Observatório Socioeconômico do Noroeste Fluminense

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Ensino técnico e profissionalizante no NOF

Com base em pesquisa* realizada pelo Observatório Socioeconômico do Noroeste Fluminense, no período de junho a julho de 2011, notou-se a pequena oferta de cursos técnicos na região Noroeste Fluminense, predominando o número de cursos de caráter profissionalizante não-técnico.


Gráfico 1. Comparação entre a oferta de cursos técnicos e profissionalizantes no NOF.
Fonte: Autoria própria, 2011.

Observa-se também uma correlação entre a maior oferta de cursos na área de Ambiente, Saúde e Segurança (27%) e a expansão do setor de serviços médicos na região. 


Gráfico 2. Oferta de cursos técnicos e profissionalizantes por eixos tecnológicos no Noroeste Fluminense
Fonte: Autoria própria, 2011.

Apesar disso, apenas um dos cursos ofertados é técnico (Técnico em Enfermagem no SENAC de Itaocara), evidenciando uma carência nesse setor, especialmente em instituições que os ofertem a título não oneroso.
Na área de Indústria, somando-se os eixos Controle e Processos Industriais, Produção Industrial e Produção Alimentícia, há uma concentração de 22% dos cursos ofertados. Não sendo, porém, uma área de destaque na região, seja no PIB, seja na oferta de empregos, há poucos indícios de fixação dessa mão de obra no NOF.
Por fim, a distribuição territorial dos dados coletados pode ser observada no gráfico abaixo:


Gráfico 3. Distribuição dos cursos técnicos e profissionalizantes ofertados no NOF por município.
Fonte: Autoria própria, 2011.

* Este trabalho foi desenvolvido por bolsistas do Instituto Federal Fluminense e apresentado na III Mostra de Extensão do IFF, UFF e UENF, em outubro de 2011. Ele é parte de um projeto de pesquisa e divulgação de informações sobre o mercado de trabalho e o ensino técnico e profissionalizante no Noroeste Fluminense.

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Emprego no Noroeste cresce 120%

Em julho de 2011, as admissões de empregos com carteira assinada superaram os desligamentos em 341 empregos no Noroeste Fluminense, ante 154 no mesmo mês de 2010. Assim, o aumento foi de 121,4%, enquanto no Estado do Rio houve recuo de 22,1% e no Brasil redução de 22,7%, na comparação destes mesmos períodos.

Pádua, Itaperuna, Bom Jesus do Itabapoana, Aperibé e Cambuci foram os municípios que apresentaram os melhores saldos na flutuação de emprego em julho último. Tiveram a mais, respectivamente, 115, 111, 57, 25 e 13. Os aumentos de empregos mais expressivos em relação a julho de 2010 foram registrados em Pádua (342,3%) e Aperibé (257,1%).

De janeiro a julho de 2011, o saldo da flutuação de empregos na região apresentou 1.370 admissões, ante 1.177 no mesmo período de 2010, o que representou um aumento de 16,4%, enquanto no Estado do Rio houve aumento de 10,8% e no Brasil recuo de 3,7%, na comparação destes mesmos períodos .

Os municípios do Noroeste que apresentaram os melhores saldos na flutuação de empregos no acumulado deste ano foram: Itaperuna (394), Pádua (288), Bom Jesus do Itabapoana (222), Itaocara (166), Aperibé (106) e Miracema (100).

Na comparação com janeiro a julho de 2010, os municípios que mais evoluíram na contratação de empregados nos sete primeiros meses de 2011 foram: Itaocara (1.744,4%), Aperibé (171,8%), Bom Jesus do Itabapoana (155,2%), Pádua (64,6%) e Miracema (58,7%).

Ocupações que apresentaram os maiores saldos na flutuação de empregos nos municípios que registraram mais empregos de janeiro a julho de 2011:
Itaperuna: Auxiliar de escritório em geral (46), Desossador (34), Técnico de enfermagem e Montador de equipamentos eletrônicos (26 cada ocupação) e Empregado doméstico (20);

Pádua: Cortador de pedras (46), Trabalhador de serviços de limpeza e conservação de áreas públicas (39), Pedreiro (35), Agente de saúde pública (30) e Servente de obra (26);

Bom Jesus do Itabapoana: Faxineiro (25), Pedreiro (24), Auxiliar de escritório, Varredor de rua e Servente de obras (20 cada ocupação);

Itaocara: Professor de nível médio no ensino fundamental (23), Auxiliar de pessoal (20), Vendedor de comércio varejista (19), Servente de obras (15) e Operador de computador (8);

Aperibé: Costureiro de peças sob encomenda (17), Auxiliar de pessoal (16), Auxiliar de escritório (12), Vendedor de comércio varejista (11) e Operador de acabamento de peças fundidas (8);

Miracema: Costureiro a máquina na confecção em série (13), Auxiliar geral de conservação de vias permanentes (11), Auxiliar de escritório, Auxiliar de pessoal e Trabalhador agropecuário (11 cada ocupação).

Saldo da flutuação de empregos formais no Noroeste Fluminense

MUNICÍPIO..........................JULHO.........................JANEIRO A JULHO
…..................................2010.....2011.........................2010......2011

Itaperuna........................106........111.............................695.......394
Santo Antº de Pádua..........26........115.............................175.......288
Bom Jesus do Itab............-34..........57...............................87.......222
Itaocara...........................13...........11................................9.......166
Aperibé..............................7..........25...............................39.......106
Miracema...........................8............3...............................63.......100
Cambuci...........................-7...........13...............................34........46
Italva...............................22............-1...............................56........43
Porciúncula......................21............-1...............................60........17
Varre-Sai.........................10...........10.................................3........14
São José de Ubá...............-4.............1...............................-20.........3
Laje do Muriaé.................-2............-7..................................0........-7
Natividade......................-12.............4...............................-24.......-22
Região Noroeste.........154.........341...........................1.177....1.370

No Estado do Rio foram gerados 10.968 empregos formais em julho de 2011 ante 14.086 em igual mês de 2010 (queda de 22,1%). De janeiro a julho de 2011, foram 113.723 ante 102.677 no mesmo período de 2010 (aumento de 10,8%).

No Brasil foram gerados 140.563 empregos com carteira assinada em julho de 2011 ante 181.796 em julho de 2010 (recuo de 22,7%). De janeiro a julho de 2011, foram 1,593 milhão ante 1,655 milhão em igual período de 2010 (recuo de 3,77%).


Publicação: 27/08/2011 :: 10:46 :: Fonte: Caged (Ministério do Trabalho e Emprego).

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

UENF no Noroeste

Noroeste: UENF foca desenvolvimento integrado

Reunidos em Itaperuna (RJ) com o reitor da UENF, Silvério de Paiva Freitas, na manhã desta sexta, 29/07, prefeitos do Noroeste Fluminense entraram em acordo quanto ao princípio básico para nortear a proposta de expansão da Universidade para a região: o foco estará no território do Noroeste como um todo, e não nas fronteiras municipais. Uma vez fechada a proposta coletiva, o desafio imediato será convencer o governo do Estado a autorizar a criação das vagas e concursos de docentes e técnicos.
A UENF encaminhou aos prefeitos e suas representações a minuta de uma proposta, focada na filosofia do desenvolvimento regional integrado, para ser discutida e aperfeiçoada. Entre outras sugestões de cursos, incluindo graduação, mestrado e doutorado, estão diferentes modalidades de engenharias e de licenciaturas.
- Nesta segunda participaremos de um encontro com o governador Sergio Cabral voltado justamente para a necessidade de ampliação da oferta de vagas nas engenharias no Estado. Vou aproveitar o momento para levar a mensagem desta reunião ao governador e ao secretário de Ciência e Tecnologia, Alexandre Cardoso - disse Silvério.
Novo encontro com um grupo de trabalho formado por representantes dos municípios e da UENF será realizado na próxima quarta, 03/08, e as sugestões serão enviadas à UENF até a próxima sexta, 05/08.
Presenças - O encontro ocorreu no auditório da Fundação São José, reunindo os prefeitos de Itaperuna, o anfitrião Fernando Fernandes, o Paulada; Itaocara, Alcione Correa de Araújo; Cambuci, Oswaldo Botelho; e representantes dos prefeitos de Italva, Joelson Gomes Soares; Santo Antônio de Pádua, José Renato Padilha; Varre-Sai, Everardo Ferreira; e até de Cardoso Moreira, que formalmente integra a região Norte Fluminense, mas faz fronteira com o Noroeste.
Pela UENF, participaram do evento o reitor Silvério de Paiva Freitas e o vice-reitor Édson Corrêa da Silva, além do prefeito da Universidade, Gustavo Xavier; do assessor da Pró-Reitoria de Extensão Alcimar das Chagas Ribeiro, que fez uma apresentação da pré-proposta da UENF, entre outros assessores. O presidente da Fenorte, Almy Junior, também esteve presente e anunciou a instalação de um escritório da fundação em Itaperuna.
A secretária de Educação de Varre-Sai, Maria Letícia, fez um depoimento como mãe de duas alunas da UENF.
- Minha filha tem bolsa de Iniciação Científica, já participou de um congresso em Florianópolis e agora vai a um congresso no Rio. Agora temos a chance de trazer isto praticamente para a nossa casa - disse.
(Foto:Fundação São José)
----------------------------------------------------------------------------------------------- Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF)

segunda-feira, 27 de junho de 2011

CPS/FGV: Pesquisa "Os Emergentes dos Emergentes" ou "A Nova Classe Média Brasileira"


Os Emergentes dos Emergentes: Reflexões Globais e Ações Locais para a Nova Classe Média Brasileira

Junho/2011
Veja a pesquisa

Confira o vídeo da pesquisa em: http://cps.fgv.br/pt-br/teaser_brics
A Fundação Getulio Vargas lança nova pesquisa coordenada por Marcelo Neri do Centro de Políticas Sociais (CPS/FGV).
A chamada nova classe média tem ocupado destaque na agenda das empresas privadas, dos gestores públicos, dos políticos e dos demais mortais no Brasil como em outros lugares. Numa época de estagnação global observada depois da crise internacional, a ascensão econômica e social de dezenas de milhões de pessoas tem contribuído para manter a economia global girando. Em particular, os países dos BRICS que abrigam mais da metade dos pobres do mundo hoje, multiplicará até 2050 por 7 a sua relação com a renda gerada nos países do G7. No centro desta massiva transformação de pobreza presente em riqueza futura está a nova classe média dos BRICS que talvez seja a face humana mais palpável desta revolução. A presente pesquisa discute aspectos globais e locais da ascensão dos brasileiros.
Inicialmente a pesquisa analisa diferenças e semelhanças de grupos emergentes entre países emergentes. Especial destaque é dado ao grupo dos BRICS, contrastando elementos diversos tais como: Quanto o crescimento macroeconômico se reflete no bolso do cidadão comum? Quem melhora mais em cada país: a base, o meio, ou o topo da distribuição de renda? Em que medida as transformações observadas são sustentáveis no tempo? Para além de melhoras objetivas, como estão atitudes e ações das pessoas em relação ao futuro. Segundo alguns a nova classe média seria formada por protagonistas de plano de ascensão social, aqueles que almejam transformar sonho em realidade. Depois da crise global, qual é a expectativa da população de cada país sobre a respectiva satisfação com a sua vida no futuro? Em síntese, qual é a qualidade percebida pela população do crescimento das nações?
Passando do nível global ao local, mapeamos nos mais de 5500 municípios brasileiros a distribuição das classes econômicas pelo critério FGV. Chegando ao momento atual, a pesquisa pergunta quanto cresceu em termos líquidos diferentes estratos econômicos da sociedade brasileira no período recente? Acompanhando a trajetória de famílias individuais até maio de 2011, quantas progrediram, e quantas regrediram? Quanto educação e trabalho explicam a ascensão de classes? Por fim, quais são os elementos centrais da agenda de políticas públicas e ações privadas para a nova classe média brasileira?

