Observatório Socioeconômico do Noroeste Fluminense

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

IBGE: economia nacional e regional

Riqueza migra dos grandes centros para cidades médias, revela IBGE

Daniel Milazzo
Especial para o UOL Economia, do Rio
A riqueza brasileira está, pouco a pouco, saindo dos grandes centros urbanos e migrando para as cidades médias. É o que revela estudo sobre o PIB dos municípios divulgado nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados são de 2008, mas foram divulgados só agora pelo IBGE.

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Na comparação entre 1999 e 2008, o grupo das 37 cidades brasileiras com população superior a 500 mil habitantes perde 3 pontos percentuais na composição do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
Já os municípios com população entre 100 mil e 500 mil habitantes elevam em 2,5 pontos percentuais sua participação.O grupo com cidades onde residem entre 20 mil e 100 mil pessoas aumenta seu peso em 0,4 pontos percentuais e aquelas cuja população não chega a 20 mil habitantes ganha 0,1 ponto percentual no período.No entanto, a centralização da riqueza ainda é grande. De acordo com o PIB dos municípios, em 2008, a renda gerada por seis municípios equivalia a 25% de toda a riqueza produzida no país. São Paulo-SP é o primeiro da lista (com participação de 11,8% no PIB), seguido de Rio de Janeiro-RJ (5,1%), Brasília-DF (3,9%), Curitiba-PR (1,4%), Belo Horizonte-MG (1,4%) e Manaus-AM (1,3%).Juntos, os 51 municípios de maior renda representavam a metade do PIB e 30,6% de toda população brasileira. Do outro lado da moeda, somados os 1.313 municípios com menor participação relativa chegava-se a 1% do PIB e 3,4% da população; 76% dos municípios do Piauí e 60% dos da Paraíba estavam nessa faixa.

Dependência das capitais
O estudo indica que, de maneira geral, as regiões Norte e Nordeste são mais dependentes de suas capitais do que as demais regiões do país.No Estado do Amazonas, por exemplo, a capital Manaus respondia, em 2008, por 81,4% da renda estadual. O Amazonas revela-se ainda detentor da maior concentração espacial de renda do país, já que Manaus e as outras quatro maiores cidades do Estado participavam com 88,1% do capital de todo o Estado.Considerando as cinco maiores cidades de cada Estado, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais são os que possuem as menores concentrações espaciais de renda, com 35,5%, 36% e 36,7%, respectivamente.No Rio de Janeiro, a capital vem diminuindo seu peso no PIB do Estado em função do desenvolvimento de outras regiões, como o norte fluminense.Entre 2004 e 2008, a participação relativa da capital fluminense na economia estadual caiu de 50,5% para 45,1%. Consequentemente, a participação relativa do município do Rio no PIB nacional também recuou. De 5,8% em 2004, o índice foi para 5,1% em 2008.


Petróleo e minério ganham peso no PIB; RJ é o que mais cresce

Daniel Milazzo
Especial para o UOL Economia, do Rio
Pesquisa divulgada nesta sexta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revela que, em 2008, Estados e municípios com economias voltadas para a exploração de petróleo, gás natural e minérios, aumentaram sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Os dados são de 2008, mas foram divulgados só agora pelo IBGE.

Impulsionada pela exploração de petróleo e gás, a atividade industrial do Rio de Janeiro foi a que mais cresceu no país. Em 2008, ela avançou 0,93 ponto percentual em relação ao ano anterior, chegando a 12,72% de toda a produção industrial brasileira. Minas Gerais e Pará obtiveram, respectivamente, a segunda (0,54 pontos percentuais) e terceira (0,49 pontos) maiores expansões no setor.Entretanto, o segmento do refino de petróleo e coque não teve um bom ano, pois o preço sofreu variação negativa de 75,1%. Nesse sentido, o resultado não foi dos melhores para São Paulo. Mas apesar do recuo de 1,49 ponto percentual no período, o Estado paulista era, em 2008, aquele com maior participação no país, responsável por 33,89% de todo o setor.Em comparação com 2007, o capital gerado na extração de petróleo e gás natural subiu 39,8%. Quanto ao minério de ferro, a variação no mesmo período foi de 117,5%, fator determinante para que a indústria extrativa aumentasse sua participação no PIB nacional: de 2,3% em 2007 para 3,2% no ano seguinte.O ano de 2008 também foi satisfatório para a fabricação de aço e derivados, já que os preços subiram 39,3%. No conjunto, toda a indústria nacional aumentou seu peso em apenas 0,1 ponto percentual no biênio, correspondendo a 27,9% do total do PIB em 2008.

Ascensão de Campos
O município de Campos dos Goytacazes (RJ) foi um dos que mais se beneficiaram com a expansão da produção de petróleo e gás natural. Campos aumentou sua participação no PIB nacional de 0,8% em 2007 para 1% no ano seguinte.Entre 2004 e 2008, Campos mais do que dobrou sua participação no valor adicionado bruto da indústria. No último ano de referência, o município do norte fluminense era o segundo com maior participação no setor, com 3,4%, atrás apenas da cidade de São Paulo, que representava 8,7%.

Agropecuária
Na pesquisa divulgada nesta sexta-feira (10), o IBGE calcula que, em 2008, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 5,2% em volume em relação ao ano anterior, ao passo que o aumento em preço foi de 8,3%.Dos grandes grupos de atividade econômica, a agropecuária foi a que mais cresceu. Se em 2007 ela representava 5,6% do PIB, esse dado saltou para 5,9% em 2008.O estudo do IBGE atribui o bom desempenho do setor a um num cenário internacional favorável e nas boas condições climáticas que favoreceram as plantações de soja e milho. Dos treze municípios que agregavam 5% da renda da agropecuária nacional, 7 deles estão no estado do Mato Grosso.Associado às menores taxas de variação de preços em 2008, o setor de serviços recuou 0,4 ponto percentual e representava naquele ano 66,2% do PIB nacional.

Um comentário:

  1. Sugiro que visitem o blogue do Prof. do Cefet, Roberto Moraes, sobre a crítica q faz sobre o cálculo do IBGE ao considerar os royalties e os barris de petróleo como parte do PIB de Campos. O título é o "Produto Ilusório Bruto".
    http://robertomoraes.blogspot.com

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