Observatório Socioeconômico do Noroeste Fluminense

sábado, 10 de abril de 2010

Qual é o Papel do Governo no Desenvolvimento Regional?

Do importante blog do economista e professor da UENF Alcimar das Chagas Ribeiro http://economianortefluminense.blogspot.com/ trazemos o debate sobre:

Qual é o Papel do Governo no Presente Processo de Transformação da Região Norte Fluminense?
É inegável que o radar do país e de uma parte do mundo está dirigido para a Região Norte Fluminense. É fácil entender tal alternativa, já que 85% do petróleo se desenvolve por aqui e o País é uma referência em tecnologia de exploração e produção de petróleo em águas profundas, o que possibilitou a descoberta de petróleo na camada pré sal. Complementarmente, a construção de um sofisticado complexo portuário no Açu em São João da Barra, cujo investimento já passa de R$ 1 bilhão, indica a forte transformação que já se iniciou. O interesse da China, uma das maiores potencias econômicas do mundo, no minério de ferro e, naturalmente, no complexo logístico em construção, mostra bem o novo momento econômico da região.Entretanto, esses indicativos devem se constituir em elementos fundamentais de reflexão, especialmente, para os governantes. É preciso responder a pergunta: Qual é o papel do governo numa conjuntura onde consistentes investimentos exógenos perturbam o ambiente socioeconômico, gerando ameaças e oportunidades? É inegável que esses ambientes não possuem as condições ideais de inserção. Nesse caso, a formulação de políticas públicas para facilitar os processos de adaptação é essencial e deve se sobrepor às questões de política partidária. As presentes ações públicas, observadas em decorrência da transformação indicada, parece seguir outras orientações, o que deixa uma lastro de preocupação. (02/04/2010)

Ainda sobre o papel do governo no combate às ameaças e capacitação para aproveitar as oportunidades
Seguindo a discussão sobre o papel do governo no processo adaptativo da Região Norte Fluminense à presente transformação econômica, duas notícias corroboram com a necessidade de reflexão proposta na postagem anterior. A primeira diz respeito à dinâmica econômica da China, segundo a agência Reuters. No primeiro trimestre desse ano, o país manteve o vigor econômico do setor industrial, refletido no crescimento das exportações e das importações. Os analistas se preocupam, já que o fato pode motivar um possível aperto monetário para inibir pressões inflacionárias. Importante é que este país tem potenciais interesses comerciais, envolvendo a região e dá mostras de substancial robustez econômica. Tal aspecto representa uma oportunidade fundamental para a região e precisa ser pensada estrategicamente.
Uma segunda notícia, diz respeito a forte concentração de terra no país, o que contribui para o aniquilamento de 30 milhões de brasileiros que vivem no campo. Segundo pesquisa do IPEA, esses brasileiros vivem em condições precárias e sofrem com a ausência de moradia, dificuldade de acesso a saúde e educação. Como o trabalho é regulado pela informalidade, a remuneração é insuficiente para dar dignidade a esse exército de trabalhadores, homens e mulheres excluídos. Uma indagação surge nesse momento: No ambiente de transformação econômica da Região Norte Fluminense, orientado por alta tecnologia própria das atividades de petróleo e logística portuária, como se insere o trabalho no campo? a atividade rural pode ser uma ameaça ou uma oportunidade? Qual é o papel do governo nesse aspecto? (03/04/2010)

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