Maiores informações: Centro de Políticas Sociais – Fundação Getúlio VargasTelefone: 21 3799 6887 / 6885E-mail: cps@fgv.br / mcneri@fgv.brSite: www.fgv.br/cps

quarta-feira, 25 de maio de 2011

IBGE: as causas das diferenças salariais no Brasil







CEMPRE 2009: diferença salarial por nível de escolaridade é maior do que por sexo





Pela primeira vez, o Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) apresenta informações referentes ao sexo e ao nível de escolaridade das pessoas assalariadas. Em 2009, as 4,8 milhões de empresas e outras organizações integrantes do CEMPRE reuniam 40,2 milhões de assalariados, sendo que 23,4 milhões eram homens (58,1% do total) e 33,6 milhões não tinham nível superior (83,5% do total). Embora houvesse diferenças salariais significativas entre homens e mulheres – eles ganhavam 24,1% a mais –, a desigualdade era maior entre os trabalhadores com e sem nível superior: aqueles que concluíram faculdade recebiam um salário 225% maior. Os homens eram maioria em 15 das 20 atividades econômicas. As microempresas tinham a maior proporção de mulheres (45,1%) e a menor de assalariados com nível superior (4,7%). As grandes empresas empregavam 57,7% dos assalariados com nível superior e um em cada cinco desses trabalhava na indústria de transformação. Santa Catarina foi o estado com maior participação de mulheres (39,6%) no pessoal assalariado e o Distrito Federal tinha a maior proporção de profissionais com diploma universitário (13,2%).
Considerando apenas as entidades empresariais, o número de assalariados aumentou 4,6% na comparação de 2009 com o ano anterior, uma redução no ritmo de crescimento: o acréscimo havia sido de 9,1% em 2007 e de 6,5% em 2008. As indústrias de transformação ficaram em nono lugar na geração de novos empregos em 2009, tendo ocupado a primeira posição em 2007 e a terceira em 2008. O Paraná ultrapassou o Rio Grande do Sul em pessoal assalariado nas empresas.
O CEMPRE reúne informações cadastrais e econômicas de empresas e outras organizações (administração pública, entidades sem fins lucrativos, pessoas físicas e instituições extraterritoriais) formalmente constituídas presentes no país e suas respectivas unidades locais (endereços de atuação das empresas e outras organizações). A publicação completa das Estatísticas do CEMPRE está disponível na página www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/cadastroempresa/2009/.
As empresas e outras organizações formais ativas cadastradas no CEMPRE ocupavam 46,7 milhões de pessoas em 2009, sendo 40,2 milhões (86,1%) como pessoal ocupado assalariado e 6,5 milhões (13,9%) na condição de sócio ou proprietário. Os salários e outras remunerações pagos totalizaram R$ 781,9 bilhões. O salário médio mensal foi de R$ 1.540,59, equivalente a 3,3 salários mínimos (o valor médio do salário mínimo mensal era de R$ 461,15).
Na comparação com o ano de 2008, houve um incremento de 5,2% no total de empresas e outras organizações, de 4,6 para 4,8 milhões. O pessoal ocupado total cresceu 4,7%, de 44,6 para 46,7 milhões, e o contingente de assalariados também cresceu 4,7%, de 38,4 milhões para 40,2 milhões de pessoas. O salário médio mensal aumentou 4,7%, em termos reais, passando de R$ 1.471,07 para R$ 1.540,59.
Três atividades econômicas se destacaram no estudo, representando juntas 56,1% do pessoal ocupado total, 56,3% do pessoal ocupado assalariado e 57,9% dos salários e outras remunerações: administração pública, defesa e seguridade social, indústrias de transformação e comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas.
Assalariados com nível superior recebem salário 225,0% maior
Do total de 40,2 milhões de pessoas ocupadas assalariadas nas organizações ativas no CEMPRE, 23,4 milhões eram homens (58,1% do total). Segundo o nível de escolaridade, 33,6 milhões desses assalariados não tinham nível superior (83,5% do total). A diferença salarial por nível de escolaridade se mostrou mais acentuada do que a diferença por sexo:
O salário médio mensal em 2009 era de 3,3 salários mínimos, ou R$ 1.540,59. Os homens recebiam em média 3,6 salários mínimos, 24,1% acima do recebido pelas mulheres (2,9 salários mínimos), ou seja, o salário recebido pelas mulheres correspondia a 80,6% do salário recebido pelos homens. Já os profissionais com nível superior completo recebiam em média 7,8 salários mínimos por mês, 225,0% acima do recebido por quem não tinha nível superior (2,4 salários mínimos). Ou seja, o salário de quem não tinha nível superior correspondia a 30,8% do salário recebido por quem tinha alcançado esse nível de escolaridade.
As diferenças salariais em empresas por escolaridade e por sexo eram ainda mais acentuadas do que no conjunto das organizações. Nelas, o salário médio mensal era de 3,0 salários mínimos, ou R$ 1.361,52. Os homens recebiam 3,3 salários mínimos, 43,5% a mais que as mulheres (2,3 salários mínimos). O salário recebido pelas mulheres era 69,7% do recebido pelos homens, portanto. Já os profissionais com nível superior completo recebiam em média 9,2 salários mínimos, 300,0% acima do recebido por quem não tinha nível superior (2,3 salários mínimos). Ou seja, o salário de quem não tinha nível superior em empresas correspondia a 25,0% do salário de quem havia concluído a faculdade.
Homens são maioria em 15 das 20 atividades econômicas analisadas
O pessoal ocupado masculino predominava em 15 das 20 atividades econômicas do CEMPRE, sendo a participação de homens mais elevada na construção (92,2%), nas indústrias extrativas (90,0%), em transporte, armazenagem e correio (84,2%), agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (84,1%) e água, esgoto, atividades de gestão de resíduos e descontaminação (81,6%). Por sua vez, o pessoal ocupado feminino apresentou as maiores participações nas atividades saúde humana e serviços sociais (76,9%), educação (67,3%), alojamento e alimentação (54,1%), atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (52,6%) e outras atividades de serviços (51,6%).
As atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados foram a única categoria a apresentar uma participação de pessoal assalariado com nível superior (51,5%) acima do pessoal sem nível superior (48,5%). Outras atividades que apresentaram uma participação do pessoal assalariado com nível superior bem acima da média (9,3%) foram educação (48,5%), administração pública, defesa e seguridade social (41,4%), organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais (37,7%) e informação e comunicação (35,1%). As atividades com as menores participações do pessoal assalariado com nível superior foram alojamento e alimentação (2,6%), agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (2,9%) e atividades administrativas e serviços complementares (4,6%), construção (4,6%)e comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (4,6%).
Analisando a distribuição do total de assalariados entre as atividades econômicas, constata-se que 20,4% do pessoal assalariado com nível superior (um em cada cinco) nas empresas foram absorvidos pelas indústrias de transformação, seguidas pelas atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (15,3%) e pelo comércio (13,1%). Duas atividades econômicas foram responsáveis pela absorção de 54,7% do pessoal assalariado sem nível superior: comércio (27,6%) e indústrias de transformação (27,1%).
Maior proporção de mulheres assalariadas está nas microempresas
Em 2009, do total de empresas e outras organizações, 88,9% eram microempresas, 9,4% eram empresas pequenas, 1,3% eram médias e 0,4% eram grandes. Apesar do predomínio das empresas e outras organizações de micro e pequeno porte, as grandes organizações foram responsáveis por 47,2% do pessoal ocupado total, 54,8% do pessoal ocupado assalariado e 70,2% dos salários e outras remunerações.
A composição do pessoal assalariado segundo sexo varia de acordo com o porte da empresa, embora haja um predomínio dos trabalhadores masculinos em todos os portes. Os homens representavam 54,9% do pessoal assalariado nas microempresas, 61,1% nas empresas pequenas, 68,3% nas médias e 68,2% nas grandes. A participação das mulheres foi de 45,1% nas microempresas, 38,9% nas empresas pequenas e 31,8% nas médias e grandes.
Grandes empresas empregam 57,7% do pessoal assalariado com nível superior
À medida que aumenta o porte das empresas, a participação do pessoal assalariado sem nível superior se reduz e a com nível superior aumenta. A participação do pessoal assalariado sem nível superior foi de 95,3% nas microempresas, 93,4% nas pequenas, 91,1% nas médias e 87,4% nas grandes empresas, enquanto a do pessoal com nível superior foi de 4,7% nas microempresas, 6,6% nas empresas pequenas, 8,9% nas empresas médias e a 12,6% nas grandes empresas.
Verificando a distribuição do total de assalariados segundo a escolaridade, constata-se que as grandes empresas absorveram 57,7% do pessoal com nível superior, seguida das empresas médias com 17,5%, pequenas com 17,3% e microempresas com 7,5%. As grandes empresas absorveram 41,0% do pessoal sem nível superior, seguida das pequenas (25,1%), médias (18,4%) e microempresas (7,5%).
A análise de porte das empresas do CEMPRE adota como referência as faixas de pessoal ocupado total definidas pelo Eurostat: microempresas têm até 9 pessoas ocupadas, empresas pequenas possuem de 10 a 49 pessoas ocupadas, empresas médias, de 50 a 249 pessoas e empresas grandes possuem 250 ou mais pessoas ocupadas.
Região Sudeste absorve 63,8% do pessoal assalariado com nível superior
A análise regional é realizada a partir das informações das unidades locais. As 4,8 milhões de empresas e outras organizações ativas no país somavam 5,2 milhões de unidades locais, ocupavam 46,7 milhões de pessoas, das quais 40,2 milhões como assalariadas, que recebiam R$ 781,9 bilhões em salários e outras remunerações.
As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste apresentavam maiores participações do pessoal assalariado masculino no pessoal ocupado assalariado total (68,6%, 68,1% e 65,6%, respectivamente), acima da média brasileira (64,5%). As maiores participações do pessoal ocupado assalariado feminino eram observadas nas regiões Sul (38,2%) e Sudeste (36,0%), acima da média do país (35,5%).
A região Sudeste destacou-se com a participação de 63,8% do pessoal assalariado com nível superior. A região Sul foi a segunda colocada, com 15,0% do pessoal assalariado com nível superior. Na região Nordeste, a participação do pessoal assalariado com nível superior foi de 11,7%, no Centro-Oeste foi de 6,8% e de 2,7% na região Norte.
As regiões Sudeste e Centro-Oeste apresentavam as maiores participações de pessoal assalariado com nível superior, 10,8% (acima da média nacional de 9,3%) e 8,9%, respectivamente. A região Sul ficava com a terceira posição, com 7,6%. Já as regiões Nordeste e Norte apresentavam as menores participações (7,0% e 6,1% respectivamente).
Santa Catarina tem maior participação de mulheres (39,6%) no pessoal assalariado
Entre as Unidades da Federação, as maiores participações das mulheres no pessoal ocupado assalariado estavam em Santa Catarina (39,6%), Rio Grande do Sul (38,5%), Roraima (37,3%), Paraná (36,9%) e Distrito Federal (36,8%). Por outro lado, as maiores participações masculinas foram encontradas em Alagoas (77,2%), Pará (71,5%), Maranhão (71,4%), Paraíba (70,3%) e Tocantins (69,5%).
SP emprega 40,9% do pessoal assalariado com nível superior e DF paga maiores salários
As Unidades da Federação que se destacaram na absorção do pessoal com nível superior foram São Paulo, com 40,9%; Rio de Janeiro, com 12,3%; Minas Gerais, com 8,9%; Paraná, com 6,4%; e Rio Grande do Sul, com 4,7%.
Quanto ao nível de escolaridade, as maiores participações de pessoal assalariado com nível superior estavam no Distrito Federal (13,2%), no Rio de Janeiro (11,9%) e em São Paulo (11,6%), enquanto as maiores participações de pessoal ocupado sem nível superior foram observadas em Rondônia (95,2%), Acre (95,0%) e Alagoas (94,5%).
As Unidades da Federação com os maiores salários médios foram o Distrito Federal, 6,7 salários mínimos, Rio de Janeiro, São Paulo e Amapá, 3,9 salários mínimos cada um, e Roraima, com 3,6 salários mínimos, todos valores acima da média nacional (3,3 salários mínimos). Já os menores salários médios ficavam na Paraíba (2,3 salários mínimos) e Maranhão, Piauí, Ceará e Alagoas (2,5 salários mínimos cada um).
COMPARATIVO 2007-2009: cai o ritmo de crescimento no pessoal assalariado
Considerando apenas as entidades empresariais, o pessoal ocupado assalariado aumentou 4,6% em 2009, na comparação com o ano anterior, passando de 27,0 milhões para 28,2 milhões, um incremento de 1,2 milhão de novos empregos. Em comparação com os anos anteriores, 2009 representou uma redução no ritmo de crescimento no pessoal assalariado. Em 2007, o acréscimo havia sido de 9,1% (mais 2,1 milhões de pessoas) e em 2008 de 6,5% (mais 1,6 milhão).
Por atividade econômica, comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas geraram 373,9 mil novos empregos, construção, 246,8 mil e atividades administrativas e serviços complementares, 193,8 mil. Essas três atividades foram responsáveis por 65,7% dos novos empregos em 2009.
Ressalta-se que em 2009 as indústrias de transformação ficaram em nono lugar na geração de novos empregos, com um incremento de 42,2 mil ocupados assalariados. Em 2007, haviam ficado na primeira colocação, gerando 593,5 mil novos empregos, e em 2008, na terceira colocação, tendo gerado 202,4 mil novos postos, atrás somente do comércio (458,0 mil) e da construção (324,0 mil). Em termos relativos, as atividades que mais se destacaram no crescimento do pessoal assalariado foram atividades profissionais, científicas e técnicas, com 18,2%, artes, cultura, esporte e recreação, com 13,9%, e construção, com 12,5%.
Em nível regional, em 2009, em comparação com o ano anterior, a região Sudeste foi a que apresentou o maior incremento no pessoal assalariado, com 548,1 mil novos empregos nas unidades locais das empresas, do total de 1,2 milhão de novos empregos nas empresas no ano. A região Nordeste ficou na segunda colocação, com 341,4 mil novos empregos, e a região Sul, na terceira, com mais 186,1 mil pessoas assalariadas. As regiões Centro-Oeste e Norte apresentaram incrementos de 97,2 mil e 67,0 mil, respectivamente.
A redução na geração de novos empregos entre 2007 e 2009 não foi homogênea entre as regiões. Em todas elas, houve redução no saldo entre 2007 e 2008. Contudo, em 2009, a região Nordeste apresentou crescimento no saldo, enquanto as demais apresentam redução. Por Unidade da Federação, São Paulo gerou 305,4 mil novos empregos, Minas Gerais 121,3 mil, Bahia 120,7 mil, Paraná 99,7 mil e Rio de Janeiro 95,6 mil.
Paraná ultrapassa Rio Grande do Sul em pessoal assalariado nas empresas
São Paulo manteve-se na liderança em pessoal assalariado, seguido de Minas Gerais e Rio de Janeiro, em 2009. Contudo, o Paraná ultrapassou o Rio Grande do Sul no número de pessoas assalariadas em empresas passando a ocupar a quarta colocação, enquanto o Rio Grande do Sul caiu para a quinta colocação.



