Observatório Socioeconômico do Noroeste Fluminense

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Rendimento médio do trabalhador brasileiro é o maior desde 2003

O IBGE revelou que o rendimento do trabalhador atingiu em 2010 o seu maior patamar dos últimos sete anos. A cifra de R$ 1.490,61, a média calculada para o todo o ano passado, representa um ganho de 3,8% em relação a 2009 e de 19% desde 2003.
Desemprego em 2010 fica em 6,7%, menor taxa desde 2002
Desemprego no país fecha 2010 em 10,1%, segundo Seade/Dieese

Para Cimar Azeredo Pereira, gerente de pesquisa do instituto, a inflação maior no ano passado inibiu uma expansão maior da renda neste ano, já que era esperada por economistas uma recuperação maior após a crise.
"A inflação tem certamente um peso no progresso do rendimento mais tímido do que o esperado", disse ele.
Em 2010, a inflação estimada foi de 5,91% (maior alta desde 2004), conforme a leitura do IPCA, também calculado pelo IBGE. Desde 2003, a inflação acumulada foi de 44% (de dezembro a dezembro).
A massa de rendimento real dos trabalhadores ocupados atingiu a cifra de R$ 34,5 bilhões em dezembro, em um número 0,5% abaixo do resultado de novembro, mas é quase 10% superior À cifra registrada em dezembro de 2009.

DESOCUPADOS
A massa de trabalhadores desocupados foi calculada em 1,6 milhão, em média, para o ano de 2010. O número é 15% inferior à cifra registrada em 2009 e retoma uma tendência de queda registrada em 2008 e 2009. Em relação a 2003, quando foram estimados 2,6 milhões de desocupados, houve um decréscimo de 39% nos últimos sete anos. Em outros termos, 1 milhão de pessoas saíram da condição de desocupados.
Já a ocupação cresceu 2,9% em dezembro ante o mesmo mês de 2009 e totalizou 22,5 milhões de pessoas. Já o contingente de desempregados caiu 8% em relação a novembro e 21,4% na comparação com dezembro do ano anterior e fechou o ano passado em 1,3 milhão de pessoas.
Na média de 2010, a ocupação subiu 3,5%, contra uma queda de 15% do número de desempregados. O emprego com carteira aumentou 8,1% em dezembro ante o mesmo mês de 2009.
Com esse cenário, houve uma formalização do mercado de trabalho em 2010, que passou a contar com 46,3% de empregados formais no setor privado, ante 44,7% em 2009. Trata-se da maior proporção da série histórica do IBGE.
Já o rendimento teve queda de 0,7% em dezembro ante novembro e encerrou o ano a R$ 1.515,10. Na comparação com dezembro de 2009, houve crescimento de 5,9%. Em 2010, a média ficou em R$ 1.490,61, com alta de 3,8% ante 2009. Trata-se da maior cifra registrada desde 2002.

FORMALIZAÇÃO
Um dos principais destaques do mercado de trabalho em 2010 foi o crescimento da formalização, segundo o gerente da pesquisa do IBGE, Cimar Azeredo Pereira. De 2009 para 2010, o total de trabalhadores com carteira assinada subiu 7,2%. Entre 2003 e 2010, a expansão acumulada ficou em 38,7%.
Nesse intervalo de tempo, mais do que dobrou o número de trabalhadores com carteira em Recife e Belo Horizonte. Em São Paulo, houve expansão de 39,2%.Já o total de empregados por conta própria, informais em sua maioria, caiu de 20% em 2003 dos ocupados para 18,4% em 2010.
Para Azeredo Pereira, mesmo diante da crise, em 2009, o número de empregados com carteira continuou a crescer, apesar da freada na ocupação média (alta de apenas 0,7%, contra 3,5% em 2010).
Isso mostra que a formalização é um processo contínuo e está ligado à maior fiscalização do Ministério do Trabalho, à expansão da economia nos últimos anos e ao aumento da oferta de trabalho em setores mais formais.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/866721-rendimento-medio-do-trabalhador-e-o-maior-desde-2003.shtml

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Nova Classe Trabalhadora X Nova Classe Média




Algumas postagens abaixo figura um artigo do Prof. Marcelo Nery, membro do Centro de Pesquisa Social (FVG) e coordenador da pesquisa "A Nova Classe Média: o lado brilhante dos pobres" ( Veja a pesquisa ). Tal trabalho, baseado nos microdados do PNAD, e analisou "a evolução das classes econômicas brasileiras (A, B, D, E e C que batizamos em pesquisa anterior de nova classe média brasileira, retratadas num nível maior de desagregação (C1, C2, D1 etc). Estas classes são definidas por suas rendas (trabalho, aposentadoria, programas sociais etc), seus bens de consumo (carro, duráveis, moradia etc), uso e acesso a ativos de produção (educação, internet, carteira de trabalho etc). Estes atributos permitem analisar o grau de sustentabilidade das transformações em curso (isto é, até que ponto mudou mesmo?)".

