Observatório Socioeconômico do Noroeste Fluminense

quinta-feira, 22 de abril de 2010

OIT: as políticas públicas que salvaram o mundo da crise.

OIT diz que medidas de resposta à crise salvaram 21 milhões de empregos nos países do G20, mas que o mercado de trabalho continua fraco

GENEBRA (Notícias da OIT) - As políticas econômicas adotadas pelos governos do G20 para responder à crise salvaram ou criaram quase 21 milhões de empregos em 2009 e 2010, de acordo com um estudo realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) para a reunião de Ministros do Trabalho e Usando o G20 que será realizada em Washington em 20 e 21 de Abril.
O relatório da OIT, intitulado "Acelerar a recuperação de postos de trabalho nos países ricos do G20: lições de experiência", teve contribuições importantes da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Será apresentado por Juan Somavia, Diretor-Geral da OIT, durante a reunião do G20 na terça-feira. "Este encontro, promovido pelo presidente Obama na Cúpula de Pittsburgh, destaca importância que os líderes do G20 têm atribuído ao emprego de alta qualidade como eixo de recuperação", disse Juan Somavia. "Olhando adiante, precisamos de um quadro de trabalho orientado para um crescimento que seja forte, sustentável e equilibrado." O estudo da OIT assinala que a desaceleração no mercado de trabalho que se acumulou desde 2008 manteve-se elevada no primeiro trimestre de 2010, embora a economia tenha começado a recuperar-se. Outros fatores são o emprego informal e a pobreza em alguns países em desenvolvimento e economias emergentes, e um crescimento geralmente débil dos salários reais em todos os países. O relatório também assinala que o ritmo pelo qual as mulheres e homens que buscam mais e melhores trabalhados encontrarão um emprego produtivo dependerá da solidez da recuperação, tanto em termos de produção como de emprego, o que, por sua vez, dependerá do conjunto de políticas que os países adotem de maneira individual ou coletiva.
Em conclusão, o relatório assinala que o cancelamento da medidas de estímulo lançado em 2009 não deve ocorrer prematuramente, embora reconheça a necessidade de atingir o nível de consolidação fiscal. Em muitos países, o crescimento continua frágill e a demanda do setor privado, fraca. As medidas de apoio ao emprego e proteção social devem ser mantidas até o impulso o crescimento do emprego ganhar maior abrangência. Outros aspectos destacados no relatório: a) medidas discricionárias de estímulo fiscal podem ter criado ou salvo 8 milhões de empregos em 2009 e 6,7 milhões em 2010. b) os estabilizadores automáticos, como subsídios de desemprego ou impostos, podem ter salva ou criado 6,2 milhões de empregos nos países do G20 em 2009. c) Portanto, cerca de 21 milhões de empregos foram criados ou salvos, equivalente a 1 por cento do emprego total no grupo G20. d) Em 15 dos países do G20 para os quais existem dados, foram perdidos mais de 6 milhões de empregos na indústria de transformação, de 2.8 milhões na construção e 2,3 no comércio nos dois anos anteriores ao terceiro trimestre de 2009. Durante o mesmo período, houve um aumento do desemprego nas seguintes áreas: serviços públicos, educação, administração pública e da saúde. e) A perda de postos de trabalho tem sido mais pronunciada entre os homens do que entre as mulheres na maioria dos países. e f) Nos dois anos anteriores à segunda metade de 2009, a taxa de desemprego dos jovens aumentou em 12 dos 14 países do G20 para os quais existem dados. A resposta política dos países do G20 à crise global tem sido rápida, decisiva e de grande escala, de acordo com o relatório da OIT. O relatório assinala que desde o final de 2008, as medidas de política monetária destinadas a estabilizar as economias enfraquecidas foram seguidas por medidas fiscais para sustentar o emprego, gerar novas atividades e proteger os trabalhadores e seus familiares. O relatório mostra que os países continuam a se adaptar e introduzir medidas para superar a crise, enquanto tentam equilibrar a pressão para reduzir o déficit orçamentário com a necessidade de não revogar os estímulos fiscais muito rapidamente. O relatório leva em conta os diferentes contextos nacionais, examina uma série de medidas em resposta à crise e destaca algumas lições sobre como estimular a procura de trabalho, aumentar a proteção social e promover o emprego e a qualificação profissional. A partir destas lições, o relatório da OIT aponta seis desafios políticos para conseguir uma recuperação sustentável no mercado de trabalho: -Impedir a retirada prematura dos incentivos especiais, embora reconheça a necessidade de uma consolidação fiscal. -Apoiar a recuperação e definir um modelo de globalização inclusiva através de melhores ligações entre o emprego, proteção social e políticas macroeconômicas, e construir um crescimento equilibrado da economia mundial com base no crescimento das economias nacionais. -Reconhecer a relação entre políticas de emprego e proteção social, e analisar os benefícios da implementação de uma abordagem global em que as iniciativas estejam estruturadas para tirar partido das sinergias potenciais. -Consolidar, de maneira gradual, um piso básico de proteção social em todos os países para apoiar um desenvolvimento econômico e social mais equilibrado. -Aproveitar ao máximo as possibilidades que os empregos verdes e as tecnologias de energia limpa podem gerar para proporcionar emprego sustentável e benefícios ambientais. e -Manter a coordenação da política internacional.

19.04.2010

Nenhum comentário:

Postar um comentário