Comunicação Social


25 de maio de 2011

terça-feira, 17 de maio de 2011

Brasil bate recorde de geração de empregos

Dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) mostram que foram gerados 2,8 milhões de empregos em 2010. Durante o Governo Lula foram gerados 15,3 milhões de empregos formais, entre celetistas e estatutários. Número de trabalhadores formais no país chega a 44 milhões

Brasília, 11/05/2011 – Foram gerados no Brasil em 2010 novos 2.860.809 empregos formais, entre celetistas e estatutários, número recorde para um único ano. A criação de empregos corresponde ao crescimento de 6,9% em relação ao estoque de empregos de dezembro de 2009. Os dados são da Relação Anual de Informações Sociais (Rais 2010), divulgados nesta quarta-feira (11) pelo ministro do Trabalho e Emprego, Carlos Lupi.

"O número de empregos nos três principais setores da economia cresceu acima do Produto Interno Bruto (PIB). Entre os 22 subsetores da economia, 18 apresentaram crescimento. A maior riqueza do Brasil é o emprego. O salário do brasileiro é o que garante o crescimento do nosso país", comentou o ministro.

Clique aqui para conferir os números completos da Rais 2010.

Com o bom desempenho do mercado de trabalho, o número de trabalhadores com vínculos formais ativos chegou a 44,068 milhões. Se forem computados os inativos, esse montante atinge 66,747 milhões. No período do Governo Lula (2003 a 2010), a geração de empregos formais atingiu a marca de 15,384 milhões de novos postos de empregos formais, crescimento de 53,63% ao longo do período.

A média anual de geração de empregos foi de 1,923 milhões de vagas, aumento de 5,51% ao ano, número inédito na história do emprego formal para um período de oito anos consecutivos. De acordo com o ministro Carlos Lupi, isso demonstra a continuidade do processo de formalização da força de trabalho brasileira nos últimos anos.

"Continuamos batendo recordes: cresce o estoque de trabalhadores formais, cresce a geração anual de empregos, cresce o ganho salarial real do trabalhador. Hoje o Brasil é referência mundial em políticas de geração de emprego e renda", avaliou Lupi.

Do total de empregos formais criados em 2010, 2,590 milhões foram com carteira de trabalho assinada (celetistas), e 270,4 mil vínculos empregatícios estatutários (servidores públicos).

Dados Corrigidos - De acordo com os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que abrange somente os empregos celetistas, em 2010 foram gerados 2,555 milhões postos de trabalho.O diferencial entre os dados de criação de empregos da Rais e Caged se reduziu substancialmente, quando comparado com os resultados de 2009, devido à incorporação das declarações fora do prazo no próprio Caged,que antes eram contabilizadas apenas na RAIS. Em 2009, o Caged registrou uma geração de 995,1 mil postos de trabalho, ante uma aumento para 1,473 milhão na Rais, considerando o mesmo universo de empregos celetistas.Estabelecimentos - A Rais foi declarada por 7,617 milhões de estabelecimentos no último ano, sendo 3,403 milhões com vínculos formais (com empregados), e 4,214 milhões de estabelecimentos sem vínculos empregatícios (sem empregados). Houve um crescimento de 2,47% no total de estabelecimentos, em relação a 2009.Rendimento médio – Em 2010, o rendimento médio dos trabalhadores formais apresentou um aumento real de 2,57%, tomando como referência o INPC, ao passar de R$ 1.698,35 em dezembro de 2009 para R$ 1.742,00 em dezembro de 2010. No período de 2003 a 2010, o rendimento médio dos trabalhadores apresentou um crescimento real de 21,29%, proveniente do aumento de 22,13% para as mulheres e de 21,49% para os homens.Setores – Entre os setores, o de Serviços registrou a maior geração de empregos, com 1,109 milhões de novos postos. Em seguida vem o Comércio, com 689,3 mil empregos, a Indústria de Transformação, com 524,6 mil, e a Construção Civil, com 376,6 mil postos. Rais – A Relação Anual de Informações Sociais (Rais) é um Registro Administrativo criado pelo Decreto nº 76.900/75, com declaração anual e obrigatória a todos os estabelecimentos existentes no território nacional. As informações captadas sobre o mercado de trabalho formal referem-se aos empregados Celetistas, Estatutários, Avulsos, Temporários, dentre outros, segundo remuneração, grau de instrução, ocupação, nacionalidade. Entre seus objetivos do relatório estão prestar subsídios ao FGTS e à Previdência Social; permitir o controle da nacionalização da mão-de-obra; auxiliar na definição das políticas de formação de mão-de-obra; gerar estatísticas sobre o mercado de trabalho formal e prestar subsídios ao Cadastro Central de Empresas (CEMPRE) do IBGE e às pesquisas domiciliares, além de ser utilizada para identificar os trabalhadores com direito ao recebimento do benefício do Abono Salarial.

