliar de escritório (12), Vendedor de comércio varejista (11) e Operador de acabamento de peças fundidas (8);

Miracema: Costureiro a máquina na confecção em série (13), Auxiliar geral de conservação de vias permanentes (11), Auxiliar de escritório, Auxiliar de pessoal e Trabalhador agropecuário (11 cada ocupação).

Saldo da flutuação de empregos formais no Noroeste Fluminense

MUNICÍPIO..........................JULHO.........................JANEIRO A JULHO
…..................................2010.....2011.........................2010......2011

Itaperuna........................106........111.............................695.......394
Santo Antº de Pádua..........26........115.............................175.......288
Bom Jesus do Itab............-34..........57...............................87.......222
Itaocara...........................13...........11................................9.......166
Aperibé..............................7..........25...............................39.......106
Miracema...........................8............3...............................63.......100
Cambuci...........................-7...........13...............................34........46
Italva...............................22............-1...............................56........43
Porciúncula......................21............-1...............................60........17
Varre-Sai.........................10...........10.................................3........14
São José de Ubá...............-4.............1...............................-20.........3
Laje do Muriaé.................-2............-7..................................0........-7
Natividade......................-12.............4...............................-24.......-22
Região Noroeste.........154.........341...........................1.177....1.370

No Estado do Rio foram gerados 10.968 empregos formais em julho de 2011 ante 14.086 em igual mês de 2010 (queda de 22,1%). De janeiro a julho de 2011, foram 113.723 ante 102.677 no mesmo período de 2010 (aumento de 10,8%).

No Brasil foram gerados 140.563 empregos com carteira assinada em julho de 2011 ante 181.796 em julho de 2010 (recuo de 22,7%). De janeiro a julho de 2011, foram 1,593 milhão ante 1,655 milhão em igual período de 2010 (recuo de 3,77%).


Publicação: 27/08/2011 :: 10:46 :: Fonte: Caged (Ministério do Trabalho e Emprego).

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

UENF no Noroeste

Noroeste: UENF foca desenvolvimento integrado

Reunidos em Itaperuna (RJ) com o reitor da UENF, Silvério de Paiva Freitas, na manhã desta sexta, 29/07, prefeitos do Noroeste Fluminense entraram em acordo quanto ao princípio básico para nortear a proposta de expansão da Universidade para a região: o foco estará no território do Noroeste como um todo, e não nas fronteiras municipais. Uma vez fechada a proposta coletiva, o desafio imediato será convencer o governo do Estado a autorizar a criação das vagas e concursos de docentes e técnicos.
A UENF encaminhou aos prefeitos e suas representações a minuta de uma proposta, focada na filosofia do desenvolvimento regional integrado, para ser discutida e aperfeiçoada. Entre outras sugestões de cursos, incluindo graduação, mestrado e doutorado, estão diferentes modalidades de engenharias e de licenciaturas.
- Nesta segunda participaremos de um encontro com o governador Sergio Cabral voltado justamente para a necessidade de ampliação da oferta de vagas nas engenharias no Estado. Vou aproveitar o momento para levar a mensagem desta reunião ao governador e ao secretário de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardoso - disse Silvério.
Novo encontro com um grupo de trabalho formado por representantes dos municípios e da UENF será realizado na próxima quarta, 03/08, e as sugestões serão enviadas à UENF até a próxima sexta, 05/08.
Presenças - O encontro ocorreu no auditório da Fundação São José, reunindo os prefeitos de Itaperuna, o anfitrião Fernando Fernandes, o Paulada; Itaocara, Alcione Correa de Araújo; Cambuci, Oswaldo Botelho; e representantes dos prefeitos de Italva, Joelson Gomes Soares; Santo Antônio de Pádua, José Renato Padilha; Varre-Sai, Everardo Ferreira; e até de Cardoso Moreira, que formalmente integra a região Norte Fluminense, mas faz fronteira com o Noroeste.
Pela UENF, participaram do evento o reitor Silvério de Paiva Freitas e o vice-reitor Édson Corrêa da Silva, além do prefeito da Universidade, Gustavo Xavier; do assessor da Pró-Reitoria de Extensão Alcimar das Chagas Ribeiro, que fez uma apresentação da pré-proposta da UENF, entre outros assessores. O presidente da Fenorte, Almy Junior, também esteve presente e anunciou a instalação de um escritório da fundação em Itaperuna.
A secretária de Educação de Varre-Sai, Maria Letícia, fez um depoimento como mãe de duas alunas da UENF.
- Minha filha tem bolsa de Iniciação Científica, já participou de um congresso em Florianópolis e agora vai a um congresso no Rio. Agora temos a chance de trazer isto praticamente para a nossa casa - disse.
(Foto:Fundação São José)
----------------------------------------------------------------------------------------------- Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

CPS/FGV: Pesquisa "Os Emergentes dos Emergentes" ou "A Nova Classe Média Brasileira"


Os Emergentes dos Emergentes: Reflexões Globais e Ações Locais para a Nova Classe Média Brasileira