Em contraposição frontal a essa abordagem e suas conclusões, especialmente ao conceito de "Nova Classe Média", erige-se a inovadora interpretação sociológica desenvolvida pelo Prof. Jessé Souza.


Confira a seguir a interessante entrevista concedida pelo Prof. Jessé ao Boletim UFMG (Dez/2010). De modo sintético temos a interpretação inovadora e crítica de Jessé Souza sobre o fenômeno social crucial do Governo Lula e seus desdobramentos:
O grupo de brasileiros que ascendeu socialmente nos últimos anos e ocupa novo patamar na pirâmide de classes ainda é uma incógnita. Há analistas que o classifica como a nova classe média brasileira, definição refutada pelo sociólogo e professor Jessé Souza, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), e autor do livro Os batalhadores brasileiros: nova classe média ou nova classe média trabalhadora? Recém-lançada pela Editora UFMG, a obra é resultado de pesquisa encomendada pela Secretaria de Estudos Estratégicos do Governo Federal.
Como surgiu a ideia de trabalhar com esse grupo social?
A intenção inicial era fazer uma trilogia sobre as classes sociais no Brasil com ênfase nos fatores não econômicos, os únicos normalmente percebidos. Como já havíamos realizado o estudo sobre a “ralé”, a ideia de pesquisar o segmento imediatamente superior, oferecendo assim um quadro mais completo das classes populares no Brasil, foi um desenvolvimento natural. Agora queremos estudar as classes dominantes, média e alta, com os mesmos métodos.
Quais os critérios de categorização da classe média?
A classe média é, antes de tudo, aquela que se apropria do capital cultural como base de seu privilégio social. O capital cultural nas suas diversas formas é a base do funcionamento do mercado e do Estado sob a forma de conhecimento técnico e útil, principalmente. Dessa necessidade objetiva as classes médias retiram toda a sua importância. O capital econômico expressivo é, por sua vez, privilégio das classes altas. Em conjunto, as duas formam as classes dominantes e que têm interesse na reprodução eterna de seus privilégios.
Quem é classe média hoje no Brasil?
Na nossa pesquisa preferimos definir a classe em questão como sendo uma “nova classe trabalhadora” brasileira, chamada impropriamente de “nova classe média”. Isso porque ela parece se definir como uma classe social com baixa incorporação dos capitais impessoais mais importantes da sociedade moderna, capital econômico e capital cultural, o que explica seu não pertencimento a uma classe média verdadeira. Em contrapartida, desenvolve disposições para o comportamento que permitem a articulação da tríade disciplina-autocontrole-pensamento prospectivo. Essa tríade motivacional e disposicional conforma a “economia emocional” necessária para o trabalho produtivo e útil no mercado competitivo capitalista, aspecto que separa essa classe do destino dos excluídos brasileiros. Esse contexto é precisamente o nicho clássico das classes trabalhadoras que desenvolvem atividades úteis no mercado competitivo ainda que sob condições de trabalho intensivo e prolongado. Só que, nas condições modificadas do pós-fordismo que caracterizam o mundo do trabalho a partir dos anos 90, a classe trabalhadora também muda, porque ela se acredita “empresária de si mesmo” e com isso dispensa os gastos clássicos em controle e supervisão do trabalho, produzindo riqueza e excedente de lucro ainda maiores.
O que o senhor define como economia emocional?
É o nome que dou ao conjunto de disposições afetivamente incorporadas na socialização familiar que formam o indivíduo diferencialmente aparelhado para a competição social mais tarde. Algumas classes desenvolvem a capacidade de concentração para o estudo, por exemplo, enquanto outras já chegam, por exemplo, na escola, sem essa disposição afetivamente construída e incorporada pelo exemplo – afinal imitamos a quem amamos –, o que dificulta o aprendizado enormemente. Essa produção social do mérito individual é precisamente o segredo mais bem guardado de todas as sociedades modernas. Se prestássemos atenção a ela, não falaríamos de “mérito individual” esquecendo a produção social do mesmo, em condições de privilégio para alguns e de carência para outros. Assim, não culparíamos, como fazemos hoje, a vítima por carências que são de responsabilidade da sociedade que os abandona.
Qual é a importância dessa nova classe para a economia brasileira?
Foram esses brasileiros da “nova classe trabalhadora” que construíram os fundamentos do desenvolvimento econômico que vivenciamos hoje em dia. Para seu fortalecimento e continuidade não é importante apenas a conjuntura econômica, mas também políticas sensíveis e corajosas que possibilitem a incorporação de setores da “ralé” a ela. Temos que aprofundar o círculo virtuoso criado no Brasil pelas políticas assistenciais e de microcrédito. Para onde quer que essa nova classe de brasileiros batalhadores se incline, dessa inclinação dependerá também o desenvolvimento político e econômico brasileiro no futuro.
Esse fenômeno em curso hoje no Brasil já ocorreu de forma similar em outros países?
O novo regime de trabalho do capitalismo financeiro em nível mundial encontrou nela – assim como em frações de classe correspondentes em países emergentes como Índia e China – sua típica “classe-suporte”. Sem a socialização anterior de lutas operárias organizadas, disponíveis para aprender trabalhos de qualquer natureza e dispostas a se submeter a praticamente todo tipo de superexploração da mão de obra, essa nova classe social logrou ascender a novos patamares de consumo às custas de extraordinário esforço e sacrifício pessoal. Essa parece ser a “vantagem comparativa” real dos países emergentes.
(Boletim UFMG - 6/12/2010. Autora: Gabriela Garcia)