Assessoria de Imprensa do MTE
(61) 3317-6537 - acs@mte.gov.br

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Perspectivas para o aumento de emprego no Noroeste Fluminense

As indústrias do Noroeste Fluminense apresentaram queda no emprego e na margem de lucro operacional em janeiro de 2011, em razão de queda da demanda. Porém, mesmo com este resultado, a perspectiva do empresariado é de crescimento da demanda e da contratação ao longo deste ano. Estes dados constam na Sondagem Econômica, divulgada pelo Sistema Firjan (Federação das Indústrias do estado do Rio de Janeiro).

A pesquisa analisou os tópicos Nível de Atividade, Situação Financeira, Expectativas e Utilização da Capacidade Instalada. Quanto ao Nível de Atividade, foi registrada queda de produção e consequentemente queda também de emprego, provocada pela redução na procura pelos produtos da indústria. O nível de estoques registrou alta devido à acomodação em patamar elevado da indústria de minerais não metálicos, fornecedoras da construção civil da região.

Com a queda na procura pelos produtos da indústria, a Situação Financeira apresentou queda, juntamente com a margem de lucros operacionais. Porém, as empresas não apontaram redução no acesso a crédito, garantido pelos bons resultados apresentados anteriormente.

Mesmo assim, a expectativa dos empresários é de que haja aumento nas vendas ao longo deste ano, o que impulsionaria também a contratação e o consumo de matérias-primas. Também há a perspectiva de que os projetos de infraestrutura em andamento no estado devem movimentar a indústria de minerais não metálicos da região.

Já a Utilização de Capacidade Instalada apresentou aumento na região Noroeste Fluminense. Isto se dá pela recuperação da economia no ano passado. A perspectiva é de que ao longo do ano este panorama se mantenha
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sexta-feira, 11 de março de 2011

IPEA lança boletim sobre mão de obra e formação técnico-científica

Ipea lança boletim sobre mão de obra no Brasil

Radar nº 12 projeta a oferta de engenheiros em 2020 e aborda a formação de pessoal técnico-científico

Na terça-feira, dia 15, às 14h, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada lança em Brasília o Boletim Radar nº 12, uma edição especial sobre mão de obra no Brasil e crescimento. Em cinco artigos, o Radar nº 12 aborda temas como os possíveis gargalos e as soluções para o mercado de trabalho brasileiro, o impacto da qualidade do ensino básico na formação profissional, e a formação de pessoal técnico-científico e de engenheiros. Há, ainda, uma análise sobre a demanda por engenheiros e profissionais afins no mercado de trabalho formal, e uma projeção da oferta de engenheiros e profissionais afins em 2020.

O estudo será apresentado pelos técnicos de planejamento e pesquisa Aguinaldo Nogueira Maciente, Fabiano Pompermayer, Paulo Meyer Nascimento, Rafael Pereira, e pelo diretor-adjunto de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação, Regulação e Infraestrutura do Ipea, Divonzir Gusso. O evento terá como debatedor Manuel Marcos Formiga, assessor especial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), e o moderador será Marcio Wohlers, diretor do Ipea.
O Radar é uma publicação bimestral do Ipea que reúne artigos sobre produção, tecnologia, comércio exterior e outras questões em debate no Instituto. A apresentação da edição nº 12 será na sede do Ipea, em Brasília (Setor Bancário Sul, Quadra 1, Edifício BNDES/Ipea, auditório do subsolo). Haverá transmissão ao vivo pelo sítio do Instituto.

http://www.ipea.gov.br/portal/

quinta-feira, 10 de março de 2011

"O operariado brasileiro se qualifica trabalhando"

“O operariado brasileiro se qualifica trabalhando”

A afirmação acima e outras postadas abaixo, foram feitas pelo economista, Carlos Lessa, num artigo que enfoca uma questão econômica a do aumento inconsistente do PIB nacional, mas que também acaba por tecer comentários interessantíssimos sobre as estratégias para se investir na Formação Profissional no Brasil, e, especialmente, como o povo brasileiro vai fazendo, pragmaticamente, a opção pela sua formação para o trabalho.

Destaquei os pontos que considero mais importantes e que, de certa forma, questionam a questão que os colunistas econômicos gostam de repetir continuamente como um mantra a demanda por qualificação que chegam a chamar de "Apagão da Mão-de-obra", quando muitas delas estão ligadas a não oferta de melhores salários e benefícios para os mais bem qualificados. Leiam e tirem suas próprias conclusões:

"Penso que a tarefa da educação é a reposição de uma nova geração melhor qualificada que a geração que a formou. O bom mestre quer que o discípulo o supere. A nação exige que cada geração esteja melhor preparada para a futura civilização nacional. O investimento produtivo gera empregos e a educação faz avançar o processo civilizatório.O Brasil instalou em tempo de Juscelino o complexo metal-mecânico e o eletroeletrônico sem qualquer estrutura de ensino profissionalizante. O operariado brasileiro se qualifica trabalhando. É tão ávido em manter o bom emprego e nele prosperar que se autoqualifica.... O jovem necessita emprego e oportunidade de trabalho. Se o Brasil tiver cursos de alta qualificação sem gerar os empregos correspondentes, será introduzida uma nova commodity nas exportações nacionais - o próprio brasileiro."

As opiniões do polêmico Lessa levam a inúmeras posições, questionamentos e debates que se relaciona não apenas com a Educação Profissional e Tecnológica (EPT) mas, pode-se dizer, também e diretamente, à educação do trabalhador brasileiro.Bom recordar que o Brasil é o recordista mundial em alunos estudando no período noturno, que caracteriza a maioria dos trabalhadores brasileiros que vão à luta por ascenção profissional e social, através da ampliação da sua escolaridade e qualificação profissional. Melhor seria que estas oportunidades de estudos se dessem no curso normal de suas vidas, mas, não é por isso, que eles abandonam os estudos, embora sejam pragmáticos, compreensivelmente.

Postado por Roberto Moraes in: www.robertomoraes.blogspost.com

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Roberto Moraes entrevista Grupo EBX

O Blog do Professor Roberto Moraes (http://robertomoraes.blogspot.com/), referência para o debate qualificado sobre a nossa região, entrevistou de forma inédita o Grupo EBX responsável por uma série de investimentos massivos no norte e noroeste fluminense. Os esclarecimentos prestados servem para formar uma visão de conjunto dos dos desafios e ameaças sócioambientais representadas por esse crucial emprendimento econômico:

Blog: O grupo confirma a tese de que a localização do empreendimento no Açu deveu-se, basicamente, ao fato desta ter sido a única área disponível (e a preço barato) de todo o litoral na região Sudeste, para o empreendimento que exige extensa área?

Grupo EBX: Devido à vocação portuária da região, a LLX deu início à construção do porto de minério de ferro que, posteriormente, veio a se transformar no Superporto do Açu. Por conta deste projeto inicial e da capacidade de atração de investimentos, a LLX adquiriu áreas na região.
"Empresas do século XXI não podem ter os vetores ambiental e social apenas como metas a serem atingidas. É preciso que seja uma vocação, que esteja no DNA da corporação"

Blog: Pelo que consta, a definição de que a fazenda Caruara (de aproximadamente 5 mil hectares) - uma das duas inicialmente adquiridas pelo grupo - para ser área de preservação permanente se deveu a exigência do Inea e não a uma decisão do grupo. O que tem a falar sobre isto?

Grupo EBX: Por decisão exclusivamente voluntária do grupo, será criada uma RPPN na área da Fazenda Caruara. O pedido formalizado ao INEA no último dia 18 de fevereiro. Quando formalizada, a Reserva Particular de Patrimônio Natural Fazenda Caruara será uma das maiores RPPNs de restinga, um dos principais ecossistemas da Mata Atlântica. O Grupo EBX identificou uma oportunidade de recuperar e manter esta área protegida e com manutenção das espécies nativas.
"A EBX iniciou um novo estudo que será apresentado ao INEA até o final de março que vai englobar toda a infraestrutura necessária para a instalação do Distrito Industrial, assim como a sinergia entre os impactos".

Blog: Como o grupo explica a falta de sinergia nos projetos do grupo que foram chegando ao conhecimento da população de forma avulsa e estanque? O que será ou está sendo feito para superar esta situação?

Grupo EBX: Em 2008, o Grupo EBX realizou, de acordo com o cenário da época, uma primeira avaliação ambiental estratégica no território. Recentemente, ao analisar as possibilidades de instalação de outros tipos de indústrias e empreendimentos, a EBX iniciou um novo estudo que será apresentado ao INEA até o final de março. O estudo de impacto ambiental vai englobar toda a infraestrutura necessária para a instalação do Distrito Industrial, assim como a sinergia entre os impactos.

Blog: Você tem dito por diversas vezes que os investidores capitaneados pelo grupo EBX, já têm incorporado no seu DNA, a concepção de que cerca de 15% dos investimentos devem ser reservados para a questão ambiental e social. Se o investimento for de US$ 5 bi, os 15% alcançariam a quantia de US$ 750 milhões, se for de US$ 30 bi, 15% daria US$ 4,5 bi. Como isto se dará na prática? Como serão feitas as escolhas, sem considerar as exigências já constantes da mitigação e compensação ambientais e sociais definidas e determinadas no processo de licenciamento?

Grupo EBX: Todos os empreendimentos do Grupo EBX possuem em seu modelo econômico uma série de investimentos socioambientais que independem das obrigações legais. Estamos implementando no Açu o conceito de Gestão Integrada do Território – GIT – por que entendemos que uma empresa do século XXI não pode se preocupar apenas com o terreno onde será implantado o empreendimento, mas com todo o território ou região onde se localiza. Empresas do século XXI não podem ter os vetores ambiental e social apenas como metas a serem atingidas. É preciso que seja uma vocação, que esteja no DNA da corporação. É isso que trazemos no DNA do Grupo EBX.

Blog: O EIA/Rima do Estaleiro da OSX traça dois cenários de crescimento populacional. Um prevê em 2015 uma população em SJB de 732 mil habitantes e em Campos 1,1 milhão de habitantes. O outro estima uma população de 299 mil habitantes em SJB e de 751 mil habitantes em Campos. Com qual delas o grupo efetivamente trabalha? Com explica as contradições dos números na sua relação com a PEA (População Economicamente Ativa).

Grupo EBX: O EIA/RIMA da Unidade de Construção Naval da OSX considera dois cenários para diversos aspectos, o de operação plena do Complexo Industrial do Superporto do Açu (longo prazo) em 2025, e o de evolução da construção e operação do Complexo Industrial do Superporto do Açu (curto/médio prazo), isso explica a diferença entre os números expostos. Os dois cenários devem ser considerados como possíveis, levando em conta que estes são cenários estabelecidos em função do desenvolvimento das fases de implantação e operação do Complexo Industrial do Superporto do Açu. Essa estimativa leva em conta também a migração de mão-de-obra não qualificada atraída pela possibilidade de obtenção de emprego, daí a contradição dos números em relação à PEA.