Junho/2011
Veja a pesquisa

Confira o vídeo da pesquisa em: http://cps.fgv.br/pt-br/teaser_brics
A Fundação Getulio Vargas lança nova pesquisa coordenada por Marcelo Neri do Centro de Políticas Sociais (CPS/FGV).
A chamada nova classe média tem ocupado destaque na agenda das empresas privadas, dos gestores públicos, dos políticos e dos demais mortais no Brasil como em outros lugares. Numa época de estagnação global observada depois da crise internacional, a ascensão econômica e social de dezenas de milhões de pessoas tem contribuído para manter a economia global girando. Em particular, os países dos BRICS que abrigam mais da metade dos pobres do mundo hoje, multiplicará até 2050 por 7 a sua relação com a renda gerada nos países do G7. No centro desta massiva transformação de pobreza presente em riqueza futura está a nova classe média dos BRICS que talvez seja a face humana mais palpável desta revolução. A presente pesquisa discute aspectos globais e locais da ascensão dos brasileiros.
Inicialmente a pesquisa analisa diferenças e semelhanças de grupos emergentes entre países emergentes. Especial destaque é dado ao grupo dos BRICS, contrastando elementos diversos tais como: Quanto o crescimento macroeconômico se reflete no bolso do cidadão comum? Quem melhora mais em cada país: a base, o meio, ou o topo da distribuição de renda? Em que medida as transformações observadas são sustentáveis no tempo? Para além de melhoras objetivas, como estão atitudes e ações das pessoas em relação ao futuro. Segundo alguns a nova classe média seria formada por protagonistas de plano de ascensão social, aqueles que almejam transformar sonho em realidade. Depois da crise global, qual é a expectativa da população de cada país sobre a respectiva satisfação com a sua vida no futuro? Em síntese, qual é a qualidade percebida pela população do crescimento das nações?
Passando do nível global ao local, mapeamos nos mais de 5500 municípios brasileiros a distribuição das classes econômicas pelo critério FGV. Chegando ao momento atual, a pesquisa pergunta quanto cresceu em termos líquidos diferentes estratos econômicos da sociedade brasileira no período recente? Acompanhando a trajetória de famílias individuais até maio de 2011, quantas progrediram, e quantas regrediram? Quanto educação e trabalho explicam a ascensão de classes? Por fim, quais são os elementos centrais da agenda de políticas públicas e ações privadas para a nova classe média brasileira?

Maiores informações: Centro de Políticas Sociais – Fundação Getúlio VargasTelefone: 21 3799 6887 / 6885E-mail: cps@fgv.br / mcneri@fgv.brSite: www.fgv.br/cps

quarta-feira, 25 de maio de 2011

IBGE: as causas das diferenças salariais no Brasil







CEMPRE 2009: diferença salarial por nível de escolaridade é maior do que por sexo