Erradicação da miséria, proposição ousada

Erradicação da miséria, proposição ousada
PAUL SINGER

Não sei de qualquer governo nacional que tenha se proposto a erradicar a miséria de seu país em quatro anos de mandato. Ainda assim, nossa presidente Dilma Rousseff apresenta essa meta como a fundamental do seu governo.Apesar de inédita, não lhe falta credibilidade, dado que o seu antecessor alcançou redução surpreendente da miséria em seus dois mandatos. Seja como for, a erradicação da miséria exigirá tal empenho da sociedade e do governo que só uma mobilização total de suas melhores forças a tornará realidade.
Miséria é pobreza tão extrema que suas vítimas frequentemente não sabem quando e nem de onde virá sua próxima refeição; moram ao relento, pois não têm trabalho e nem renda regular.Vivem sujeitos ao acaso, como diz o povo, "ao Deus dará". Erradicar a miséria só pode significar transformar a vida dessas pessoas.Não bastará lhes dar dinheiro para que possam adquirir ao menos o essencial à sobrevivência. Para que possam mudar de vida, será preciso que se convençam de que são capazes de se unir e juntos alcançar pelo trabalho padrões normais de vida.A maioria dos muito pobres vive em comunidades situadas em bolsões de pobreza, e sua sobrevivência se deve em boa medida porque se ajudam mutuamente.Esse é um instinto humano, que pode ser observado em ação em qualquer situação catastrófica: enchentes, terremotos ou incêndios.A vida dos miseráveis é desastrosa: quase sempre correm perigo de perecer, do qual são salvos, às vezes, por uma mão amiga, que não raramente é a de outro miserável que o necessitado de hoje pode ter ajudado antes. Deixar a miséria pode representar, para a pessoa, abandonar uma normalidade cruel, mas à qual se acostumou, e se separar de companheiros de sina com os quais se sente protegido.Para ele, a questão crucial pode ser: que alternativa de vida os que querem erradicar a miséria lhe oferecem? Possivelmente muitos dos que agora são miseráveis nem sempre o foram, mas por diversas circunstâncias perderam tudo.Os que em consequência enlouqueceram ou ficaram dependentes de álcool ou drogas talvez não queiram voltar à vida que já tiveram, porque a perda dela lhes foi demasiado traumática.Erradicar a miséria, do ponto de vista de seus beneficiários, é mudar profundamente suas vidas.Para que aconteça, é indispensável que os seus beneficiários também sejam seus sujeitos, e não meros objetos; que eles possam optar por projetos que lhes exigirão empenho para conquistar um padrão normal de vida não apenas para si, mas possivelmente para uma família e uma prole.Para tanto, será preciso que participem da elaboração dos novos projetos de vida e que recebam os recursos essenciais para realizá-lo.Nos últimos sete anos, nós da Secretaria Nacional de Economia Solidária participamos diretamente de programas que permitiram ao governo Lula erradicar parte da miséria brasileira: o Fome Zero, a transformação de moradores de rua em recicladores de lixo organizados em cooperativas, de egressos de manicômios e penitenciárias em membros de cooperativas sociais, de trabalhadores sem terra em camponeses assentados, além de muitas outras comunidades socialmente excluídas.Aprendemos que erradicar a pobreza é possível e, se assim o é, se torna eticamente necessário. E que serão os pobres que se redimirão, é claro que com o auxílio dos poderes públicos e dos movimentos sociais.