Blog: Nas audiências públicas do estaleiro da OSX você, representando o grupo EBX, citou a questão do alto número de homicídios em Campos (na faixa de 280 assassinatos por ano) maior, proporcionalmente, do que na região do Complexo do Alemão no Rio. Como julga que os empreendimentos do grupo podem melhorar este quadro, se pelas estimativas de emprego no EIA da OSX, a diferença entre o número da criação de novos empregos e a população em 2025 em Campos é possível identificar pela comparação com a PEA, uma desocupação ou desemprego, superior a 50 mil pessoas, número bem superior ao que existe hoje?

Grupo EBX: Todos os empreendimentos do Grupo EBX que serão implantados no município de São João da Barra incrementarão significativamente a arrecadação municipal da região. Com este aumento, espera-se que o poder público invista não só em segurança pública, reduzindo o índice de criminalidade da região, mas também invista em outros serviços, oferecendo serviços de qualidade à população da região.

Blog: O que pode dizer sobre a localização do condomínio “Cidade X”, seu processo de licenciamento e sua integração com a cidade de SJB?

Grupo EBX: O condomínio que o Grupo EBX pretende construir no município de São João da Barra está em fase de concepção do projeto. A medida vai refletir no aumento da arrecadação e do efeito renda, armas do poder público de combate aos baixos índices de qualidade de vida. O Grupo EBX será mais um parceiro que se somará na união de esforços entre poder público, sociedade local e ONGs em prol da gestão integrada do território, cujo objetivo é construir soluções sustentáveis para o desenvolvimento de todo o território onde o Complexo Industrial do Superporto do Açu será sediado.

Blog: Em reunião recente entre o governador Cabral, Eike Batista e a prefeita Carla Machado tratou-se da questão da área do Açu para a Codin, uma parte para o distrito industrial do município e ainda, uma estrada-parque ligando o CliPa ao balneário de Grussaí, por dentro da Reserva de Iquipari. O que está decidido sobre estas questões e ainda sobre as áreas a serem desapropriadas?

Grupo EBX: O Distrito Industrial de São João da Barra foi criado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro visando o desenvolvimento econômico do estado e deste município. Desta forma, foi identificado que algumas áreas nesta região passariam por processo de desapropriação. Este processo está em andamento sob responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado do Rio de Janeiro (CODIN). Quanto à “estrada-parque”, ainda não há definição sobre sua criação.
"A modalidade em que será implantado o Corredor Logístico (aberto ou fechado), bem como se este será objeto de concessão com a instalação de praças de pedágio ainda serão discutidas oportunamente pelo Governo do Estado"

Blog: O Porto do Açu terá também como objetivo atuar como “hub-port” para distribuir, por navegação de cabotagem, cargas para outros portos brasileiros?

Grupo EBX: A LLX, foi criada com o propósito de prover o país com infraestrutura e competências logísticas, principalmente no setor portuário. Desta forma, seus projetos possuem localização estratégica e profundidade adequada aos maiores navios, utilizando a mais moderna tecnologia portuária. Isso resulta em operações eficientes e de baixo custo, inclusive, com diminuição de gargalo logístico nos portos do país.

Blog: Como vê o gargalo da incapacidade da BR-101 e as dificuldades com a ligação ferroviária para a montagem da modal com o corredor logístico? Este corredor seria para uso de toda a população ou apenas do grupo? Haverá pedágios?

Grupo EBX: O Corredor Logístico é um conceito utilizado para concentrar a infraestrutura de transporte e energia num único eixo, simplificando seu processo de instalação, operação e manutenção. A modalidade em que será implantado (aberto ou fechado), bem como se este será objeto de concessão com a instalação de praças de pedágio ainda serão discutidas oportunamente pelo Governo do Estado. Quanto à dificuldade com a ligação ferroviária, este assunto é discutido atualmente com a proprietária do ramal de interligação com o Corredor Logístico.
"Cláusula de confidencialidade em alguns contratos que não permitem a divulgação dos nomes da empresa em negociação".

Blog: Os projetos da OGX e da UTP (Unidade de Tratamento de Petróleo) podem gerar acordos e negócios com a Petrobrás? A visita de Paulo Roberto Costa, diretor de Abastecimento da Petrobras, às obras do CliPa teria esta expectativa?

Grupo EBX: A LLX possui cerca de 70 memorandos de entendimentos com empresas que querem se instalar ou movimentar cargas no Superporto do Açu. São empresas de diversos setores: petróleo, automobilístico, tecnológico, entre outros. No entanto, há uma cláusula de confidencialidade em alguns contratos que não permitem a divulgação dos nomes da empresa em negociação.

Blog: Há ainda, aqui na região e também fora, grandes desconfianças sobre o grupo empresarial e seus investimentos no Açu. Muitos falam sobre o forte marketing do grupo que fariam suas ações subirem para a venda, saindo depois dos projetos. Nesta linha, diz-se que ao final, o grupo teria interesse mesmo, só na área de petróleo. Como responde a isto?

Grupo EBX: O Grupo EBX desenvolve seus negócios de forma bastante transparente. Atualmente investimos nos setores de Mineração (MMX), Logística (LLX), Construção Naval (OSX), Energia (MPX) e Petróleo e Gás (OGX). Em operação, o grupo possui um empreendimento de mineração e em 2011 duas termelétricas iniciam suas atividades.

Blog: O grupo EBX desde IIIª Conferência Local de Controle Social realizada, em dezembro, na Uenf, sobre o Complexo do Açu, impactos e oportunidades, passou a falar em Gestão Integrada do Território (GIT) e numa interlocução mais direta com a sociedade, instituições de ensino, a Rede Blog (objeto inclusive de um convite para visita especial ao porto). A razão disto seria a observação que a relação exclusiva com as gestões públicas locais é insuficiente? O grupo também observa a pouca, ou nenhuma integração, entre as prefeituras da região?

Grupo EBX: O Grupo EBX, tendo em vista o grande investimento em andamento na região, se sente responsável por comunicar-se diretamente com a sociedade de modo geral. Os projetos são de grande visibilidade, desta forma, é fundamental a inclusão da sociedade representada por seus diversos setores na discussão sobre aspectos inerentes aos processos de licenciamento, implantação e operação destes empreendimentos e suas responsabilidades socioambientais.

Blog: O grupo EBX vai efetivamente participar da viabilização do projeto de um hospital-escola na localidade do Cajueiro, no município de São João da Barra?

Grupo EBX: O Grupo EBX avalia todas as possibilidades de investimentos e parcerias nas regiões em que atua.

Blog: Como o grupo EBX vê a possível redução drástica do volume dos royalties para a região e o conseqüente aumento das demandas para as compensações sociais e de infraestrutura sobre o grupo EBX?

Grupo EBX: As compensações sociais e ambientais já implantadas e as que são previstas para serem implementadas pelo Grupo EBX são, em sua grande parte, estruturantes para a região. A demanda por compensações existe e é incorporada aos projetos conforme seu desenvolvimento.

Blog: Como vê a capacidade das instituições de ensino da região em dar conta das demandas de formação/qualificação e pesquisas para os projetos que o grupo desenvolve na região?

Grupo EBX: As instituições de ensino da região já desenvolvem diálogo aberto com o Grupo EBX com a finalidade de compreender a demanda de cursos de formação/qualificação de profissionais para atender à demanda na região. Hoje, a empresa desenvolve parceria com diversas instituições, entre elas, Sesi, Senai, IFF, Uenf, Isecensa e outras universidades.

Blog: Empreendimentos de grande porte trazem ônus e bônus em qualquer lugar. Será que este do Açu poderá ser diferente dos demais com ônus e bônus sendo repartidos entre a população e o investidores? Nesta linha, você acha que Eike e os demais investidores morariam na Cidade X?

Grupo EBX: Atualmente o Grupo EBX realiza investimentos sociais e ambientais como, por exemplo, investimentos sociais na pesca, programas de qualificação profissional e criação da Casa do Diálogo em São João da Barra para receber as sugestões e críticas da população.
"O Grupo recebeu um voto de confiança da população por conta de seus investimentos estruturantes e de suas grandes possibilidades."

Blog: Todas as cidades ou regiões têm defeitos e virtudes. Após a convivência de mais de três anos em nossa região, na visão do grupo EBX, quais seriam nossos maiores defeitos e virtudes? O que mais surpreendeu o grupo?

Grupo EBX: O Grupo recebeu um voto de confiança da população por conta de seus investimentos estruturantes e de suas grandes possibilidades. Procuramos responder a esta confiança com seriedade, parceria e responsabilidade socioambiental.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