Pela primeira vez, o Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) apresenta informações referentes ao sexo e ao nível de escolaridade das pessoas assalariadas. Em 2009, as 4,8 milhões de empresas e outras organizações integrantes do CEMPRE reuniam 40,2 milhões de assalariados, sendo que 23,4 milhões eram homens (58,1% do total) e 33,6 milhões não tinham nível superior (83,5% do total). Embora houvesse diferenças salariais significativas entre homens e mulheres – eles ganhavam 24,1% a mais –, a desigualdade era maior entre os trabalhadores com e sem nível superior: aqueles que concluíram faculdade recebiam um salário 225% maior. Os homens eram maioria em 15 das 20 atividades econômicas. As microempresas tinham a maior proporção de mulheres (45,1%) e a menor de assalariados com nível superior (4,7%). As grandes empresas empregavam 57,7% dos assalariados com nível superior e um em cada cinco desses trabalhava na indústria de transformação. Santa Catarina foi o estado com maior participação de mulheres (39,6%) no pessoal assalariado e o Distrito Federal tinha a maior proporção de profissionais com diploma universitário (13,2%).
Considerando apenas as entidades empresariais, o número de assalariados aumentou 4,6% na comparação de 2009 com o ano anterior, uma redução no ritmo de crescimento: o acréscimo havia sido de 9,1% em 2007 e de 6,5% em 2008. As indústrias de transformação ficaram em nono lugar na geração de novos empregos em 2009, tendo ocupado a primeira posição em 2007 e a terceira em 2008. O Paraná ultrapassou o Rio Grande do Sul em pessoal assalariado nas empresas.
O CEMPRE reúne informações cadastrais e econômicas de empresas e outras organizações (administração pública, entidades sem fins lucrativos, pessoas físicas e instituições extraterritoriais) formalmente constituídas presentes no país e suas respectivas unidades locais (endereços de atuação das empresas e outras organizações). A publicação completa das Estatísticas do CEMPRE está disponível na página www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/cadastroempresa/2009/.
As empresas e outras organizações formais ativas cadastradas no CEMPRE ocupavam 46,7 milhões de pessoas em 2009, sendo 40,2 milhões (86,1%) como pessoal ocupado assalariado e 6,5 milhões (13,9%) na condição de sócio ou proprietário. Os salários e outras remunerações pagos totalizaram R$ 781,9 bilhões. O salário médio mensal foi de R$ 1.540,59, equivalente a 3,3 salários mínimos (o valor médio do salário mínimo mensal era de R$ 461,15).
Na comparação com o ano de 2008, houve um incremento de 5,2% no total de empresas e outras organizações, de 4,6 para 4,8 milhões. O pessoal ocupado total cresceu 4,7%, de 44,6 para 46,7 milhões, e o contingente de assalariados também cresceu 4,7%, de 38,4 milhões para 40,2 milhões de pessoas. O salário médio mensal aumentou 4,7%, em termos reais, passando de R$ 1.471,07 para R$ 1.540,59.
Três atividades econômicas se destacaram no estudo, representando juntas 56,1% do pessoal ocupado total, 56,3% do pessoal ocupado assalariado e 57,9% dos salários e outras remunerações: administração pública, defesa e seguridade social, indústrias de transformação e comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas.
Assalariados com nível superior recebem salário 225,0% maior
Do total de 40,2 milhões de pessoas ocupadas assalariadas nas organizações ativas no CEMPRE, 23,4 milhões eram homens (58,1% do total). Segundo o nível de escolaridade, 33,6 milhões desses assalariados não tinham nível superior (83,5% do total). A diferença salarial por nível de escolaridade se mostrou mais acentuada do que a diferença por sexo:
O salário médio mensal em 2009 era de 3,3 salários mínimos, ou R$ 1.540,59. Os homens recebiam em média 3,6 salários mínimos, 24,1% acima do recebido pelas mulheres (2,9 salários mínimos), ou seja, o salário recebido pelas mulheres correspondia a 80,6% do salário recebido pelos homens. Já os profissionais com nível superior completo recebiam em média 7,8 salários mínimos por mês, 225,0% acima do recebido por quem não tinha nível superior (2,4 salários mínimos). Ou seja, o salário de quem não tinha nível superior correspondia a 30,8% do salário recebido por quem tinha alcançado esse nível de escolaridade.
As diferenças salariais em empresas por escolaridade e por sexo eram ainda mais acentuadas do que no conjunto das organizações. Nelas, o salário médio mensal era de 3,0 salários mínimos, ou R$ 1.361,52. Os homens recebiam 3,3 salários mínimos, 43,5% a mais que as mulheres (2,3 salários mínimos). O salário recebido pelas mulheres era 69,7% do recebido pelos homens, portanto. Já os profissionais com nível superior completo recebiam em média 9,2 salários mínimos, 300,0% acima do recebido por quem não tinha nível superior (2,3 salários mínimos). Ou seja, o salário de quem não tinha nível superior em empresas correspondia a 25,0% do salário de quem havia concluído a faculdade.
Homens são maioria em 15 das 20 atividades econômicas analisadas
O pessoal ocupado masculino predominava em 15 das 20 atividades econômicas do CEMPRE, sendo a participação de homens mais elevada na construção (92,2%), nas indústrias extrativas (90,0%), em transporte, armazenagem e correio (84,2%), agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (84,1%) e água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação (81,6%). Por sua vez, o pessoal ocupado feminino apresentou as maiores participações nas atividades saúde humana e serviços sociais (76,9%), educação (67,3%), alojamento e alimentação (54,1%), atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (52,6%) e outras atividades de serviços (51,6%).
As atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados foram a única categoria a apresentar uma participação de pessoal assalariado com nível superior (51,5%) acima do pessoal sem nível superior (48,5%). Outras atividades que apresentaram uma participação do pessoal assalariado com nível superior bem acima da média (9,3%) foram educação (48,5%), administração pública, defesa e seguridade social (41,4%), organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais (37,7%) e informação e comunicação (35,1%). As atividades com as menores participações do pessoal assalariado com nível superior foram alojamento e alimentação (2,6%), agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (2,9%) e atividades administrativas e serviços complementares (4,6%), construção (4,6%)e comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (4,6%).
Analisando a distribuição do total de assalariados entre as atividades econômicas, constata-se que 20,4% do pessoal assalariado com nível superior (um em cada cinco) nas empresas foram absorvidos pelas indústrias de transformação, seguidas pelas atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (15,3%) e pelo comércio (13,1%). Duas atividades econômicas foram responsáveis pela absorção de 54,7% do pessoal assalariado sem nível superior: comércio (27,6%) e indústrias de transformação (27,1%).
Maior proporção de mulheres assalariadas está nas microempresas
Em 2009, do total de empresas e outras organizações, 88,9% eram microempresas, 9,4% eram empresas pequenas, 1,3% eram médias e 0,4% eram grandes. Apesar do predomínio das empresas e outras organizações de micro e pequeno porte, as grandes organizações foram responsáveis por 47,2% do pessoal ocupado total, 54,8% do pessoal ocupado assalariado e 70,2% dos salários e outras remunerações.