PAUL SINGER, 78, é secretário nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego. Foi secretário municipal do Planejamento de São Paulo (gestão Luiza Erundina).

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O coletivo de brasileiro



A VIDA DE CADA brasileiro vai melhor que a do coletivo de brasileiros. Essa é a impressão tirada do Gallup World Poll. Na pergunta subjetiva sobre a expectativa da satisfação de cada pessoa em cinco anos, numa escala de 0 a 10 a média brasileira é 8,78, a maior de 132 países.
Já a pergunta que se refere à nota do país no mesmo período e na mesma escala, a nota cai dois pontos. Somos o nono país do mundo com maior diferença de notas individuais e coletivas.
A felicidade geral da nação é menor que a soma da felicidade de cada um. Como o brasileiro pode dar uma nota tão alta para sua vida e dar uma nota tão baixa para a vida de todos brasileiros? Eis a questão.
A dissonância entre as percepções de cada brasileiro sobre sua vida e sobre a vida de todos os brasileiros é uma marca tupiniquim, a nossa jabuticabeira.
Talvez fruto dela, os grandes problemas brasileiros são de natureza coletiva, e não individuais. Não que os últimos não sejam aqui relevantes, pois em todas as partes sempre o são. Porém a nossa dificuldade diferenciada enquanto nação está mais na relação entre pessoas.
Isto é, o problema do Brasil é mais do Brasil do que de cada brasileiro. Como um enunciado alternativo da lei de Gerson: "O brasileiro quer tirar vantagem em tudo". Por problemas coletivos entendemos desigualdade, inflação, informalidade, violência, ditadura, entre outros. Mas por que chamá-los de problemas coletivos? Por exemplo, desigualdade, ao contrário da pobreza, é um conceito relacional que não existe no indivíduo tomado isoladamente.
Não podemos dizer que uma pessoa é desigual, mas dizemos que uma pessoa é, ou não é, pobre. O Brasil não é um país pobre, mas temos muitos pobres, pois somos desiguais -onde muitos têm pouco enquanto poucos muito têm.
A pobreza brasileira resulta da alta desigualdade brasileira, e não da baixa renda média brasileira. Ou seja, deriva de um problema inerente ao coletivo de brasileiro.
Similarmente, a violência é de natureza relacional, um contra todos e de todos contra um. Isso se aplica tanto na agressão dos assaltos, dos homicídios, como na violência do trânsito. Mais uma vez, refletem problemas de relacionamento.
A informalidade é outro problema de relacionamento de pessoas físicas e jurídicas em relação ao Estado. A falta de instituições e de práticas democráticas é outra dimensão mais óbvia dessa dificuldade de funcionamento em coletividade.
Finalmente, a inflação tem um destaque maior: apesar de termos feito a estabilização há 15 anos, o Brasil no período 1970 a 2008 ainda é o segundo país do mundo em inflação acumulada, só perde- mos do Congo. O fenômeno da inflação guarda sempre conflitos distributivos.
As externalidades negativas emanadas do oportunismo individualista faz com que o todo seja menor que a soma das partes.
Objeto de vários clássicos brasileiros como os de Sérgio Buarque de Holanda e de Roberto da Matta, a novidade é que pudemos, através da melhora de relacionamentos, dar verdadeiros saltos enquanto sociedade. Senão, vejamos:
As décadas de 60 e 70 foram tanto do crescimento como da ditadura iniciada em 1964. Após o choque do petróleo e a vitória eleitoral da oposição em 1974 começou a distensão política.
O processo culmina nos anos 80, a década da redemocratização, cujo ápice foi o Diretas Já de 1984. A década de 90 foi a da estabilização, após o Plano Real. Já a década recém-encerrada foi a da queda da desigualdade de renda.
Coincidentemente os pontos de transição de cada década foram em anos terminados em "4", Golpe de 1964, a distensão política iniciada em 1974, Diretas Já de 1984, o Plano Real de 1994 e a queda da desigualdade com formalização desde 2004 (que continuam).
Além de consolidar essas conquistas coletivas, qual a nova busca para 2014? Para além da Copa do Mundo de futebol, o nosso derradeiro evento coletivo? Redução das assimetrias da qualidade de educação? Choque na criminalidade? Ou todas alternativas acima?
MARCELO NERI, 47, é economista-chefe do Centro de Políticas Sociais e professor da EPGE, na Fundação Getulio Vargas.
Internet: www.fgv.br/cpsmcneri@fgv.br