MTE: Boletim do Observatório do Mercado de Trabalho



BOLETIM DO OBSERVATÓRIO DO MERCADO DE TRABALHO
Resumo dos Principais Indicadores do Mercado de Trabalho
Nº. 10
Dados CAGED – Dezembro de 2010
Nova Meta para 2010 2.500.000
Empregos gerados no 1º Semestre 1.473.320 (+4,46%)
Empregos gerados em julho 181.796 (+0,53%)
Empregos gerados em agosto 299.415 (0,86%)
Empregos gerados em Setembro 246.875 (0,71%)
Empregos gerados em Outubro 204.804 (0,58%)
Empregos gerados em Novembro 138.247 (0,39%)
Empregos gerados em Dezembro 407.510 (-1,15%)
Acumulado do ano 2.524.678
Empregos gerados: 2003 a Dezembro de 2010 15.048.311
EMPREGO FORMAL - Dezembro
ADMITIDOS 1.230.563
DESLIGADOS 1.638.073
SALDO -407.510
DESTAQUES SETORIAIS DAS ADMISSÕES OCORRIDAS
Serviços Comércio: 483.006
Indústria de
Transformação: 360.666
Construção Civil: 190.520
• Das admissões ocorridas em dezembro, os setores que mais se destacaram foram os de Serviços (39,3%),
Comércio (29,3%), Indústria de Transformação (15,5%) e Construção Civil (10,7).
• Considerando o número de desligados, os únicos setores que elevaram o nível de emprego foram o Comércio
(+14.411 postos ou + 0,18%) e os Serviços Industriais de Utilidade Pública (+557 postos ou + 0,15%).
• A Indústria de Transformação (-152.978 postos ou -1,90%) foi o setor que registrou a maior perda de postos
de trabalho.
DESTAQUES REGIONAIS DAS ADMISSÕES OCORRIDAS
Sudeste: 669.361
Sul: 242.201
Nordeste: 172.540
• As regiões que mais admitiram em dezembro foram o Sudeste, o Sul e o Nordeste, com respectivamente, 54,3%,
19, 6% e 14%.
• De janeiro a dezembro de 2010 todas as cinco regiões geográficas do Brasil obtiveram expansão do emprego,
com as 27 Unidades da Federação apresentando desempenho positivo.
DESTAQUES ESTADUAIS DAS ADMISSÕES OCORRIDAS
São Paulo Minas Gerais Rio de Janeiro Rio Grande do Sul
378.586 143.349 119.927 93.634
• Das admissões ocorridas em dezembro, o estado que mais contratou foi São Paulo, com 378.586
empregos, o que corresponde a 30,7% dos admitidos.
• Em 2010, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro foram os estados que mais geraram vagas de
emprego formal, respectivamente 726.449, 296.230 e 217.805 postos de trabalho.
• Considerando o saldo de empregos em dezembro nos estados, a queda do emprego foi mais
acentuada em SãoPaulo (-159.579 postos ou -1,38%) e MinasGerais (-50.797 postos ou -1,33%).
Em dezembro, como ocorre tradicionalmente em todos os anos devido à sazonalidade negativa - tais como a entre safra agrícola,
o término do ciclo escolar, o fim do consumo exacerbado do final de ano, dentre outros -, o nível de emprego apresentou uma
redução de 1,15%.
2,5 milhões de trabalhadores conquistaram novos postos de trabalho com carteira assinada no
Brasil em 2010. Em 8 anos foram criados 15 milhões de novos empregos!
NÚMERO DE ADMITIDOS POR GÊNERO
Masculino Feminino Total
751.502 479.061 1.230.563
SALÁRIO MÉDIO REAL DE ADMISSÃO POR GÊNERO (JAN – NOV DE 2010)
R$ 871,47 R$ 759,95 R$ 832,43
• Dos admitidos em dezembro, 61% foram do sexo masculino e 39% do feminino.
• Considerando o saldo negativo de emprego por sexo, 71,97% (-293.299) foram de
trabalhadores de sexo masculino, e 28,3% (-114.211) do sexo feminino.
NÚMERO DE ADMITIDOS POR FAIXA ETÁRIA
Ate 17 anos 43.809 3,56%
18 a 24 anos 433.693 35,24%
25 a 29 anos 252.452 20,51%
30 a 39 anos 297.659 24,18%
40 a 49 anos 142.566 11,58%
50 ou mais 60.384 4.9%
TOTAL 1.230.563 100%
• Das admissões ocorridas em dezembro, 35% das vagas foram preenchidas por trabalhadores
na faixa etária de 18 a 24 anos. Os trabalhadores com 50 anos ou mais foram os que menos
preencheram postos de trabalho em dezembro (4,9%).
DADOS PME3 – DEZEMBRO 2010
TAXA ESTIMATIVAS
Atividade 57,2 %
Desocupação 5,3 %
Nível da Ocupação 54%
POSIÇÃO NA OCUPAÇÃO
Empregado Com Carteira Setor Privado 47,0 %
Empregado Sem Carteira Setor Privado 11,7 %
Militar ou Funcionário Público Estatutário 7,7 %
Conta Própria 18,1 %
Empregador 4,5 %
RENDIMENTO MÉDIO REAL (R$)
Empregado Com Carteira Setor Privado 1.404,70
Empregado Sem Carteira Setor Privado 1.072,00
Militar ou Funcionário Público Estatutário 2.703,20
Conta Própria 1.263,10
TOTAL 1.515,10
INDICADORES PNAD 2008/2009
2008 2009 2008 2009
PIA (1000 pessoas) 160.600 162. 807 Taxa de Desocupação 7,1% 8,3 %
PEA (1000 pessoas) 99.500 101. 110 Taxa de Atividade 62,0% 62,1 %
Ocupados 92.395 92. 689 Nível de Ocupação 57,5% 56,9 %
Desocupados 7.106 8. 421 Rend Médio Mensal4 R$1.036,00 R$ 1.111,00

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Corredor Logístico do Açu em discussão

Aspectos do Corredor Logístico do Porto do Açu: como discutir os impactos?

Atendendo ao convite da Câmara Municipal de São João da Barra, representantes do Governo do Estado do Rio de Janeiro apresentaram, em linhas gerais, o projeto do corredor logístico que será responsável pelo fluxo de produtos e matérias primas para o Porto do Açu e partindo deste para diversas regiões do Brasil. Sem dúvidas, um grande projeto de infra-estrutura logística que integra os modais rodoviário, ferroviário e marítimo, além da construção de linhas de transmissão, no contexto do espaço territorial dos municípios de São João da Barra e Campos dos Goytacazes.

Pela ótica da engenharia, pode-se observar um grande esforço técnico norteando o projeto. Entretanto, a busca de bons termos em situação dessa natureza, exige a conjugação de outros elementos de cunho multidisciplinar. A pouca ênfase nessa visão aflora algumas contradições que merecem uma discussão mais aprofundada.

A primeira diz respeito a desconsideração das condições sócio-culturais do ambiente de operação. O conjunto de investimentos destinado para o município é muito importante, já que vai garantir a formação de riqueza e, fundamentalmente, um forte processo de crescimento econômico. Entretanto, tratar a distribuição da riqueza é essencial para inibir os malefícios do crescimento concentrado. A audiência focou o projeto especificamente nos aspectos de engenharia e descuidou da discussão sobre a inserção dos produtores rurais no mesmo processo.

Outro equívoco que se relaciona com o primeiro, é a forma de condução de problema tão complexo, envolvendo a construção do corredor logístico e o processo de desapropriação dos produtores rurais envolvidos. Dado a natureza do problema, a visão precisa ter uma dimensão sistêmica, integrando as secretarias estaduais de agricultura, desenvolvimento econômico, transporte, meio ambiente e outras relacionadas, além do empreendedor. A visão por uma via única repete as velhas falhas do sistema de acumulação capitalista de concentração de riqueza.

Um terceiro equivoco pode ser verificado na composição do comitê para discussão dos impactos socioeconômicos em decorrência do projeto. As cadeiras pertencem aos políticos dos Governos do Estado e do Município, decisão que deixa de fora a sociedade civil e seu conhecimento técnico. Historicamente este modelo não tem ajudado na solução de problemas importantes para a sociedade.

Nesta audiência, ficou patente a ausência de conhecimento no uso de terminologias importantes como: distrito industrial, desenvolvimento econômico, agricultura familiar, pertencimento territorial e organização da produção agrícola. O Legislativo, disposto a intervir nesse processo, precisa exigir a participação efetiva do conhecimento técnico local na busca de soluções para problemas que poderão afetar, profundamente, as bases desta sociedade.

Postado por Alcimar das Chagas Ribeiro http://economianortefluminense.blogspot.com/

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

IBGE confirma relação direta entre qualificação e emprego

Pesquisa do IBGE confirma relação direta entre qualificação e emprego

Em matéria que deve estar na edição impressa, desta sexta-feira, o Globo Online acaba de divulgar pesquisa do IBGE que mostra que a formação universitária e a qualificação profissional de outros níveis, aumentou em muito, a empregabilidade no Brasil:"Emprego: taxa de desocupação é de apenas 3,1% para quem tem faculdade, diz IBGE""O diploma da faculdade já garante a milhares de brasileiros o pleno emprego. Levantamento exclusivo do IBGE, nas seis principais regiões metropolitanas do país, mostra que a taxa de desemprego da população que tem nível superior atingiu em 2010 seu menor nível em oito anos: 3,1% - quase a metade da média nacional (6,7%). Segundo especialistas, é o mesmo que dizer que praticamente não falta trabalho - ainda que, muitas vezes, fora da área da formação - para quem passou pelos bancos universitários. O aumento da qualificação fora da universidade também chama a atenção. Segundo o IBGE, o país encerrou 2010 com 7,6 milhões de pessoas, 34,1% do total de trabalhadores nessas seis regiões metropolitanas, com algum curso de qualificação concluído ou em andamento. É mais que o dobro dos 3,7 milhões de trabalhadores nessa condição em dezembro de 2002.
Se desejar ler a matéria na íntegra clique aqui.

Postado por Roberto Moraes http://robertomoraes.blogspot.com/

sábado, 5 de fevereiro de 2011

IPEA: Investimento em educação multiplica PIB



Em seu Comunicado nº 75, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revela a importância que os gastos sociais adquiriram no Brasil para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a redução das desigualdades. Segundo o estudo, que usou como base dados de 2006, cada R$ 1 gasto com educação pública gera R$ 1,85 para o PIB, e o mesmo valor investido na saúde gera R$ 1,70. Foram considerados os gastos públicos assumidos pela União, pelos estados e municípios.Os chamados gastos sociais fizeram o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro crescer 7% entre os anos de 2004 e 2008, segundo o estudo "Gasto com a Política Social: Alavanca para o Crescimento com Distribuição de Renda" produzido pelo Ipea e divulgado quinta-feira. Durante o período, o PIB do País teve avanço real de 27%, segundo o instituto.


Ao comparar tipos diferentes de gasto social, o Comunicado concluiu que aquele destinado à educação é o que mais contribui para o crescimento do PIB, haja vista a quantidade de atores envolvidos nesse setor e os efeitos da educação sobre setores-chave da economia. “O gasto na educação não gera apenas conhecimento. Gera economia, já que ao pagar salário a professores aumenta-se o consumo, as vendas, os valores adicionados, salários, lucros, juros”, explicou o diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Jorge Abrahão.


Abrahão apresentou o estudo ao lado de Joana Mostafa, técnica de Planejamento e Pesquisa do Ipea. Por sua vez, quando se calcula o tipo de gasto social que tem o maior efeito multiplicador na renda das famílias, em primeiro lugar aparece o Programa Bolsa Família (PBF). Para cada R$ 1 incluído no programa, a renda das famílias se eleva 2,25%. “A título de comparação, o gasto de R$ 1 com juros sobre a dívida pública gerará apenas R$ 0,71 de PIB e 1,34% de acréscimo na renda das famílias”, acrescenta o Comunicado, intitulado Gastos com política social: alavanca para o crescimento com distribuição de renda.