A composição do pessoal assalariado segundo sexo varia de acordo com o porte da empresa, embora haja um predomínio dos trabalhadores masculinos em todos os portes. Os homens representavam 54,9% do pessoal assalariado nas microempresas, 61,1% nas empresas pequenas, 68,3% nas médias e 68,2% nas grandes. A participação das mulheres foi de 45,1% nas microempresas, 38,9% nas empresas pequenas e 31,8% nas médias e grandes.
Grandes empresas empregam 57,7% do pessoal assalariado com nível superior
À medida que aumenta o porte das empresas, a participação do pessoal assalariado sem nível superior se reduz e a com nível superior aumenta. A participação do pessoal assalariado sem nível superior foi de 95,3% nas microempresas, 93,4% nas pequenas, 91,1% nas médias e 87,4% nas grandes empresas, enquanto a do pessoal com nível superior foi de 4,7% nas microempresas, 6,6% nas empresas pequenas, 8,9% nas empresas médias e a 12,6% nas grandes empresas.
Verificando a distribuição do total de assalariados segundo a escolaridade, constata-se que as grandes empresas absorveram 57,7% do pessoal com nível superior, seguida das empresas médias com 17,5%, pequenas com 17,3% e microempresas com 7,5%. As grandes empresas absorveram 41,0% do pessoal sem nível superior, seguida das pequenas (25,1%), médias (18,4%) e microempresas (7,5%).
A análise de porte das empresas do CEMPRE adota como referência as faixas de pessoal ocupado total definidas pelo Eurostat: microempresas têm até 9 pessoas ocupadas, empresas pequenas possuem de 10 a 49 pessoas ocupadas, empresas médias, de 50 a 249 pessoas e empresas grandes possuem 250 ou mais pessoas ocupadas.
Região Sudeste absorve 63,8% do pessoal assalariado com nível superior
A análise regional é realizada a partir das informações das unidades locais. As 4,8 milhões de empresas e outras organizações ativas no país somavam 5,2 milhões de unidades locais, ocupavam 46,7 milhões de pessoas, das quais 40,2 milhões como assalariadas, que recebiam R$ 781,9 bilhões em salários e outras remunerações.
As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste apresentavam maiores participações do pessoal assalariado masculino no pessoal ocupado assalariado total (68,6%, 68,1% e 65,6%, respectivamente), acima da média brasileira (64,5%). As maiores participações do pessoal ocupado assalariado feminino eram observadas nas regiões Sul (38,2%) e Sudeste (36,0%), acima da média do país (35,5%).
A região Sudeste destacou-se com a participação de 63,8% do pessoal assalariado com nível superior. A região Sul foi a segunda colocada, com 15,0% do pessoal assalariado com nível superior. Na região Nordeste, a participação do pessoal assalariado com nível superior foi de 11,7%, no Centro-Oeste foi de 6,8% e de 2,7% na região Norte.
As regiões Sudeste e Centro-Oeste apresentavam as maiores participações de pessoal assalariado com nível superior, 10,8% (acima da média nacional de 9,3%) e 8,9%, respectivamente. A região Sul ficava com a terceira posição, com 7,6%. Já as regiões Nordeste e Norte apresentavam as menores participações (7,0% e 6,1% respectivamente).
Santa Catarina tem maior participação de mulheres (39,6%) no pessoal assalariado
Entre as Unidades da Federação, as maiores participações das mulheres no pessoal ocupado assalariado estavam em Santa Catarina (39,6%), Rio Grande do Sul (38,5%), Roraima (37,3%), Paraná (36,9%) e Distrito Federal (36,8%). Por outro lado, as maiores participações masculinas foram encontradas em Alagoas (77,2%), Pará (71,5%), Maranhão (71,4%), Paraíba (70,3%) e Tocantins (69,5%).
SP emprega 40,9% do pessoal assalariado com nível superior e DF paga maiores salários
As Unidades da Federação que se destacaram na absorção do pessoal com nível superior foram São Paulo, com 40,9%; Rio de Janeiro, com 12,3%; Minas Gerais, com 8,9%; Paraná, com 6,4%; e Rio Grande do Sul, com 4,7%.
Quanto ao nível de escolaridade, as maiores participações de pessoal assalariado com nível superior estavam no Distrito Federal (13,2%), no Rio de Janeiro (11,9%) e em São Paulo (11,6%), enquanto as maiores participações de pessoal ocupado sem nível superior foram observadas em Rondônia (95,2%), Acre (95,0%) e Alagoas (94,5%).
As Unidades da Federação com os maiores salários médios foram o Distrito Federal, 6,7 salários mínimos, Rio de Janeiro, São Paulo e Amapá, 3,9 salários mínimos cada um, e Roraima, com 3,6 salários mínimos, todos valores acima da média nacional (3,3 salários mínimos). Já os menores salários médios ficavam na Paraíba (2,3 salários mínimos) e Maranhão, Piauí, Ceará e Alagoas (2,5 salários mínimos cada um).
COMPARATIVO 2007-2009: cai o ritmo de crescimento no pessoal assalariado
Considerando apenas as entidades empresariais, o pessoal ocupado assalariado aumentou 4,6% em 2009, na comparação com o ano anterior, passando de 27,0 milhões para 28,2 milhões, um incremento de 1,2 milhão de novos empregos. Em comparação com os anos anteriores, 2009 representou uma redução no ritmo de crescimento no pessoal assalariado. Em 2007, o acréscimo havia sido de 9,1% (mais 2,1 milhões de pessoas) e em 2008 de 6,5% (mais 1,6 milhão).
Por atividade econômica, comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas geraram 373,9 mil novos empregos, construção, 246,8 mil e atividades administrativas e serviços complementares, 193,8 mil. Essas três atividades foram responsáveis por 65,7% dos novos empregos em 2009.
Ressalta-se que em 2009 as indústrias de transformação ficaram em nono lugar na geração de novos empregos, com um incremento de 42,2 mil ocupados assalariados. Em 2007, haviam ficado na primeira colocação, gerando 593,5 mil novos empregos, e em 2008, na terceira colocação, tendo gerado 202,4 mil novos postos, atrás somente do comércio (458,0 mil) e da construção (324,0 mil). Em termos relativos, as atividades que mais se destacaram no crescimento do pessoal assalariado foram atividades profissionais, científicas e técnicas, com 18,2%, artes, cultura, esporte e recreação, com 13,9%, e construção, com 12,5%.
Em nível regional, em 2009, em comparação com o ano anterior, a região Sudeste foi a que apresentou o maior incremento no pessoal assalariado, com 548,1 mil novos empregos nas unidades locais das empresas, do total de 1,2 milhão de novos empregos nas empresas no ano. A região Nordeste ficou na segunda colocação, com 341,4 mil novos empregos, e a região Sul, na terceira, com mais 186,1 mil pessoas assalariadas. As regiões Centro-Oeste e Norte apresentaram incrementos de 97,2 mil e 67,0 mil, respectivamente.
A redução na geração de novos empregos entre 2007 e 2009 não foi homogênea entre as regiões. Em todas elas, houve redução no saldo entre 2007 e 2008. Contudo, em 2009, a região Nordeste apresentou crescimento no saldo, enquanto as demais apresentam redução. Por Unidade da Federação, São Paulo gerou 305,4 mil novos empregos, Minas Gerais 121,3 mil, Bahia 120,7 mil, Paraná 99,7 mil e Rio de Janeiro 95,6 mil.
Paraná ultrapassa Rio Grande do Sul em pessoal assalariado nas empresas
São Paulo manteve-se na liderança em pessoal assalariado, seguido de Minas Gerais e Rio de Janeiro, em 2009. Contudo, o Paraná ultrapassou o Rio Grande do Sul no número de pessoas assalariadas em empresas passando a ocupar a quarta colocação, enquanto o Rio Grande do Sul caiu para a quinta colocação.