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Estimativas sobre os impactos do Complexo do Açu na demografia e no emprego numa avaliação de "curto prazo".


Números menos otimistas de aumento de emprego e população com o Complexo do Açu

O blog publicou ontem, aqui, as estimativas de incremento de emprego e de população, em Campos e SJB, para o período de 2008 e 2025, previstos no capítulo 8, do EIA (Estudo de Impacto Ambiental) do emprendimento do estaleiro da OSX.O estudo também prevê um cenário de crescimento menor, que é chamado de “Curto Prazo”, embora o período de análise seja também de 2008 a 2025, como pode ser visto nas duas tabelas abaixo.Por estas estimativas, que parecem menos exageradas, o incremento de empregos previstos para Campos e São João da Barra, com a implantação do Complexo do Açu, no período de 2008 a 2025 caem de 253 mil empregos, para 99 mil novos empregos. No caso do crescimento da população, ao invés da projeção de mais 1,3 milhão de novos habitantes, a estimativa, chamada de “curto prazo” prevê mais 486 mil novos habitantes, sendo 221 mil a mais para Campos dos Goytacazes e 265 mil habitantes para o município de São João da Barra.

Esta estimativa de crescimento é para o ano de 2025 que somados à população à população pela tendência de crescimento atual daria uma população total, no ano de 2025, de 751 mil moradores, em Campos e 299 mil habitantes, em São João da Barra. Esta expectativa é cerca de 80% menor do que ao cenário pleno (publicada aqui ontem) que previa uma população residente em Campos mais SJB de 1,8 milhão de habitantes.

Ainda assim, estas estimativas são muito significativas num prazo de apenas 15 anos, se considerarmos, por exemplo, que Macaé, como sede da Bacia de Campos, e base da cadeia produtiva de explração de petróleo e gás, levou, o dobro deste tempo, 30 anos (1974 a 2004) para sair de 20 mil para 130 mil habitantes.

O blog já comentou aqui, neste espaço, as consequências do aumento de população no que diz respeito à demanda de educação, saúde, habitação, saneamento (água e esgoto), segurança, transporte público, etc. Logo, a identificação deste cenário, considerado "de curto prazo" mostram as tarefas que o poder público, municípios e estados, além dos empreendodres terão pela frente para não transformar a região num verdadeiro caos.

Outra observação a ser feita é que se os empregos crescem, em número redondos em 100 mil novas vagas e a população residente cresce em 500 mil habitantes, considerando, uma PEA (População Economicamente Ativa) de 30% da população total, os dois municípios terão somados daqui a uma década e meia (em 2025) um déficit de 50 mil empregos, ou seja, teremos importado 50 mil desempregados.

Estranho, não? O desenvolvimento econômico acontece, o PIB sobe, as vagas de emprego crescem, mas o aumento da população decorrente do fluxo migratório gerará tantos empregos quanto desempregados. Desempregados precisam de políticas públicas, programas de transferência de renda (bolsa família e outros), programas habitacionais, saúde, boas escolas, etc. Quanto mais gente, mais despesas de custeio, além dos investimentos para o crescimento dos equipamentos públicos paradar conta deste crescimento populacional.

Só um esforço regional, intermunicipal, com articulação com o governo do estado, com a participação dos empreendedores , numa ação que até pode ser chamada de "Gestão Integrada do Território", ou o nome que o valha, poderá minimizar as consequências deste crescimento gerado pela implantação do Complexo do Açu.

Imaginem todas estas demandas sem os royalties, ou mesmo, com redução de suas parcelas. Assim, quem mais deve defender os royalties, daqui por diante, deverá ser o grupo EBX.