O texto afirma ainda que 56% dos gastos sociais retornam ao Tesouro na forma de tributos. “O gasto social não é neutro. Ele propicia crescimento com distribuição de renda. Ele foi muito importante para o Brasil superar a crise de 2008. Esse gasto tem uma grande importância como alavanca do desenvolvimento econômico e, logicamente, do bem-estar social”, concluiu Abrahão.


quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Rendimento médio do trabalhador brasileiro é o maior desde 2003

O IBGE revelou que o rendimento do trabalhador atingiu em 2010 o seu maior patamar dos últimos sete anos. A cifra de R$ 1.490,61, a média calculada para o todo o ano passado, representa um ganho de 3,8% em relação a 2009 e de 19% desde 2003.
Desemprego em 2010 fica em 6,7%, menor taxa desde 2002
Desemprego no país fecha 2010 em 10,1%, segundo Seade/Dieese

Para Cimar Azeredo Pereira, gerente de pesquisa do instituto, a inflação maior no ano passado inibiu uma expansão maior da renda neste ano, já que era esperada por economistas uma recuperação maior após a crise.
"A inflação tem certamente um peso no progresso do rendimento mais tímido do que o esperado", disse ele.
Em 2010, a inflação estimada foi de 5,91% (maior alta desde 2004), conforme a leitura do IPCA, também calculado pelo IBGE. Desde 2003, a inflação acumulada foi de 44% (de dezembro a dezembro).
A massa de rendimento real dos trabalhadores ocupados atingiu a cifra de R$ 34,5 bilhões em dezembro, em um número 0,5% abaixo do resultado de novembro, mas é quase 10% superior À cifra registrada em dezembro de 2009.

DESOCUPADOS
A massa de trabalhadores desocupados foi calculada em 1,6 milhão, em média, para o ano de 2010. O número é 15% inferior à cifra registrada em 2009 e retoma uma tendência de queda registrada em 2008 e 2009. Em relação a 2003, quando foram estimados 2,6 milhões de desocupados, houve um decréscimo de 39% nos últimos sete anos. Em outros termos, 1 milhão de pessoas saíram da condição de desocupados.
Já a ocupação cresceu 2,9% em dezembro ante o mesmo mês de 2009 e totalizou 22,5 milhões de pessoas. Já o contingente de desempregados caiu 8% em relação a novembro e 21,4% na comparação com dezembro do ano anterior e fechou o ano passado em 1,3 milhão de pessoas.
Na média de 2010, a ocupação subiu 3,5%, contra uma queda de 15% do número de desempregados. O emprego com carteira aumentou 8,1% em dezembro ante o mesmo mês de 2009.
Com esse cenário, houve uma formalização do mercado de trabalho em 2010, que passou a contar com 46,3% de empregados formais no setor privado, ante 44,7% em 2009. Trata-se da maior proporção da série histórica do IBGE.
Já o rendimento teve queda de 0,7% em dezembro ante novembro e encerrou o ano a R$ 1.515,10. Na comparação com dezembro de 2009, houve crescimento de 5,9%. Em 2010, a média ficou em R$ 1.490,61, com alta de 3,8% ante 2009. Trata-se da maior cifra registrada desde 2002.

FORMALIZAÇÃO
Um dos principais destaques do mercado de trabalho em 2010 foi o crescimento da formalização, segundo o gerente da pesquisa do IBGE, Cimar Azeredo Pereira. De 2009 para 2010, o total de trabalhadores com carteira assinada subiu 7,2%. Entre 2003 e 2010, a expansão acumulada ficou em 38,7%.
Nesse intervalo de tempo, mais do que dobrou o número de trabalhadores com carteira em Recife e Belo Horizonte. Em São Paulo, houve expansão de 39,2%.Já o total de empregados por conta própria, informais em sua maioria, caiu de 20% em 2003 dos ocupados para 18,4% em 2010.
Para Azeredo Pereira, mesmo diante da crise, em 2009, o número de empregados com carteira continuou a crescer, apesar da freada na ocupação média (alta de apenas 0,7%, contra 3,5% em 2010).
Isso mostra que a formalização é um processo contínuo e está ligado à maior fiscalização do Ministério do Trabalho, à expansão da economia nos últimos anos e ao aumento da oferta de trabalho em setores mais formais.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/866721-rendimento-medio-do-trabalhador-e-o-maior-desde-2003.shtml

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Nova Classe Trabalhadora X Nova Classe Média




Algumas postagens abaixo figura um artigo do Prof. Marcelo Nery, membro do Centro de Pesquisa Social (FVG) e coordenador da pesquisa "A Nova Classe Média: o lado brilhante dos pobres" ( Veja a pesquisa ). Tal trabalho, baseado nos microdados do PNAD, e analisou "a evolução das classes econômicas brasileiras (A, B, D, E e C que batizamos em pesquisa anterior de nova classe média brasileira, retratadas num nível maior de desagregação (C1, C2, D1 etc). Estas classes são definidas por suas rendas (trabalho, aposentadoria, programas sociais etc), seus bens de consumo (carro, duráveis, moradia etc), uso e acesso a ativos de produção (educação, internet, carteira de trabalho etc). Estes atributos permitem analisar o grau de sustentabilidade das transformações em curso (isto é, até que ponto mudou mesmo?)".

Em contraposição frontal a essa abordagem e suas conclusões, especialmente ao conceito de "Nova Classe Média", erige-se a inovadora interpretação sociológica desenvolvida pelo Prof. Jessé Souza.


Confira a seguir a interessante entrevista concedida pelo Prof. Jessé ao Boletim UFMG (Dez/2010). De modo sintético temos a interpretação inovadora e crítica de Jessé Souza sobre o fenômeno social crucial do Governo Lula e seus desdobramentos:
O grupo de brasileiros que ascendeu socialmente nos últimos anos e ocupa novo patamar na pirâmide de classes ainda é uma incógnita. Há analistas que o classifica como a nova classe média brasileira, definição refutada pelo sociólogo e professor Jessé Souza, da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), e autor do livro Os batalhadores brasileiros: nova classe média ou nova classe média trabalhadora? Recém-lançada pela Editora UFMG, a obra é resultado de pesquisa encomendada pela Secretaria de Estudos Estratégicos do Governo Federal.
Como surgiu a ideia de trabalhar com esse grupo social?
A intenção inicial era fazer uma trilogia sobre as classes sociais no Brasil com ênfase nos fatores não econômicos, os únicos normalmente percebidos. Como já havíamos realizado o estudo sobre a “ralé”, a ideia de pesquisar o segmento imediatamente superior, oferecendo assim um quadro mais completo das classes populares no Brasil, foi um desenvolvimento natural. Agora queremos estudar as classes dominantes, média e alta, com os mesmos métodos.
Quais os critérios de categorização da classe média?
A classe média é, antes de tudo, aquela que se apropria do capital cultural como base de seu privilégio social. O capital cultural nas suas diversas formas é a base do funcionamento do mercado e do Estado sob a forma de conhecimento técnico e útil, principalmente. Dessa necessidade objetiva as classes médias retiram toda a sua importância. O capital econômico expressivo é, por sua vez, privilégio das classes altas. Em conjunto, as duas formam as classes dominantes e que têm interesse na reprodução eterna de seus privilégios.
Quem é classe média hoje no Brasil?
Na nossa pesquisa preferimos definir a classe em questão como sendo uma “nova classe trabalhadora” brasileira, chamada impropriamente de “nova classe média”. Isso porque ela parece se definir como uma classe social com baixa incorporação dos capitais impessoais mais importantes da sociedade moderna, capital econômico e capital cultural, o que explica seu não pertencimento a uma classe média verdadeira. Em contrapartida, desenvolve disposições para o comportamento que permitem a articulação da tríade disciplina-autocontrole-pensamento prospectivo. Essa tríade motivacional e disposicional conforma a “economia emocional” necessária para o trabalho produtivo e útil no mercado competitivo capitalista, aspecto que separa essa classe do destino dos excluídos brasileiros. Esse contexto é precisamente o nicho clássico das classes trabalhadoras que desenvolvem atividades úteis no mercado competitivo ainda que sob condições de trabalho intensivo e prolongado. Só que, nas condições modificadas do pós-fordismo que caracterizam o mundo do trabalho a partir dos anos 90, a classe trabalhadora também muda, porque ela se acredita “empresária de si mesmo” e com isso dispensa os gastos clássicos em controle e supervisão do trabalho, produzindo riqueza e excedente de lucro ainda maiores.
O que o senhor define como economia emocional?
É o nome que dou ao conjunto de disposições afetivamente incorporadas na socialização familiar que formam o indivíduo diferencialmente aparelhado para a competição social mais tarde. Algumas classes desenvolvem a capacidade de concentração para o estudo, por exemplo, enquanto outras já chegam, por exemplo, na escola, sem essa disposição afetivamente construída e incorporada pelo exemplo – afinal imitamos a quem amamos –, o que dificulta o aprendizado enormemente. Essa produção social do mérito individual é precisamente o segredo mais bem guardado de todas as sociedades modernas. Se prestássemos atenção a ela, não falaríamos de “mérito individual” esquecendo a produção social do mesmo, em condições de privilégio para alguns e de carência para outros. Assim, não culparíamos, como fazemos hoje, a vítima por carências que são de responsabilidade da sociedade que os abandona.
Qual é a importância dessa nova classe para a economia brasileira?
Foram esses brasileiros da “nova classe trabalhadora” que construíram os fundamentos do desenvolvimento econômico que vivenciamos hoje em dia. Para seu fortalecimento e continuidade não é importante apenas a conjuntura econômica, mas também políticas sensíveis e corajosas que possibilitem a incorporação de setores da “ralé” a ela. Temos que aprofundar o círculo virtuoso criado no Brasil pelas políticas assistenciais e de microcrédito. Para onde quer que essa nova classe de brasileiros batalhadores se incline, dessa inclinação dependerá também o desenvolvimento político e econômico brasileiro no futuro.
Esse fenômeno em curso hoje no Brasil já ocorreu de forma similar em outros países?
O novo regime de trabalho do capitalismo financeiro em nível mundial encontrou nela – assim como em frações de classe correspondentes em países emergentes como Índia e China – sua típica “classe-suporte”. Sem a socialização anterior de lutas operárias organizadas, disponíveis para aprender trabalhos de qualquer natureza e dispostas a se submeter a praticamente todo tipo de superexploração da mão de obra, essa nova classe social logrou ascender a novos patamares de consumo às custas de extraordinário esforço e sacrifício pessoal. Essa parece ser a “vantagem comparativa” real dos países emergentes.
(Boletim UFMG - 6/12/2010. Autora: Gabriela Garcia)