Comunicação Social


25 de maio de 2011

terça-feira, 17 de maio de 2011

Brasil bate recorde de geração de empregos

Dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) mostram que foram gerados 2,8 milhões de empregos em 2010. Durante o Governo Lula foram gerados 15,3 milhões de empregos formais, entre celetistas e estatutários. Número de trabalhadores formais no país chega a 44 milhões

Brasília, 11/05/2011 – Foram gerados no Brasil em 2010 novos 2.860.809 empregos formais, entre celetistas e estatutários, número recorde para um único ano. A criação de empregos corresponde ao crescimento de 6,9% em relação ao estoque de empregos de dezembro de 2009. Os dados são da Relação Anual de Informações Sociais (Rais 2010), divulgados nesta quarta-feira (11) pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi.

"O número de empregos nos três principais setores da economia cresceu acima do Produto Interno Bruto (PIB). Entre os 22 subsetores da economia, 18 apresentaram crescimento. A maior riqueza do Brasil é o emprego. O salário do brasileiro é o que garante o crescimento do nosso país", comentou o ministro.

Clique aqui para conferir os números completos da Rais 2010.

Com o bom desempenho do mercado de trabalho, o número de trabalhadores com vínculos formais ativos chegou a 44,068 milhões. Se forem computados os inativos, esse montante atinge 66,747 milhões. No período do Governo Lula (2003 a 2010), a geração de empregos formais atingiu a marca de 15,384 milhões de novos postos de empregos formais, crescimento de 53,63% ao longo do período.

A média anual de geração de empregos foi de 1,923 milhões de vagas, aumento de 5,51% ao ano, número inédito na história do emprego formal para um período de oito anos consecutivos. De acordo com o ministro Carlos Lupi, isso demonstra a continuidade do processo de formalização da força de trabalho brasileira nos últimos anos.

"Continuamos batendo recordes: cresce o estoque de trabalhadores formais, cresce a geração anual de empregos, cresce o ganho salarial real do trabalhador. Hoje o Brasil é referência mundial em políticas de geração de emprego e renda", avaliou Lupi.

Do total de empregos formais criados em 2010, 2,590 milhões foram com carteira de trabalho assinada (celetistas), e 270,4 mil vínculos empregatícios estatutários (servidores públicos).

Dados Corrigidos - De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que abrange somente os empregos celetistas, em 2010 foram gerados 2,555 milhões postos de trabalho.O diferencial entre os dados de criação de empregos da Rais e Caged se reduziu substancialmente, quando comparado com os resultados de 2009, devido à incorporação das declarações fora do prazo no próprio Caged,que antes eram contabilizadas apenas na RAIS. Em 2009, o Caged registrou uma geração de 995,1 mil postos de trabalho, ante uma aumento para 1,473 milhão na Rais, considerando o mesmo universo de empregos celetistas.Estabelecimentos - A Rais foi declarada por 7,617 milhões de estabelecimentos no último ano, sendo 3,403 milhões com vínculos formais (com empregados), e 4,214 milhões de estabelecimentos sem vínculos empregatícios (sem empregados). Houve um crescimento de 2,47% no total de estabelecimentos, em relação a 2009.Rendimento médio – Em 2010, o rendimento médio dos trabalhadores formais apresentou um aumento real de 2,57%, tomando como referência o INPC, ao passar de R$ 1.698,35 em dezembro de 2009 para R$ 1.742,00 em dezembro de 2010. No período de 2003 a 2010, o rendimento médio dos trabalhadores apresentou um crescimento real de 21,29%, proveniente do aumento de 22,13% para as mulheres e de 21,49% para os homens.Setores – Entre os setores, o de Serviços registrou a maior geração de empregos, com 1,109 milhões de novos postos. Em seguida vem o Comércio, com 689,3 mil empregos, a Indústria de Transformação, com 524,6 mil, e a Construção Civil, com 376,6 mil postos. Rais – A Relação Anual de Informações Sociais (Rais) é um Registro Administrativo criado pelo Decreto nº 76.900/75, com declaração anual e obrigatória a todos os estabelecimentos existentes no território nacional. As informações captadas sobre o mercado de trabalho formal referem-se aos empregados Celetistas, Estatutários, Avulsos, Temporários, dentre outros, segundo remuneração, grau de instrução, ocupação, nacionalidade. Entre seus objetivos do relatório estão prestar subsídios ao FGTS e à Previdência Social; permitir o controle da nacionalização da mão-de-obra; auxiliar na definição das políticas de formação de mão-de-obra; gerar estatísticas sobre o mercado de trabalho formal e prestar subsídios ao Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) do IBGE e às pesquisas domiciliares, além de ser utilizada para identificar os trabalhadores com direito ao recebimento do benefício do Abono Salarial.

Assessoria de Imprensa do MTE
(61) 3317-6537 - acs@mte.gov.br

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Perspectivas para o aumento de emprego no Noroeste Fluminense

As indústrias do Noroeste Fluminense apresentaram queda no emprego e na margem de lucro operacional em janeiro de 2011, em razão de queda da demanda. Porém, mesmo com este resultado, a perspectiva do empresariado é de crescimento da demanda e da contratação ao longo deste ano. Estes dados constam na Sondagem Econômica, divulgada pelo Sistema Firjan (Federação das Indústrias do estado do Rio de Janeiro).

A pesquisa analisou os tópicos Nível de Atividade, Situação Financeira, Expectativas e Utilização da Capacidade Instalada. Quanto ao Nível de Atividade, foi registrada queda de produção e consequentemente queda também de emprego, provocada pela redução na procura pelos produtos da indústria. O nível de estoques registrou alta devido à acomodação em patamar elevado da indústria de minerais não metálicos, fornecedoras da construção civil da região.

Com a queda na procura pelos produtos da indústria, a Situação Financeira apresentou queda, juntamente com a margem de lucros operacionais. Porém, as empresas não apontaram redução no acesso a crédito, garantido pelos bons resultados apresentados anteriormente.

Mesmo assim, a expectativa dos empresários é de que haja aumento nas vendas ao longo deste ano, o que impulsionaria também a contratação e o consumo de matérias-primas. Também há a perspectiva de que os projetos de infraestrutura em andamento no estado devem movimentar a indústria de minerais não metálicos da região.