Fonte: http://robertomoraes.blogspot.com/

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Estimativas de população e incremento de empregos com o Complexo do Açu







O blog na semana passada divulgou números sobre o aumento de empregos e da população em Campos e São João da Barra, a partir da implantação do Complexo do Açu. Eles estão publicados no EVTE (Estudo de Viabalidade Técnica e Econômica) do Complexo, apresentado para os investidores junto à Bovespa.
Como ele é anterior à decisão da implanatação da UCN (Unidade de Costrução Naval) no Complexo Logístico-industrial do Açu, estes números foram recalculados e estão re-apresentados no EIA (Estudo de Impacto Ambiental) feito para o licenciamento ambiental do mesmo e que será objeto de audiência pública amanhã, em São João da Barra, e na quarta-feira, em Campos dos Goytacazes.
O EIA, um documento de 8 volumes, elaborado pela empresa Conestoga-Rovers e Associados (CRA) para o grupo EBX foi enviado ao blog, pela Assessoria de Comunicação/setor de SMS da OSX.
Por ele é possível ver estes novos números nas duas tabelas publicadas abaixo, que apontam para um crescimento populacional da ordem de 1,3 milhão de pessoas até 2025, sendo mais 700 mil no municípo de Sõa João da Barra e cerca de 600 mil em Campos, o que daria daqui a 15 anos, uma população de cerca de 1,8 milhao de pessoas, apenas nestes dois municípios. Um número assustador, até para os mais otimistas e mesmo que haja um superdimensionamento nesta expectativa.

Já no crescimento no número de empregos, previstos com a instalação completa do Complexo do Açu, seria de novos 116 mil postos de trabalho em Campos e 137 mil em São João da Barra, num total, só nestes dois municípios de 253 mil novos empregos, para o ano de 2025.








segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Construção de minerioduto cria problemas em Natividade




A construção do mineroduto Minas-Rio que levará de minério de ferro de Minas Gerais ao Complexo do Açu em São João da Barra está provocando rachaduras em várias casasno município de Natividade. Algumas famílias tiveram que ser removidas de suas casas pela Defesa Civil. Outras ainda sofrem riscos de desabamento.Estima-se em cerca de quarenta casas do bairro Parque Lajinha tenham sofrido as conseqüências das explosões realizadas para a construção do mineroduto.Os moradores estão questionando o Ministério Público e o licenciamento ambiental do Ibama. Consta que a Prefeitura de Natividade está questionando o licenciamento junto ao Ibama.Segundo moradores a geografia da cidade com morros e muitas rochas estariam exigindo muitas explosões que atingem as moradias, além disso, os deslocamentos de terra estariam provocando assoreamento no rio Carangola, que estariam muito acima dos impactos previstos nos Estudos e Relatórios de Impacto Ambiental.Nos últimos dias de 2010, um trecho da RJ-220 em Natividade cedeu, uma cratera foi aberta e impediu o trânsito na rodovia que liga a BR-356, depois de Itaperuna até Tombos em Minas Gerais. Na oportunidade, a Defesa Civil teria detectado falhas na execução das obras do mineroduto que passa às margens da RJ-220.
O mineroduto tem cerca de 550 km de extensão e cruza 32 municípios nos estados de MG, RJ e ES. O mineroduto transportará o minério de ferro extraído em Conceição do Mato Dentro em Minas Gerais. Os investimentos para sua construção giram em torno de US$ 6 bilhões. Sua conclusão está prevista para ano que vem, 2012 e a estimativa é de que transporte cerca 26 milhões de minério de ferro produzidos até 2014.

Postado por Roberto Moraes http://robertomoraes.blogspot.com/

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

PIB de Campos e o Complexo do Açu

PIB de Campos crescerá em US$ 13 bi até 2025 com o Complexo do Açu

Nos estudos de viabilidade técnica e econômica do Complexo Logístico-industrial do Açu, a LLX prevê um aumento do PIB, em cerca de 50 vezes, em São João da Barra e de US$ 13 bilhões (56%) em Campos dos Goytacazes até o ano de 2025.Neste mesmo período, estes números equivalem a um crescimento anual de 28,48% em São João da Barra e de 5,45% em Campos dos Goytacazes.Esta riqueza, ao contrário daquela divulgada há poucos dias pelo IBGE para o município, em que inclui a riqueza do petróleo, além dos royalties, que sequer passa pelo município, produzirá mudanças significativas, caso o projeto se viabilize do jeito que está planejado.

Postado por Roberto Moraes