Erradicação da miséria, proposição ousada

Erradicação da miséria, proposição ousada
PAUL SINGER

Não sei de qualquer governo nacional que tenha se proposto a erradicar a miséria de seu país em quatro anos de mandato. Ainda assim, nossa presidente Dilma Rousseff apresenta essa meta como a fundamental do seu governo.Apesar de inédita, não lhe falta credibilidade, dado que o seu antecessor alcançou redução surpreendente da miséria em seus dois mandatos. Seja como for, a erradicação da miséria exigirá tal empenho da sociedade e do governo que só uma mobilização total de suas melhores forças a tornará realidade.
Miséria é pobreza tão extrema que suas vítimas frequentemente não sabem quando e nem de onde virá sua próxima refeição; moram ao relento, pois não têm trabalho e nem renda regular.Vivem sujeitos ao acaso, como diz o povo, "ao Deus dará". Erradicar a miséria só pode significar transformar a vida dessas pessoas.Não bastará lhes dar dinheiro para que possam adquirir ao menos o essencial à sobrevivência. Para que possam mudar de vida, será preciso que se convençam de que são capazes de se unir e juntos alcançar pelo trabalho padrões normais de vida.A maioria dos muito pobres vive em comunidades situadas em bolsões de pobreza, e sua sobrevivência se deve em boa medida porque se ajudam mutuamente.Esse é um instinto humano, que pode ser observado em ação em qualquer situação catastrófica: enchentes, terremotos ou incêndios.A vida dos miseráveis é desastrosa: quase sempre correm perigo de perecer, do qual são salvos, às vezes, por uma mão amiga, que não raramente é a de outro miserável que o necessitado de hoje pode ter ajudado antes. Deixar a miséria pode representar, para a pessoa, abandonar uma normalidade cruel, mas à qual se acostumou, e se separar de companheiros de sina com os quais se sente protegido.Para ele, a questão crucial pode ser: que alternativa de vida os que querem erradicar a miséria lhe oferecem? Possivelmente muitos dos que agora são miseráveis nem sempre o foram, mas por diversas circunstâncias perderam tudo.Os que em consequência enlouqueceram ou ficaram dependentes de álcool ou drogas talvez não queiram voltar à vida que já tiveram, porque a perda dela lhes foi demasiado traumática.Erradicar a miséria, do ponto de vista de seus beneficiários, é mudar profundamente suas vidas.Para que aconteça, é indispensável que os seus beneficiários também sejam seus sujeitos, e não meros objetos; que eles possam optar por projetos que lhes exigirão empenho para conquistar um padrão normal de vida não apenas para si, mas possivelmente para uma família e uma prole.Para tanto, será preciso que participem da elaboração dos novos projetos de vida e que recebam os recursos essenciais para realizá-lo.Nos últimos sete anos, nós da Secretaria Nacional de Economia Solidária participamos diretamente de programas que permitiram ao governo Lula erradicar parte da miséria brasileira: o Fome Zero, a transformação de moradores de rua em recicladores de lixo organizados em cooperativas, de egressos de manicômios e penitenciárias em membros de cooperativas sociais, de trabalhadores sem terra em camponeses assentados, além de muitas outras comunidades socialmente excluídas.Aprendemos que erradicar a pobreza é possível e, se assim o é, se torna eticamente necessário. E que serão os pobres que se redimirão, é claro que com o auxílio dos poderes públicos e dos movimentos sociais.

PAUL SINGER, 78, é secretário nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego. Foi secretário municipal do Planejamento de São Paulo (gestão Luiza Erundina).

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O coletivo de brasileiro



A VIDA DE CADA brasileiro vai melhor que a do coletivo de brasileiros. Essa é a impressão tirada do Gallup World Poll. Na pergunta subjetiva sobre a expectativa da satisfação de cada pessoa em cinco anos, numa escala de 0 a 10 a média brasileira é 8,78, a maior de 132 países.
Já a pergunta que se refere à nota do país no mesmo período e na mesma escala, a nota cai dois pontos. Somos o nono país do mundo com maior diferença de notas individuais e coletivas.
A felicidade geral da nação é menor que a soma da felicidade de cada um. Como o brasileiro pode dar uma nota tão alta para sua vida e dar uma nota tão baixa para a vida de todos brasileiros? Eis a questão.
A dissonância entre as percepções de cada brasileiro sobre sua vida e sobre a vida de todos os brasileiros é uma marca tupiniquim, a nossa jabuticabeira.
Talvez fruto dela, os grandes problemas brasileiros são de natureza coletiva, e não individuais. Não que os últimos não sejam aqui relevantes, pois em todas as partes sempre o são. Porém a nossa dificuldade diferenciada enquanto nação está mais na relação entre pessoas.
Isto é, o problema do Brasil é mais do Brasil do que de cada brasileiro. Como um enunciado alternativo da lei de Gerson: "O brasileiro quer tirar vantagem em tudo". Por problemas coletivos entendemos desigualdade, inflação, informalidade, violência, ditadura, entre outros. Mas por que chamá-los de problemas coletivos? Por exemplo, desigualdade, ao contrário da pobreza, é um conceito relacional que não existe no indivíduo tomado isoladamente.
Não podemos dizer que uma pessoa é desigual, mas dizemos que uma pessoa é, ou não é, pobre. O Brasil não é um país pobre, mas temos muitos pobres, pois somos desiguais -onde muitos têm pouco enquanto poucos muito têm.
A pobreza brasileira resulta da alta desigualdade brasileira, e não da baixa renda média brasileira. Ou seja, deriva de um problema inerente ao coletivo de brasileiro.
Similarmente, a violência é de natureza relacional, um contra todos e de todos contra um. Isso se aplica tanto na agressão dos assaltos, dos homicídios, como na violência do trânsito. Mais uma vez, refletem problemas de relacionamento.
A informalidade é outro problema de relacionamento de pessoas físicas e jurídicas em relação ao Estado. A falta de instituições e de práticas democráticas é outra dimensão mais óbvia dessa dificuldade de funcionamento em coletividade.
Finalmente, a inflação tem um destaque maior: apesar de termos feito a estabilização há 15 anos, o Brasil no período 1970 a 2008 ainda é o segundo país do mundo em inflação acumulada, só perde- mos do Congo. O fenômeno da inflação guarda sempre conflitos distributivos.
As externalidades negativas emanadas do oportunismo individualista faz com que o todo seja menor que a soma das partes.
Objeto de vários clássicos brasileiros como os de Sérgio Buarque de Holanda e de Roberto da Matta, a novidade é que pudemos, através da melhora de relacionamentos, dar verdadeiros saltos enquanto sociedade. Senão, vejamos:
As décadas de 60 e 70 foram tanto do crescimento como da ditadura iniciada em 1964. Após o choque do petróleo e a vitória eleitoral da oposição em 1974 começou a distensão política.
O processo culmina nos anos 80, a década da redemocratização, cujo ápice foi o Diretas Já de 1984. A década de 90 foi a da estabilização, após o Plano Real. Já a década recém-encerrada foi a da queda da desigualdade de renda.
Coincidentemente os pontos de transição de cada década foram em anos terminados em "4", Golpe de 1964, a distensão política iniciada em 1974, Diretas Já de 1984, o Plano Real de 1994 e a queda da desigualdade com formalização desde 2004 (que continuam).
Além de consolidar essas conquistas coletivas, qual a nova busca para 2014? Para além da Copa do Mundo de futebol, o nosso derradeiro evento coletivo? Redução das assimetrias da qualidade de educação? Choque na criminalidade? Ou todas alternativas acima?
MARCELO NERI, 47, é economista-chefe do Centro de Políticas Sociais e professor da EPGE, na Fundação Getulio Vargas.
Internet: www.fgv.br/cpsmcneri@fgv.br

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Estimativas sobre os impactos do Complexo do Açu na demografia e no emprego numa avaliação de "curto prazo".


Números menos otimistas de aumento de emprego e população com o Complexo do Açu

O blog publicou ontem, aqui, as estimativas de incremento de emprego e de população, em Campos e SJB, para o período de 2008 e 2025, previstos no capítulo 8, do EIA (Estudo de Impacto Ambiental) do emprendimento do estaleiro da OSX.O estudo também prevê um cenário de crescimento menor, que é chamado de “Curto Prazo”, embora o período de análise seja também de 2008 a 2025, como pode ser visto nas duas tabelas abaixo.Por estas estimativas, que parecem menos exageradas, o incremento de empregos previstos para Campos e São João da Barra, com a implantação do Complexo do Açu, no período de 2008 a 2025 caem de 253 mil empregos, para 99 mil novos empregos. No caso do crescimento da população, ao invés da projeção de mais 1,3 milhão de novos habitantes, a estimativa, chamada de “curto prazo” prevê mais 486 mil novos habitantes, sendo 221 mil a mais para Campos dos Goytacazes e 265 mil habitantes para o município de São João da Barra.

Esta estimativa de crescimento é para o ano de 2025 que somados à população à população pela tendência de crescimento atual daria uma população total, no ano de 2025, de 751 mil moradores, em Campos e 299 mil habitantes, em São João da Barra. Esta expectativa é cerca de 80% menor do que ao cenário pleno (publicada aqui ontem) que previa uma população residente em Campos mais SJB de 1,8 milhão de habitantes.

Ainda assim, estas estimativas são muito significativas num prazo de apenas 15 anos, se considerarmos, por exemplo, que Macaé, como sede da Bacia de Campos, e base da cadeia produtiva de explração de petróleo e gás, levou, o dobro deste tempo, 30 anos (1974 a 2004) para sair de 20 mil para 130 mil habitantes.

O blog já comentou aqui, neste espaço, as consequências do aumento de população no que diz respeito à demanda de educação, saúde, habitação, saneamento (água e esgoto), segurança, transporte público, etc. Logo, a identificação deste cenário, considerado "de curto prazo" mostram as tarefas que o poder público, municípios e estados, além dos empreendodres terão pela frente para não transformar a região num verdadeiro caos.

Outra observação a ser feita é que se os empregos crescem, em número redondos em 100 mil novas vagas e a população residente cresce em 500 mil habitantes, considerando, uma PEA (População Economicamente Ativa) de 30% da população total, os dois municípios terão somados daqui a uma década e meia (em 2025) um déficit de 50 mil empregos, ou seja, teremos importado 50 mil desempregados.

Estranho, não? O desenvolvimento econômico acontece, o PIB sobe, as vagas de emprego crescem, mas o aumento da população decorrente do fluxo migratório gerará tantos empregos quanto desempregados. Desempregados precisam de políticas públicas, programas de transferência de renda (bolsa família e outros), programas habitacionais, saúde, boas escolas, etc. Quanto mais gente, mais despesas de custeio, além dos investimentos para o crescimento dos equipamentos públicos paradar conta deste crescimento populacional.

Só um esforço regional, intermunicipal, com articulação com o governo do estado, com a participação dos empreendedores , numa ação que até pode ser chamada de "Gestão Integrada do Território", ou o nome que o valha, poderá minimizar as consequências deste crescimento gerado pela implantação do Complexo do Açu.

Imaginem todas estas demandas sem os royalties, ou mesmo, com redução de suas parcelas. Assim, quem mais deve defender os royalties, daqui por diante, deverá ser o grupo EBX.

Fonte: http://robertomoraes.blogspot.com/