Já a Utilização de Capacidade Instalada apresentou aumento na região Noroeste Fluminense. Isto se dá pela recuperação da economia no ano passado. A perspectiva é de que ao longo do ano este panorama se mantenha
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sexta-feira, 11 de março de 2011

IPEA lança boletim sobre mão de obra e formação técnico-científica

Ipea lança boletim sobre mão de obra no Brasil

Radar nº 12 projeta a oferta de engenheiros em 2020 e aborda a formação de pessoal técnico-científico

Na terça-feira, dia 15, às 14h, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada lança em Brasília o Boletim Radar nº 12, uma edição especial sobre mão de obra no Brasil e crescimento. Em cinco artigos, o Radar nº 12 aborda temas como os possíveis gargalos e as soluções para o mercado de trabalho brasileiro, o impacto da qualidade do ensino básico na formação profissional, e a formação de pessoal técnico-científico e de engenheiros. Há, ainda, uma análise sobre a demanda por engenheiros e profissionais afins no mercado de trabalho formal, e uma projeção da oferta de engenheiros e profissionais afins em 2020.

O estudo será apresentado pelos técnicos de planejamento e pesquisa Aguinaldo Nogueira Maciente, Fabiano Pompermayer, Paulo Meyer Nascimento, Rafael Pereira, e pelo diretor-adjunto de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação, Regulação e Infraestrutura do Ipea, Divonzir Gusso. O evento terá como debatedor Manuel Marcos Formiga, assessor especial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e o moderador será Marcio Wohlers, diretor do Ipea.
O Radar é uma publicação bimestral do Ipea que reúne artigos sobre produção, tecnologia, comércio exterior e outras questões em debate no Instituto. A apresentação da edição nº 12 será na sede do Ipea, em Brasília (Setor Bancário Sul, Quadra 1, Edifício BNDES/Ipea, auditório do subsolo). Haverá transmissão ao vivo pelo sítio do Instituto.

http://www.ipea.gov.br/portal/

quinta-feira, 10 de março de 2011

"O operariado brasileiro se qualifica trabalhando"

“O operariado brasileiro se qualifica trabalhando”

A afirmação acima e outras postadas abaixo, foram feitas pelo economista, Carlos Lessa, num artigo que enfoca uma questão econômica a do aumento inconsistente do PIB nacional, mas que também acaba por tecer comentários interessantíssimos sobre as estratégias para se investir na Formação Profissional no Brasil, e, especialmente, como o povo brasileiro vai fazendo, pragmaticamente, a opção pela sua formação para o trabalho.

Destaquei os pontos que considero mais importantes e que, de certa forma, questionam a questão que os colunistas econômicos gostam de repetir continuamente como um mantra a demanda por qualificação que chegam a chamar de "Apagão da Mão-de-obra", quando muitas delas estão ligadas a não oferta de melhores salários e benefícios para os mais bem qualificados. Leiam e tirem suas próprias conclusões:

"Penso que a tarefa da educação é a reposição de uma nova geração melhor qualificada que a geração que a formou. O bom mestre quer que o discípulo o supere. A nação exige que cada geração esteja melhor preparada para a futura civilização nacional. O investimento produtivo gera empregos e a educação faz avançar o processo civilizatório.O Brasil instalou em tempo de Juscelino o complexo metal-mecânico e o eletroeletrônico sem qualquer estrutura de ensino profissionalizante. O operariado brasileiro se qualifica trabalhando. É tão ávido em manter o bom emprego e nele prosperar que se autoqualifica.... O jovem necessita emprego e oportunidade de trabalho. Se o Brasil tiver cursos de alta qualificação sem gerar os empregos correspondentes, será introduzida uma nova commodity nas exportações nacionais - o próprio brasileiro."

As opiniões do polêmico Lessa levam a inúmeras posições, questionamentos e debates que se relaciona não apenas com a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) mas, pode-se dizer, também e diretamente, à educação do trabalhador brasileiro.Bom recordar que o Brasil é o recordista mundial em alunos estudando no período noturno, que caracteriza a maioria dos trabalhadores brasileiros que vão à luta por ascenção profissional e social, através da ampliação da sua escolaridade e qualificação profissional. Melhor seria que estas oportunidades de estudos se dessem no curso normal de suas vidas, mas, não é por isso, que eles abandonam os estudos, embora sejam pragmáticos, compreensivelmente.

Postado por Roberto Moraes in: www.robertomoraes.blogspost.com

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Roberto Moraes entrevista Grupo EBX

O Blog do Professor Roberto Moraes (http://robertomoraes.blogspot.com/), referência para o debate qualificado sobre a nossa região, entrevistou de forma inédita o Grupo EBX responsável por uma série de investimentos massivos no norte e noroeste fluminense. Os esclarecimentos prestados servem para formar uma visão de conjunto dos dos desafios e ameaças sócioambientais representadas por esse crucial emprendimento econômico:

Blog: O grupo confirma a tese de que a localização do empreendimento no Açu deveu-se, basicamente, ao fato desta ter sido a única área disponível (e a preço barato) de todo o litoral na região Sudeste, para o empreendimento que exige extensa área?

Grupo EBX: Devido à vocação portuária da região, a LLX deu início à construção do porto de minério de ferro que, posteriormente, veio a se transformar no Superporto do Açu. Por conta deste projeto inicial e da capacidade de atração de investimentos, a LLX adquiriu áreas na região.
"Empresas do século XXI não podem ter os vetores ambiental e social apenas como metas a serem atingidas. É preciso que seja uma vocação, que esteja no DNA da corporação"

Blog: Pelo que consta, a definição de que a fazenda Caruara (de aproximadamente 5 mil hectares) - uma das duas inicialmente adquiridas pelo grupo - para ser área de preservação permanente se deveu a exigência do Inea e não a uma decisão do grupo. O que tem a falar sobre isto?

Grupo EBX: Por decisão exclusivamente voluntária do grupo, será criada uma RPPN na área da Fazenda Caruara. O pedido formalizado ao INEA no último dia 18 de fevereiro. Quando formalizada, a Reserva Particular de Patrimônio Natural Fazenda Caruara será uma das maiores RPPNs de restinga, um dos principais ecossistemas da Mata Atlântica. O Grupo EBX identificou uma oportunidade de recuperar e manter esta área protegida e com manutenção das espécies nativas.
"A EBX iniciou um novo estudo que será apresentado ao INEA até o final de março que vai englobar toda a infraestrutura necessária para a instalação do Distrito Industrial, assim como a sinergia entre os impactos".

Blog: Como o grupo explica a falta de sinergia nos projetos do grupo que foram chegando ao conhecimento da população de forma avulsa e estanque? O que será ou está sendo feito para superar esta situação?

Grupo EBX: Em 2008, o Grupo EBX realizou, de acordo com o cenário da época, uma primeira avaliação ambiental estratégica no território. Recentemente, ao analisar as possibilidades de instalação de outros tipos de indústrias e empreendimentos, a EBX iniciou um novo estudo que será apresentado ao INEA até o final de março. O estudo de impacto ambiental vai englobar toda a infraestrutura necessária para a instalação do Distrito Industrial, assim como a sinergia entre os impactos.

Blog: Você tem dito por diversas vezes que os investidores capitaneados pelo grupo EBX, já têm incorporado no seu DNA, a concepção de que cerca de 15% dos investimentos devem ser reservados para a questão ambiental e social. Se o investimento for de US$ 5 bi, os 15% alcançariam a quantia de US$ 750 milhões, se for de US$ 30 bi, 15% daria US$ 4,5 bi. Como isto se dará na prática? Como serão feitas as escolhas, sem considerar as exigências já constantes da mitigação e compensação ambientais e sociais definidas e determinadas no processo de licenciamento?

Grupo EBX: Todos os empreendimentos do Grupo EBX possuem em seu modelo econômico uma série de investimentos socioambientais que independem das obrigações legais. Estamos implementando no Açu o conceito de Gestão Integrada do Território – GIT – por que entendemos que uma empresa do século XXI não pode se preocupar apenas com o terreno onde será implantado o empreendimento, mas com todo o território ou região onde se localiza. Empresas do século XXI não podem ter os vetores ambiental e social apenas como metas a serem atingidas. É preciso que seja uma vocação, que esteja no DNA da corporação. É isso que trazemos no DNA do Grupo EBX.

Blog: O EIA/Rima do Estaleiro da OSX traça dois cenários de crescimento populacional. Um prevê em 2015 uma população em SJB de 732 mil habitantes e em Campos 1,1 milhão de habitantes. O outro estima uma população de 299 mil habitantes em SJB e de 751 mil habitantes em Campos. Com qual delas o grupo efetivamente trabalha? Com explica as contradições dos números na sua relação com a PEA (População Economicamente Ativa).

Grupo EBX: O EIA/RIMA da Unidade de Construção Naval da OSX considera dois cenários para diversos aspectos, o de operação plena do Complexo Industrial do Superporto do Açu (longo prazo) em 2025, e o de evolução da construção e operação do Complexo Industrial do Superporto do Açu (curto/médio prazo), isso explica a diferença entre os números expostos. Os dois cenários devem ser considerados como possíveis, levando em conta que estes são cenários estabelecidos em função do desenvolvimento das fases de implantação e operação do Complexo Industrial do Superporto do Açu. Essa estimativa leva em conta também a migração de mão-de-obra não qualificada atraída pela possibilidade de obtenção de emprego, daí a contradição dos números em relação à PEA.

Blog: Nas audiências públicas do estaleiro da OSX você, representando o grupo EBX, citou a questão do alto número de homicídios em Campos (na faixa de 280 assassinatos por ano) maior, proporcionalmente, do que na região do Complexo do Alemão no Rio. Como julga que os empreendimentos do grupo podem melhorar este quadro, se pelas estimativas de emprego no EIA da OSX, a diferença entre o número da criação de novos empregos e a população em 2025 em Campos é possível identificar pela comparação com a PEA, uma desocupação ou desemprego, superior a 50 mil pessoas, número bem superior ao que existe hoje?

Grupo EBX: Todos os empreendimentos do Grupo EBX que serão implantados no município de São João da Barra incrementarão significativamente a arrecadação municipal da região. Com este aumento, espera-se que o poder público invista não só em segurança pública, reduzindo o índice de criminalidade da região, mas também invista em outros serviços, oferecendo serviços de qualidade à população da região.

Blog: O que pode dizer sobre a localização do condomínio “Cidade X”, seu processo de licenciamento e sua integração com a cidade de SJB?

Grupo EBX: O condomínio que o Grupo EBX pretende construir no município de São João da Barra está em fase de concepção do projeto. A medida vai refletir no aumento da arrecadação e do efeito renda, armas do poder público de combate aos baixos índices de qualidade de vida. O Grupo EBX será mais um parceiro que se somará na união de esforços entre poder público, sociedade local e ONGs em prol da gestão integrada do território, cujo objetivo é construir soluções sustentáveis para o desenvolvimento de todo o território onde o Complexo Industrial do Superporto do Açu será sediado.

Blog: Em reunião recente entre o governador Cabral, Eike Batista e a prefeita Carla Machado tratou-se da questão da área do Açu para a Codin, uma parte para o distrito industrial do município e ainda, uma estrada-parque ligando o CliPa ao balneário de Grussaí, por dentro da Reserva de Iquipari. O que está decidido sobre estas questões e ainda sobre as áreas a serem desapropriadas?

Grupo EBX: O Distrito Industrial de São João da Barra foi criado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro visando o desenvolvimento econômico do estado e deste município. Desta forma, foi identificado que algumas áreas nesta região passariam por processo de desapropriação. Este processo está em andamento sob responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (CODIN). Quanto à “estrada-parque”, ainda não há definição sobre sua criação.
"A modalidade em que será implantado o Corredor Logístico (aberto ou fechado), bem como se este será objeto de concessão com a instalação de praças de pedágio ainda serão discutidas oportunamente pelo Governo do Estado"

Blog: O Porto do Açu terá também como objetivo atuar como “hub-port” para distribuir, por navegação de cabotagem, cargas para outros portos brasileiros?

Grupo EBX: A LLX, foi criada com o propósito de prover o país com infraestrutura e competências logísticas, principalmente no setor portuário. Desta forma, seus projetos possuem localização estratégica e profundidade adequada aos maiores navios, utilizando a mais moderna tecnologia portuária. Isso resulta em operações eficientes e de baixo custo, inclusive, com diminuição de gargalo logístico nos portos do país.

Blog: Como vê o gargalo da incapacidade da BR-101 e as dificuldades com a ligação ferroviária para a montagem da modal com o corredor logístico? Este corredor seria para uso de toda a população ou apenas do grupo? Haverá pedágios?

Grupo EBX: O Corredor Logístico é um conceito utilizado para concentrar a infraestrutura de transporte e energia num único eixo, simplificando seu processo de instalação, operação e manutenção. A modalidade em que será implantado (aberto ou fechado), bem como se este será objeto de concessão com a instalação de praças de pedágio ainda serão discutidas oportunamente pelo Governo do Estado. Quanto à dificuldade com a ligação ferroviária, este assunto é discutido atualmente com a proprietária do ramal de interligação com o Corredor Logístico.
"Cláusula de confidencialidade em alguns contratos que não permitem a divulgação dos nomes da empresa em negociação".

Blog: Os projetos da OGX e da UTP (Unidade de Tratamento de Petróleo) podem gerar acordos e negócios com a Petrobrás? A visita de Paulo Roberto Costa, diretor de Abastecimento da Petrobras, às obras do CliPa teria esta expectativa?

Grupo EBX: A LLX possui cerca de 70 memorandos de entendimentos com empresas que querem se instalar ou movimentar cargas no Superporto do Açu. São empresas de diversos setores: petróleo, automobilístico, tecnológico, entre outros. No entanto, há uma cláusula de confidencialidade em alguns contratos que não permitem a divulgação dos nomes da empresa em negociação.

Blog: Há ainda, aqui na região e também fora, grandes desconfianças sobre o grupo empresarial e seus investimentos no Açu. Muitos falam sobre o forte marketing do grupo que fariam suas ações subirem para a venda, saindo depois dos projetos. Nesta linha, diz-se que ao final, o grupo teria interesse mesmo, só na área de petróleo. Como responde a isto?

Grupo EBX: O Grupo EBX desenvolve seus negócios de forma bastante transparente. Atualmente investimos nos setores de Mineração (MMX), Logística (LLX), Construção Naval (OSX), Energia (MPX) e Petróleo e Gás (OGX). Em operação, o grupo possui um empreendimento de mineração e em 2011 duas termelétricas iniciam suas atividades.

Blog: O grupo EBX desde IIIª Conferência Local de Controle Social realizada, em dezembro, na Uenf, sobre o Complexo do Açu, impactos e oportunidades, passou a falar em Gestão Integrada do Território (GIT) e numa interlocução mais direta com a sociedade, instituições de ensino, a Rede Blog (objeto inclusive de um convite para visita especial ao porto). A razão disto seria a observação que a relação exclusiva com as gestões públicas locais é insuficiente? O grupo também observa a pouca, ou nenhuma integração, entre as prefeituras da região?

Grupo EBX: O Grupo EBX, tendo em vista o grande investimento em andamento na região, se sente responsável por comunicar-se diretamente com a sociedade de modo geral. Os projetos são de grande visibilidade, desta forma, é fundamental a inclusão da sociedade representada por seus diversos setores na discussão sobre aspectos inerentes aos processos de licenciamento, implantação e operação destes empreendimentos e suas responsabilidades socioambientais.

Blog: O grupo EBX vai efetivamente participar da viabilização do projeto de um hospital-escola na localidade do Cajueiro, no município de São João da Barra?

Grupo EBX: O Grupo EBX avalia todas as possibilidades de investimentos e parcerias nas regiões em que atua.

Blog: Como o grupo EBX vê a possível redução drástica do volume dos royalties para a região e o conseqüente aumento das demandas para as compensações sociais e de infraestrutura sobre o grupo EBX?

Grupo EBX: As compensações sociais e ambientais já implantadas e as que são previstas para serem implementadas pelo Grupo EBX são, em sua grande parte, estruturantes para a região. A demanda por compensações existe e é incorporada aos projetos conforme seu desenvolvimento.

Blog: Como vê a capacidade das instituições de ensino da região em dar conta das demandas de formação/qualificação e pesquisas para os projetos que o grupo desenvolve na região?

Grupo EBX: As instituições de ensino da região já desenvolvem diálogo aberto com o Grupo EBX com a finalidade de compreender a demanda de cursos de formação/qualificação de profissionais para atender à demanda na região. Hoje, a empresa desenvolve parceria com diversas instituições, entre elas, Sesi, Senai, IFF, Uenf, Isecensa e outras universidades.

Blog: Empreendimentos de grande porte trazem ônus e bônus em qualquer lugar. Será que este do Açu poderá ser diferente dos demais com ônus e bônus sendo repartidos entre a população e o investidores? Nesta linha, você acha que Eike e os demais investidores morariam na Cidade X?

Grupo EBX: Atualmente o Grupo EBX realiza investimentos sociais e ambientais como, por exemplo, investimentos sociais na pesca, programas de qualificação profissional e criação da Casa do Diálogo em São João da Barra para receber as sugestões e críticas da população.
"O Grupo recebeu um voto de confiança da população por conta de seus investimentos estruturantes e de suas grandes possibilidades."

Blog: Todas as cidades ou regiões têm defeitos e virtudes. Após a convivência de mais de três anos em nossa região, na visão do grupo EBX, quais seriam nossos maiores defeitos e virtudes? O que mais surpreendeu o grupo?

Grupo EBX: O Grupo recebeu um voto de confiança da população por conta de seus investimentos estruturantes e de suas grandes possibilidades. Procuramos responder a esta confiança com seriedade, parceria e responsabilidade socioambiental.